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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Santa Águeda (aqui tão perto...)

A lenda:
Águeda era italiana. Nasceu por volta do ano 230 na Catânia; pertencia a uma família nobre e rica. As suas riquezas, aliadas à sua beleza, chamaram a atenção do Cônsul Quinciano que a pediu em casamento. Mas, desde cedo ela tinha sentido um chamamento de Deus, consagrando a sua virgindade ao Senhor, seu amado esposo.
Neste tempo, o imperador Décio levantou uma forte perseguição ao cristianismo e os que não renunciassem a Cristo eram punidos com muitos sofrimentos, até à morte.
Com a recusa em casar-se, Águeda foi denunciada como cristã e submetida a um humilhante processo condenatório. Quando foi interrogada e disse que pertencia a uma nobre família e era serva de Jesus Cristo, o governador entregou-a a uma mulher de má fama com o objetivo de a corromper. Foi tudo em vão, porque a mulher foi vencida pela fé e pureza de Águeda.
Foi então submetida a torturas: despida, foi arrastada sobre cacos de vasos e brasas, e depois arrancaram-lhe os seios. Quanto a esta barbaridade, ela falou para o juiz: «Não te envergonhas de mutilar na mulher o que a tua mãe te ofereceu para te alimentar?». Uma tradição diz que naquela noite lhe apareceu o apóstolo S. Pedro que a curou daquela mutilação. As torturas continuaram num martírio que a levou até à morte, por volta do ano de 251.
No primeiro aniversário da sua morte, deu-se uma erupção do vulcão Etna. Cristãos e pagãos, temerosos, tomaram o véu que cobria o túmulo de Águeda e atiraram-no contra as lavas que imediatamente pararam, salvando a cidade de Catânia.

O culto:
Santa Águeda é invocada para proteger contra os vulcões e incêndios. É também invocada para proteger dos males da mama, por causa do seu martírio e cura milagrosa. É uma das santas mais veneradas em Itália; só em Roma tem 12 igrejas dedicadas a ela.

As cantigas:
Ó senhora Santa Águeda,
Quem vos varreu a capela
Foi o ranchinho da Póvoa
Com um raminho de macela.

Ó Senhora Santa Águeda,
Vosso caminho tem tojos
Bem podíeis vós senhora
Pô-lo de cravos cheirosos.

Ó Senhora Santa Águeda,
Minha roseirinha branca
Quando viestes ao mundo
Logo foi para ser santa.

Ó Senhora Santa Águeda,
Que lá estais ao pé do monte
Dá-me uma pinguinha de água
Senhora da vossa fonte.

Ó Senhora Santa Águeda,
Que estais lá ao pé da bica
Dai saúde aos que lá vão
E também aos que cá ficam.

A Senhora Santa Águeda
Tem um jardim na levada
Mandai-o regar, Senhora,
Por uma mulher casada.

A Senhora Santa Águeda
Tem um jardim na ribeira
Mandai-o regar, Senhora,
Por uma moça solteira.

Recolha feita numa sessão de leitura de textos e cantares alusivos a Santa Águeda, no Centro Cultural da Póvoa de Rio de Moinhos, no âmbito da comemoração do dia em que se venera a Santa: 5 de janeiro.

M. L. Ferreira 

domingo, 10 de setembro de 2017

Mais Maiores Contribuintes

A listagem que se segue não está datada, mas situar-se-á entre 1843 e 1852, tal como a lista anteriormente publicada. Mas é certamente posterior a ela. As informações relativas ao Ninho estarão na parte de Tinalhas (Fernando da Costa), assim como as do Freixial do Campo (o património de João Duarte Simões dividia-se entre Tinalhas e o Freixial).

CONCELHO DE SÃO VICENTE DA BEIRA
Relação dos maiores contribuintes de décima

Almaceda
Domingos Gomes – 7$026
José Bernardo Ribeiro – 9$268
São Vicente da Beira
João António Ribeiro Robles – 10$768
Bonifácio José de Brito – 8$830
Francisco António de Macedo – 8$000
João Pereira de Carvalho – 10$600
João Ribeiro Garrido – 19$976
João dos Santos Vaz Raposo – 7$070
José Maria de Moura Brito – 6$602
Manuel Martins Dâmaso – 7$630
Nogueira (?) – 4$040
Póvoa de Rio de Moinhos
Francisco José Dias de Oliveira – 11$184
António Joaquim de Carvalho – 7$516
Doutor António Luciano da Fonseca – 45$810
Bernardo da Silva Carrilho Marques – 8$864
Francisco António de Matos – 7$224
Francisco Duarte Carrilho – 7$200
José Alves de Azevedo – 4$218
Tinalhas
José do Espírito Santo – 3$740
Fernando da Costa – 11$510
João Duarte Simões – 12$015
Joaquim Augusto de Magalhães – 8$060
José Coutinho Barriga – 63$388
José Inocêncio Lalanda – 104935
Sobral do Campo
João Paulo do Rosário – 6$440
José Vaz Duarte – 6$110
Luís de Proença – 8$145
Manuel Ramos de Proença – 12$545
Manuel Ribeiro do Rosário – 7$452
Padre Sebastião Bernardo Ribeiro – 8$722
Louriçal do Campo
João António Ribeiro Gaspar – 9$530
Manuel António Ribeiro Gaspar – 9$142
Manuel Ramos Preto – 45$737
Padre Manuel Alves – 5$048

José Teodoro Prata

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Os Maiores Contribuintes

Concelho de São Vicente da Beira
Os maiores contribuintes da décima
Manoel Ramos Pretto (Louriçal do Campo) – 36$698
Doutor António Luciano da Fonseca (Póvoa de Rio de Moinhos) – 30$413
Bonifacio Joze de Britto (São Vicente da Beira) – 14$560
Francisco Joze Dias de Oliveira (Póvoa de Rio de Moinhos) – 12$341
Joaõ dos Santos Vaz Rapozo (São Vicente da Beira) – 10$450
João Pereira de Carvalho (São Vicente da Beira) – 10$235
Antonio Joaquim de Carvalho (Póvoa de Rio de Moinhos) – 7$900
Francisco Carrilho Marques (Póvoa de Rio de Moinhos) – 7$753
Francisco Antonio de Matos (Póvoa de Rio de Moinhos) – 6$954
Alexandre Barboza (?)– 6$592
Jacinto Ventura Netto (?)– 6$392
Joze Vaz Duarte (Sobral do Campo) – 5$670
Alexandre Joze Alves (?) – 5$068

Notas:
- 36$698 lê-se: trinta e seis mil, seiscentos e noventa e oito réis.
- A décima era um imposto que incidia sobre o valor das casas, terrenos, emprego, dinheiro a juros... Corresponderia hoje ao IRS, ao IRC, ao IMI... 
- Esta listagem não vem datada, mas podemos situá-la entre 1843 e 1850: 1843, porque nela consta João Pereira de Carvalho, o bisavô pela linha materna dos irmãos Pereira dos Santos (Inácio, Alexandre, Manuel, Zeca…), notário, natural das Sarzedas, que veio trabalhar para São Vicente e cá casou, em 1843, com uma filha do Bernardo Ribeiro Robles; 1852, pois nesse ano faleceu o Doutor António Luciano da Fonseca, o maior contribuinte da Póvoa de Rio de Moinhos.
- A elaboração desta listagem estaria relacionada com o sistema eleitoral liberal, que era censitário, isto é, os direitos a votar e ser eleito dependiam dos impostos pagos por cada um.
- Há uma lacuna nesta listagem relativa a Tinalhas: aparentemente não aparece ninguém. Numa listagem idêntica que publicarei dentro de dias, já aparecem os maiores contribuintes da décima desta freguesia, incluindo o homem mais rico do concelho, Joze Coutinho Barriga, visconde de Tinalhas.

Aviso: Notas alteradas a 10.09.2017, com base em informação da Doutora Benedita Duque Vieira, relativa à data de óbito do Doutor António Luciano da Fonseca.

José Teodoro Prata

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Prata 3

Os avós mais velhos

No seguimento da publicação Prata 2, com registos de batismo e casamento da parte vicentina da família Prata, apresentam-se hoje registos de batismo e casamento da família Prata da Póvoa de Rio de Moinhos e de Alcains.
Segue-se a ordem cronológica, do mais recente para o mais antigo.
Junto de cada registo, faz-se uma síntese, a partir do conteúdo do documento e de outros elementos conhecidos.
Estes são os registos que me foram enviados do Brasil, por Lourval dos Santos Silva, também ele descendente dos Prata que aqui damos a conhecer.


Antonio Prata nasceu a 17 de outubro de 1839, na Póvoa de Rio de Moinhos. Era filho de João Prata, natural da Póvoa e Joaquina do Espirito Santo (ou da Cruz). Os seus avós paternos eram Joze Prata e Victoria Maria e os maternos Antonio Martins, natural da Póvoa, e Luiza da Cruz, natural do Castelejo. Os padrinhos foram Antonio Martins, seu avô e Jozefa da Cruz, sua tia, filha do anterior.



João Prata casou, a 9 de janeiro de 1839, com Joaquina, filha de Antonio Martins Gomes, da Póvoa, e de Luiza da Cruz, do Castelejo. João Prata era filho de Joze Prata e Victoria Maria, todos naturais da Póvoa.



João Prata nasceu a 20 de abril de 1814, na Póvoa de Rio de Moinhos. Era filho de Joze Prata e Vitoria Maria, neto paterno de Thome Goncalves Prata e Domingas Maria e neto materno de Joze Lopes, natural da Lardosa, e Vitoria Pinta.



Joze Prata nasceu a 3 de janeiro de 1788, na Póvoa de Rio de Moinhos. Era filho de Thome Gonçalves Prata e do seu segundo casamento com Domingas Roque. Os avós paternos eram Manoel Gonçalves Prata e Maria Vas Mendonça e os maternos Manoel Roque, natural dos Lentiscais, e Catharina Gaspar, da Póvoa.



Thome Gonçalves Pratta, viúvo de Izabel da Conceiçam, casou, a 10 de março de 1787, com Domingas Roque, filha de Manoel Roque e Catharina Gaspar.



Manoel Gonçalves Pratta casou, a 4 de Fevereiro de 1745, com Maria Vás, filha de Pedro Vás e Maria Mendonça, da Póvoa. Manoel Gonçalves Pratta era filho de Manoel Gonçalves Pratta, natural de Alcains, e de Maria Gaspar, da Póvoa de Rio de Moinhos. Este Manoel Gonçalves Prata era um homem da governança da vila da Póvoa, pois desempenhava funções na administração daquele concelho. Também participou, como louvado (testemunha), no tombo (inventário) dos bens do Conde de São Vicente, em 1768-1782.



Manoel Gonsalves Prata casou a 16 de Janeiro de 1729, com Maria Gaspar, filha de Bras Gonsalves e Maria Martins, ambos naturais da Póvoa de Rio de Moinhos. Os pais do noivo eram Domingos Gonsalves Prata e Anna Rodrigues, ambos naturais de Alcains.



Domingos Gonsalves Prata casou, a 30 de Agosto de 1693, na Igreja de Alcains, com Anna Rodrigues, filha de Manoel Fernandes e Ana Roiz(Rodrigues). O noivo era filho de Manoel Gonsalves Semeão e Maria Martins Prata. É a última pessoa desta genealogia com o apelido Prata, pois os que se seguem são do ramo familiar de Manoel Fernandes.



Manoel Fernandes casou, a 3 de Setembro de 1670, com Anna Roiz, filha de George Roiz e Izabel Goncalves. O noivo era filho de Rodrigues Antunes e Helena Fernandes.
Rodrigo Antunes era filho de Tomás Roiz e Isabel Ferreira.
Tomás Roiz era filho de Rodrigo Tomás e de Beatriz Antunes.
Rodrigues Antunes era ferreiro, na vila de Castelo Branco, e foi preso pela Inquisição, em 1633, sob acusação de prática de judaísmo. O julgamento ocorreu em 1634 e a sentença foi a seguinte:
«Sentença - Abjure publicamente seus heréticos erros em forma e em pena e penitência deles lhe assinam cárcere e hábito a arbítrio dos Inquisidores e será instruído nas coisas da fé necessárias para a salvação da sua alma e cumprirá as mais penas e penitências espirituais que lhe forem impostas e mandam que excomunhão maior em que incorreu seja absoluto in forma ecclesia. (Fonte: Torre do Tombo)»


Nota: Clicar nas imagens, para ler os documentos.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Prata 2

Os avós mais novos



Ana Prata (1887-1963) era filha de António Prata e Maria Castanheira. Casou com Miguel Rodrigues, em 1908, filho de João Rodrigues e Maria Rosário dos Santos.



João Prata (1885-1977) era filho de António Prata e Maria Castanheira.



João Prata casou com Doroteia de Jesus dos Santos, em São Vicente da Beira, no ano de 1911. Doroteia era filha de Guilherme dos Santos e Antónia dos Santos.


António Prata casou com Maria Castanheira, a 19 de Novembro de 1884, em São Vicente da Beira.
António Prata tinha 45 anos e estava ainda solteiro. Era ferreiro de profissão e natural e morador na Póvoa de Rio de Moinhos, filho de João Prata e de Joaquina da Cruz, ambos naturais também da Póvoa.
Maria Castanheira tinha 40 anos e ficara viúva de José de Carvalho (S. Vicente da Beira), falecido em Abril desse ano de 1884. Já enviuvara de anterior casamento, no Souto da Casa, sua terra natal. Era filha de António Castanheira e de Rosária Maria.

Nota: clicar nas imagens, para ler os documentos.

domingo, 17 de outubro de 2010

Prata = Cristão-Novo

Recebi mensagem do Brasil, de um desconhecido

«Meu nome é Lourval dos Santos Silva. Sou professor em Santos-Brasil, mas de Matemática. Meu avô Abrahão dos Santos Silva nasceu na Póvoa de Rio de Moinhos em 1911 e em 1912 imigrou para o Brasil com seus pais, José dos Santos Silva e Maria Rita Prata. Maria Rita Prata, minha bisavó, era prima de segundo grau de seu avô João Prata. Tenho quase toda a genealogia de seu bisavô António Prata.»

Na resposta, eu desconfiei daquele Abrahão e o Lourval confirmou: somos cristãos-novos. Confirmou e apresentou provas. Aqui as deixo:

Síntese da genealogia da família Prata (entre o anterior e o seguinte há sempre uma relação de pai para filho (filha):

1. Rodrigo Tomás casou com Beatriz Antunes (terão vivido cerca de 1560-80)
2. Tomás Roiz casou com Isabel Ferreira
3. Rodrigo Antunes casou com Helena Fernandes (vivia em Castelo Branco e era ferreiro; viveu cerca de 1620-30)
4. Manuel Fernandes
5. Ana Rodrigues
6. Manuel Gonçalves Prata (este já o conhecia, das minhas investigações sobre a Póvoa; viveu cerca de 1770; era membro da governança da Póvoa)
7. Manuel Gonçalves Prata (ou será este?)
8. Tomé Gonçalves Prata
9. José Tomé Prata
10. João Prata
11. António Prata (era ferreiro, natural da Póvoa, mas foi trabalhar para São Vicente, onde casou com Maria Castanheira, cerca de 1870-80)
12. João Prata, casado com Dorotheia de Jesus dos Santos (os meus avós maternos; João Prata nasceu em 1885 e era irmão de Ana Prata)
13. Maria da Luz, casada com António Teodoro (os meus pais; Maria da Luz, irmã dos meus sete tios e tias Prata)
14. José Teodoro Prata, casado com Idalina Maria Cardoso Rodrigues (eu, irmão das minhas sete irmãs, primo direito dos filhos dos meus tios e tias Prata, primo em segundo grau dos netos de Ana Prata)

(Nos números 13 e 14, cada descendente de João Prata tire o meu nome ou o da minha mãe e coloque o seu ou do seu pai ou mãe; os descendentes de Ana Prata substituem João Prata por Ana Prata, no número 12, e fazem o mesmo, depois.)

O meu parente Lourval dos Santos Silva tem certidões de nascimento e casamento desta gente toda. Quando eu as tiver, partilho-as.

Mandou-me o processo do Rodrigo Antunes, na Inquisição de Lisboa:

PT-TT-TSO/IL/28/9954> Título Processo de Rodrigo Antunes Datas 14/3/1627-20/4/1634 NívelDescrição Documento Composto DimensãoSuporte 63 folhas CódigoReferAlternCota Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 9954 ÂmbitoConteúdo Acusação -judaísmo
Profissão -ferreiro
Naturalidade -Vila de Castelo Branco
Morada - Vila de Castelo Branco
Idade -27 anos
Filiação -Tomás Roiz e Isabel Ferreira
Estado Civil - casada com Helena Fernandes
Sentença -Abjure publicamente seus heréticos erros em forma e em pena e penitência deles lhe assinam cárcere e hábito a arbítrio dos Inquisidores e será instruído nas coisas da fé necessárias para a salvação da sua alma e cumprirá as mais penas e penitências espirituais que lhe forem impostas e mandam que excomunhão maior em que incorreu seja absoluto in forma ecclesia
Data da sentença - 8 de Abril de 1634, lida em Auto
Observação - Preso em 25 de Abril de 1633
Avós Paternos - Rodrigo Tomás e Beatriz Antunes
Avó Materna - Beatriz Antunes
Entidade Detentora ANTT


Olha se o Hitler tivesse atravessado os Pirinéus!!!
(Durante a Segunda Guerra Mundial, Hitler perguntou a Salazar o que fazer com mais de dois mil judeus húngaros, mas que se diziam portugueses, pois daqui tinham partido os seus antepassados, fugidos da Inquisição. Salazar não quis saber e eles morreram no Holocausto.)

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Prata

O jornal Reconquista tem vindo a publicar, quinzenalmente, trabalhos meus sobre a Póvoa de Rio de Moinhos. Já foram publicados 5 e o próximo sai na quinta-feira da semana que vem. Em Agosto, será publicado o último.
Esta colaboração surge no âmbito de um estudo sobre esta povoação, realizado por uma equipa de pessoas, a que me associei, em honra do meu bisavô António Prata, natural da Póvoa.


Registo do baptismo do meu avô João Prata
(Clicar na imagem, para ler melhor)

Genealogia dos Pratas, em S. Vicente da Beira:
1. João Prata e Joaquina da Cruz moravam na Póvoa e tiveram um filho a quem chamaram António Prata.
2. António Prata era ferreiro e foi trabalhar para S. Vicente, onde casou com Maria Castanheira, natural do Souto da Casa, filha de António Castanheira e Rosária da Costa. Maria Castanheira já enviuvara duas vezes e teve filhos dos anteriores matrimónios, ambos em S. Vicente. O casal morou na Rua da Cruz, na última casa à esquerda de quem sobe, onde funcionava a casa da roda, pois Maria Castanheira desempenhou as funções de ama das crianças enjeitadas. António Prata e Maria Castanheira tiveram dois filhos: Ana Prata e João Prata, que se seguem.
3. Ana Prata casou com Miguel Rodrigues. Viveram na Barroca, junto à Laje do Paço. Ainda os conheci, em meados dos anos 60. O casal teve 10 filhos: Maria Prata, Maria Castanheira, Cecília, Maria da Luz, Palmira, João, José Maria, Luís, José e Eusébio.
4. João Prata nasceu a 15 de setembro de 1885 e casou com Dorotheia de Jesus dos Santos, herdeira da fazenda da Oriana, onde o casal construiu o seu lar. Tiveram 8 filhos: Maria José, Carlota, Estela, José, António, Laura, Maria da Luz e Maria dos Santos.


Ana Prata


João Prata

Curiosidades:
- A família Prata já vive na Póvoa há mais de 250 anos. No século XVIII, alguns Pratas foram membros da governança, isto é, pertenciam ao grupo de pessoas que participavam no governo da Póvoa (a governação de um concelho ou mesmo de uma freguesia envolvia duas ou três dezenas de pessoas e os cargos eram quase todos anuais e rotativos). Não será estranho a esta realidade o facto de o meu avô João Prata ter feito parte da Junta de Freguesia por vários mandatos, num total de cerca de 24 anos, e do actual Presidente da Junta de Freguesia ser um neto dele. É uma tradição familiar com centenas de anos.
- Como se pode verificar na genealogia apresentada, há nesta família uma sucessão de membros do sexo masculino com nomes de João e António que chegou à actualidade, pois o meu avô João Prata chamou António (Prata) a um filho e este deu o nome de João a um dos seus filhos, o João Benevides Prata.
- O meu bisavô António Prata, na sua velhice, apenas desejava voltar a ser o menino da sua Póvoa natal. Tanto teimou, tanto insistiu, que um dia abalou e o filho foi apanhá-lo já longe, a caminho da Póvoa.
- A tia Ana Prata era um mulher muito bonita. Quem o afirmava era a D. Maria de Lurdes Doria, esposa do Engenheiro Luís Martinho. A tia Ana foi sua ama de leite, amamentando-a em simultâneo com o filho João (Coxo). Certamente, também foram os olhos do coração que a viram como a mulher mais bonita de S. Vicente!