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sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Os Sanvincentinos na Grande Guerra

 Jaime Duarte da Fonseca Fabião

Jaime Duarte da Fonseca Fabião nasceu em São Vicente da Beira, no dia 13 de outubro de 1882. Era filho de António Duarte da Fonseca Fabião, proprietário, natural da Barroca do Zêzere, e de Maria Amália da Cunha Pignatelli, natural do Tortosendo. O casal residia em São Vicente da Beira, na rua da Fonte (atual rua da Costa ou rua de São Francisco?).

Alistado como voluntário no Regimento de Cavalaria n.º 8 do Príncipe Real, em Lisboa, foi incorporado em 11 de outubro de 1902. Concluiu o curso de Infantaria da Escola do Exército, em 11 de outubro de 1908, e foi promovido a Alferes, por despacho de 15/11/1909. Subiu depois ao posto de Aspirante a Oficial do Regimento de Infantaria n.º 23, em Coimbra.

Passou ao Regimento de Infantaria 21, em 26 de fevereiro de 1910, e novamente ao Regimento de Infantaria 23, em 4 de junho. Em julho de 1912, foi colocado no Grupo de Metralhadoras n.º 7. Fez parte da escola de recrutas, entre 1912 e 1913.

Promovido a Tenente, em 1 dezembro de 1913, passou ao Estado-Maior de Infantaria, por ordem de 2 junho 1915, e colocado no Regimento de Infantaria 22, Portalegre, por ordem de 30 outubro do mesmo ano. Foi nomeado diretor das aulas regimentais, em 18 de janeiro de 1916.

Foi mobilizado para fazer parte do CEP e embarcou para França a 20 janeiro de 1917, integrando a 1.ª Divisão, 1.ª Brigada, do Regimento de Infantaria 22, com o posto de Tenente de Infantaria.



No seu boletim individual do CEP e Folha de Matrícula encontram-se as seguintes informações:

a)   Punido em 10 de abril de 1917, pelo Comandante do 2.º Batalhão de Infantaria, com dois dias de prisão disciplinar, por fazer uma reclamação infundada;

b)   Transferido para o Batalhão de Infantaria n.º 7, em 12 de abril de 1917;

c)    Promovido a Capitão, por despacho de 29 de setembro de 1917;

d)   Passou a comandar o Batalhão de Infantaria n.º 7, em 8 de janeiro de 1918;

e)   Punido em 16 de maio de 1918, com cinco dias de prisão correcional, por não ter reprimido prontamente atos de indisciplina das praças da sua companhia que evitavam seguir para as linhas;

f)     Colocado à frente do DD1 (Depósito Disciplinar 1), em dezembro de 1918;

g)   Deixou de comandar o DD1, em 17 de fevereiro de 1919, e foi desmobilizado nesse mesmo dia. Regressou a Portugal, por via terrestre, no dia 22 desse mês.

Em de 30 de junho, foi nomeado diretor da carreira de tiro de Castelo Branco, ficando encarregado da instrução preparatória, na 1.ª Área da 7.ª Divisão do Exército.

Foi colocado no Batalhão de Caçadores n.º 11, por Ordem de 23/10/1926, mas passou ao Batalhão de Caçadores n.º 6, em 1 de julho. Por Ordem de 17/05/ 1928, foi colocado no Quadro da Arma de Infantaria e, em março de 1930, passou novamente ao Batalhão de Caçadores n.º 6. Foi promovido a Major do mesmo batalhão, em maio de 1935.

Em 31 de maio de 1938, passou à situação de reserva e ficou desligado do serviço a partir de 13/10/1952, transitando para a situação de reforma, por limite de idade.

Louvores e condecorações:

·        Louvado pela excecional dedicação com que ministrou o ensino aos recrutas do contingente de 1910;

·        Louvado pelas excelentes qualidades de comando e dedicação pelo serviço que demonstrou no desempenho do cargo no Comandante do D. D. 1, «...sabendo pelo seu critério e energia impor-se aos seus subordinados, para que por uma forma rápida e acertada fossem executados todos os trabalhos indicados pelos comandos britânicos a que o Depósito esteve adstrito no referido período que antecedeu o armistício, merecendo elogiosas referências do comando do 1º Exército Britânico e conseguido manter a disciplina entre as numerosas praças que pelo seu péssimo (?) comportamento se acham incorporadas naqueles Depósitos.» (transcrito da folha de matrícula);

·        Medalha militar de cobre da classe de comportamento exemplar;

·        Medalha “Military Cross”.

Antes de ser mobilizado para a Grande Guerra, Jaime da Fonseca Fabião já tinha casado com Maria da Cunha Pignatelli, no dia 18 de junho de 1910. Tiveram 6 filhos:

1.    Rui Pignatelli Fabião (abril de 1911), que também foi militar e casou com Ana Matilde Carreteiro;

2.    Artur Pignatelli Fabião (junho de 1914), que terá falecido ainda jovem;

3.    Jaime José Pignatelli Fabião (janeiro de 1917), que casou com Maria Fernanda Soares de Albuquerque e Castro Tavares;

4.    António Pignatelli Fabião (abril de 1920), que casou com Maria Fernanda Fabião de Carvalho em 1953;

5.    Maria do Céu da Cunha Fabião (fevereiro de 1925), que viveu em S. Vicente até finais do século passado e faleceu sem deixar descendência;

6.    Joaquim Pignatelli Fabião (Agosto de 1927), que casou com Eugénia Pereira da Piedade Ganchas.

Depois de ter passado à situação de reforma, em Outubro de 1952, Jaime da Fonseca Fabião veio residir para São Vicente da Beira, dedicando-se à administração das muitas propriedades agrícolas e florestais que a família possuía. 

Faleceu passados poucos anos, em 27 de outubro de 1957, vítima da gripe asiática. Tinha acabado de completar 75 anos de idade.

Maria Libânia Ferreira

Publicado no livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"