segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Ainda o passeio: Pedras que falam


Bem longe dos luxos arquitetónicos das casas de famílias que ficaram na história da nossa terra (os Costas, os Cunhas e alguns outros), estas paredes são o que resta da casa onde a Ti Ana Prata e o Ti Miguel Rodrigues viveram e criaram os muitos filhos que tiveram.
À esquerda, o forno resistiu ao trabalho de matar a fome a tantas bocas, e continua de pé, pronto a receber mais fornadas de pão.
Mesmo em ruínas, foi uma emoção olhar para aquelas pedras e imaginar as histórias que contariam, se falassem…


M. L. Ferreira

sábado, 21 de novembro de 2015

Abelhas asiáticas?

São enormes, acastanhadas à frente e amareladas atrás, “asiáticas certamente”. Ao aproximar-me da oliveira para cortar os ladrões e estender o fato, de uma taloca saiu um “batalhão”. Fugi a sete pés, uma delas ferrou entre o olho direito e a sobrancelha ”ainda me doi”, são dores…, lama, medo, aguentei. Com o pulverizador ,“xeriguei” gasolina para dentro da taloca, “conselho do meu cunhado Carlos” e consegui destruir o ninho.






JMS

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Colunas renascentistas


Esta base de coluna está numa casa da Rua do Eiró e na extremidade esquerda desta varanda está outra.
O João Paulino encontrou outras duas bases de colunas no entulho por baixo da lareira da casa que foi da minha tia Carlota Prata e agora está a ser reconstruída pelo Adelino Costa e pela minha irmã Eulália.
Há dois "palácios" de onde elas poderão ter vindo: do paço dos Costa e mais tarde Cunha, junto à Câmara Municipal, a sul, do século XVI/XVII; do convento franciscano, criado no século XVI, mas que terá sido construído, na sua maior parte, no século XVII.
Existiam outras casas senhorias, neste passado mais longínquo, 
mas qualquer delas ficariam muito longe do luxo arquitetónico que colunas destas implicavam.

José Teodoro Prata

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Outono na Gardunha





O fotógrafo destas e das fotos anteriores foi o André Varanda.
Como fiquei com a máquina antes do final, não tenho a cara enfarruscada dele para vos mostrar.

José Teodoro Prata


Esta é do Luís da Libânia.

domingo, 15 de novembro de 2015

Tantas histórias...


Uma selfie, na paragem para vermos a casa onde viveu o avô do sr.º José Matias.


Na boca da mina das Lameiras.


Cruzamento das Lameiras: seguir para a Senhora da Orada ou para o Casal da Serra?


Aos tortulhos.


A descansar, no miradouro.


Aqui foi preso o Pistotira!


À chegada, o magusto.

Este ano participaram mais pessoas, cerca de 30.
Vale a pena com qualquer número, mas assim é bem melhor!

José Teodoro Prata

sábado, 14 de novembro de 2015

Já amanhã




É já amanhã o nosso passeio anual.
As fotos são de passeios de anteriores.
A partida é às 14.15h, na Praça.
Sem atrasos, pois às 17h começa a escurecer e aguarda-nos o magusto!

José Teodoro Prata

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

A nossa gente

    Fotografia cedida pelo Pedro Gama Inácio

Esta fotografia tem perto de setenta anos e foi tirada na Senhora da Orada. O homem do meio, com a guitarra, chamava-se Joaquim Inácio e penso que era o mais velho de seis filhos. Está rodeado por dois dos irmãos. À direita o César Inácio com a sua Patrocínia; à esquerda (a segunda a contar da ponta) a Maria José com o seu Guilhermino. À roda, alguns dos muitos filhos que ambos os casais tiveram; alguns já casadoiros, outros ainda crianças de colo.
Nasceu em 1895 e, como muitos rapazes daquele ano, foi mandado para a França durante a 1ª. Grande Guerra. Esteve lá para cima de dois anos e quando regressou trazia uma folha de serviço quase limpa, o que lhe valeu ser admitido na GNR, apesar de, muito provavelmente, não saber ler nem escrever.
Foi colocado no Quartel do Carmo e diz-se que valeu a muitos conterrâneos que iam ter com ele a pedir ajuda. Uma vez, era o Zé Marau ainda rapaz novo, foi a Lisboa e, às voltas pela cidade, foi ter ao Palácio de S. Bento. Admirado com o jardim que havia à volta, quis ver melhor e encostou-se ao muro para espreitar. Ainda mal tinha posto a cabeça dentro, sentiu-se agarrado por um polícia que lhe perguntou:
- Olha lá, meu burro, não sabes que não se pode passar para lá do risco encarnado?
O Zé Marau bem tentou explicar que não tinha visto risco nenhum e só queria ver o jardim, mas o guarda meteu-o num carro e levou-o preso para o Quartel do Carmo. Por sorte, quando lá chegaram, encarou logo com o Jaquim Inácio que lhe deu um abraço e afiançou que era filho de boa gente. Depois pegou-lhe por um braço e foram os dois beber um copo no primeiro sítio que encontraram.
Sempre que podia, voltava à terra e as festas de Verão e a Senhora da Orada não se faziam sem ele. Parece que a mulher e as filhas nem sempre o acompanhavam, mas a guitarra trazia-a sempre, bem afinada. Era uma alegria quando se juntava com os amigos, à noite, e corriam as ruas da Vila, do cimo ao fundo, a tocar e a cantar. Só paravam à porta das tabernas para afinar a garganta. E na Senhora da Orada, depois de comerem a merenda, pegava na guitarra e armava-se logo ali o baile, com a família e os amigos todos a dançar.
Os irmãos tinham um grande orgulho nele e disputavam entre si quem é que lhe dava de comer e de dormir sempre que cá vinha. Apesar de serem todos muito pobres, esmeravam-se nos mimos cedendo-lhe a melhor enxerga e pondo-lhe na mesa o que de melhor tinham em casa. Diz que um ano coube a um dos irmãos mais pobres recebê-lo. Como não tinham roupa à altura do que sentiam que ele merecia, foram pedir a outra irmã os lençóis do casamento para lhe fazerem a cama. Ficou tão bonita que até parecia um altar.
Um dia, meados de maio de 1961, chegou cá a notícia de que tinha morrido. Diz que nesse ano ninguém da família foi comer a merenda à Senhora da Orada…

M. L. Ferreira