Enxidros era a antiga designação do espaço baldio da encosta da Gardunha acima da vila de São Vicente da Beira. A viver aqui ou lá longe, todos continuamos presos a este chão pelo cordão umbilical. Dos Enxidros é um espaço de divulgação das coisas da nossa freguesia. Visitem-nos e enviem a vossa colaboração para teodoroprata@gmail.com
sábado, 16 de abril de 2022
Tradições da Páscoa
sexta-feira, 15 de abril de 2022
Andorinhões na Praça
Há anos, a nossa Praça era animada por bandos de andorinhões que faziam voos acrobáticos em volta da torre, soltando gritos estridentes. Recordo-me vagamente que deixaram de nos visitar depois de umas obras na torre da Igreja, mas tenho esperança de estar a ser traído pela memória.
Podemos vê-los aqui: https://youtu.be/FzddGqEVHTk
Lembrei-me deles ao ler esta crónica do Miguel Esteves Cardoso, no Público:
«Amanhã é noite de lua cheia. As luas cheias amalucam
as pessoas. E os bichos. E os mares. E abrem-nos os olhos.
Olhar para a lua cheia é quase como voar. A lua vai-se
aproximando de nós, como se fôssemos nós que nos estivéssemos a chegar ao pé
dela.
Que pena, que estupidez, que desperdício que o luar
seja hoje só uma palavra bonita, que faz o favor de rimar com quase todos os
verbos que se quiser produzir.
E o luar propriamente dito? Merece ser visto só de uma
janela, quando se olha para a lua, como qualquer coisa que a lua entornou?
Pobre luar, que nem sequer tem direito a ser luz, a
não ser quando se liga a luz do telemóvel e se repara, porque perdeu a força do
costume, que já não é necessária.
Se ainda há tolos que se sentem obrigados a decidir
entre cães e gatos, porque é que, já agora, a tolice não se estende a escolher
entre o luar e a luz do sol?
Este sábado, se tem sorte de ter andorinhões por
perto, ponha-se a ver como eles se portam com a lua cheia. Anders Hedenstrom, da Universidade de
Lund, descobriu recentemente que alguns andorinhões reagem de
maneira espectacular à lua cheia, voando até à altura de quatro ou cinco
quilómetros.
Mesmo antes de ver os primeiros andorinhões do ano,
vejo sempre os passarinhos e os pombos atarantados, a fugir da balbúrdia
daqueles turistas: os andorinhões que fazem de vistoriadores, estudando os
telhados e a concentração de insectos voadores, para emitir os avais para o
resto da malta.
E, de resto, faço minhas as palavras que P.R. deixou
ontem num comentário:
“Chegaram hoje, finalmente. Já voam em bando freneticamente, aqui mesmo à frente do 7.º piso. O céu está tão azul que conseguimos ver os movimentos das asas, do planar ao voo picado, ao mergulho. Estão mesmo bem-dispostos, acabadinhos de chegar. Ainda não vi nenhum entrar em ninhos nas frestas das pedras, ainda estão a matar saudades da luz e da beleza desta cidade. Bem-vindos.”»
José Teodoro Prataquarta-feira, 13 de abril de 2022
A guerra na Ucrânia (4)
CHINA
Com a atual guerra na Ucrânia, parece estar a desenhar-se uma nova ordem
mundial, assente em duas superpotências, os Estados Unidos e a China. Após a
2.ª Guerra Mundial, o mundo dividiu-se entre os apoiantes dos Estados Unidos e
da Rússia/União Soviética, depois os Estados Unidos ficaram sozinhos a dominar
o mundo e agora parece haver intenção de voltar a dividi-lo em duas áreas de
influência, cada uma com sistemas opostos à outra, na economia, nas finanças, na
tecnologia, na informação, nas artes, nas humanidades, etc. Segundo alguns
analistas, quem vai vencer esta guerra é a China, precisamente por não estar
envolvida nela. Por isso devemos conhecermos melhor este gigante asiático, que
atualmente desempenha o papel de fábrica do mundo.
A China é o país mais populoso do planeta, com quase um quinto da população da Terra.
Ao longo dos milhares de anos da sua existência, esta civilização realizou
algumas das mais importantes invenções da humanidade: o papel, a imprensa, a
pólvora, a seda, o papel-moeda, a bússola, o sismógrafo, os números negativos,
o ábaco, entre outras.
Após 1949, a China adotou um regime comunista, mas em 1978 voltou ao
capitalismo e fez reformas económicas que a tornaram numa das economias de mais
rápido crescimento no mundo, sendo o maior exportador e o terceiro maior importador de mercadorias do planeta. A industrialização reduziu a pobreza de 53% (em 1981) para 8% (em 2001).
A China é a segunda maior economia do mundo e é membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, além de ser uma potência nuclear e de possuir o maior exército do mundo em número de soldados e o segundo maior orçamento de defesa.
José Teodoro Prata
terça-feira, 12 de abril de 2022
A guerra na Ucrânia (3)
NATO
Uma das
causas do atual conflito militar na Ucrânia, na versão da Rússia, foi a
possível adesão da Ucrânia à NATO. Esta sigla deriva do nome em inglês da
Organização do Tratado Atlântico Norte, cuja sigla em português é OTAN. Tem a
sua sede em Bruxelas, na Bélgica. Portugal foi um dos países fundadores, devido
à posição estratégica dos Açores. Tem atualmente
30 membros, principalmente na Europa e América do Norte.
A NATO foi
criada em 1949, pelos países ocidentais, que assim procuravam preparar-se para
um eventual conflito militar com a Europa de Leste, devido à extraordinária
expansão do comunismo nesta região, após a 2.ª Guerra Mundial.
De 1949 a 1989, NATO liderou o clima de tensão com a Europa
de Leste, que, entretanto, também criara a sua aliança militar, o Pacto de
Varsóvia, em 1955. A este período chamou-se Guerra Fria, pois, embora tenham
sido tempos de grande tensão internacional, não ocorreu nenhum conflito militar
direto entre estas duas potências nucleares.
Com o fim do comunismo na Europa de Leste, a NATO interveio
militarmente na ex-Jugoslávia, por várias vezes, nos anos 90, no Afeganistão,
na Líbia e de forma restrita nas várias guerras do Iraque. No atual conflito na
Ucrânia, a NATO não pode intervir, pois uma guerra direta com a
Rússia seria catastrófica para a humanidade, pois ambos os lados possuem grande
número de armas nucleares.
José Teodoro Prata
segunda-feira, 11 de abril de 2022
A guerra na Ucrânia (2)
UCRÂNIA
A Ucrânia é um país da Europa Oriental, situado a norte do
Mar Negro. É o país maior da Europa, a seguir à Rússia europeia, tendo uma área
superior à da Península Ibérica.
A região terá sido o lar da domesticação do cavalo. As suas
terras são muito férteis, sendo considerada o celeiro da Europa. A indústria
concentra-se sobretudo nas províncias de Donetsk e Lugansk, epicentro do atual
conflito armado.
Foi na Ucrânia que nasceu a civilização russa, na Idade
Média, primeiro em Kiev e depois dispersa por outros centros políticos como
Moscovo. Ao longo dos séculos, a Ucrânia foi invadida e governada por vários
povos, acabando por integrar o Império Russo e no século XX a União Soviética.
Só se tornou um Estado-nação independente em 1991.
A sua população ronda os 42 milhões de pessoas, com várias
minorias, sendo os russos 17% da população, sobretudo concentrados na península
da Crimeia e nas províncias de Donetsk e Lugansk.
A Rússia ocupou a Crimeia em 2014, pois a península tem 60%
da população russófona e o seu porto foi durante séculos a sede da armada russa
do Mar Negro.
Logo a seguir, as repúblicas russófonas de Donetsk e Lugansk declararam
a independência face à Ucrânia, originando uma guerra que já fez 14 mil mortos
e que é a causa imediata do atual conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia.
José Teodoro Prata
domingo, 10 de abril de 2022
A guerra na Ucrânia (1)
No início deste conflito, escrevi 4 crónicas para a Rádio Castelo Branco (Racab), dando algumas informações elementares que permitissem naquele momento entender melhor a guerra. Hoje a realidade é muito mais complexa e trágica, mas continua a valer a pena publicar.
Vou publicar um texto por dia.
Podem ser ouvidos na rubrica "História ao Minuto, em: http://www.radiocastelobranco.pt/audioteca/
RÚSSIA
No século XVI, a Rússia
começou a expandir-se, conquistando regiões e povos vizinhos, de tal modo que,
entre 1721 e 1917, formou um grande império, que ia do Oceano Ártico ao Mar
Negro e do Mar Báltico ao Oceano Pacífico, possuindo ainda o Alasca que vendeu
aos Estados Unidos.
Na Europa, este Império
abrangia, além da Rússia, os territórios e povos dos seguintes países na
atualidade: Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia, parte da Polónia,
Bielorrússia, parte da Moldávia e Ucrânia.
Estas regiões foram recebendo
emigrantes russos, em movimentos migratórios que continuaram no século XX,
então integrados na União Soviética (exceto a Finlândia), pelo que não é de
estranhar que nestes atuais países uma significativa percentagem da população
seja russófona. Com o fim da União Soviética, estas repúblicas desligaram-se da
Rússia e tornaram-se totalmente independentes.
Embora o país continue a ser o
maior do Mundo, o seu atual presidente, Putin, é um nostálgico da antiga
grandeza da Rússia e por outro lado sente-se pressionado pela crescente
expansão da Nato para países com os quais a Rússia faz fronteira. Por isso
anexou a península da Crimeia, em 2014, e já antes apoiara regiões russófonas
que não querem integrar os países a que ficaram a pertencer.
Foi o que aconteceu com
Donetsk e Lugansk, duas regiões da Ucrânia que fazem fronteira com a Rússia.
Este conflito interno na Ucrânia já fez 14 mil mortos desde 2014 e nem os
acordos de Minsk, em 2015, vieram resolver o conflito. Agora a Rússia invadiu a
Ucrânia com o argumento de ir defender esta população russófona.
quinta-feira, 7 de abril de 2022
IRS - Misericórdia
CONSIGNAÇÃO DO IRS
CONSIGNAÇÃO DO IRS
Na declaração do IRS, existe a possibilidade, sem aumento de encargos para o contribuinte, autorizar que 0,5% do valor liquidado do seu IRS possa reverter a favor de uma Instituição de Solidariedade Social (IPSS).
Assim, vimos apelar para que não deixe passar esta oportunidade de ajuda à Santa Casa da Misericórdia de S. Vicente da Beira.
A adesão à campanha de consignação de IRS é um meio de garantir um contributo e apoio a esta obra tão meritória e nobre e a obtenção de meios para alcançar os seus objetivos.
Para o efeito, deverá no Modelo 3, assinalar no Quadro 11, com uma cruz no Campo 1101 (Instituição de Solidariedade Social e Utilidade Pública) e indicar o NIPC 501 135 618 correspondente a esta Santa Casa de Misericórdia.