quarta-feira, 24 de outubro de 2018

As origens romanas dos albicastrenses

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No 2.º Congresso Internacional de Arqueologia da Região de Castelo Branco, cujas atas foram publicadas pela Sociedade dos Amigos do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, Mariana Almeida e o jovem arqueólogo albicastrense Edgar Fernandes apresentaram um estudo sobre a cerâmica romana de terra sigillata encontrada no monte de São Martinho, junto a Castelo Branco, e guardada no museu.
A chamada cerâmica de terra sigillata é constituída por peças de loiça fina destinadas ao consumo de comida e bebidas.
No monte de São Martinho foram encontradas peças provenientes dos centros produtores de cerâmica sigillata do norte de Espanha e da Andaluzia, do centro e sul de França, do centro e norte de Itália e ainda da Tunísia. Em termos temporais, esta cerâmica data dos séculos 1.º, 2.º e 3.º depois de Cristo.
Os comerciantes romanos traziam esta cerâmica fina aos habitantes do monte de São Martinho por via fluvial, subindo o rio Tejo até Casal da Várzea (em Alvega, Abrantes) e depois por estrada até aqui. Esta estrada atravessava depois a Gardunha e na Cova da Beira, próximo de Belmonte, entroncava na grande via Mérida – Idanha – Viseu; era por ela que desciam as mercadorias vindas do norte de Espanha e de França. Os comerciantes vindos da Andaluzia subiam de Mérida até Idanha-a-Velha e daqui continuavam por uma via secundária até ao monte de São Martinho.

José Teodoro Prata

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Temos uma justiça machista?


A questão da qualidade da nossa legislação tem sido muito debatida nos últimos tempos, quer em artigos na imprensa, debates na televisão ou fóruns nas rádios, a propósito de vários acórdãos em julgamentos de violência doméstica, violação e abusos sexuais, (para quem não tem acompanhado muito este debate e estiver interessado, pode consultar a internet).  
Mas penso que vale a pena deixar aqui o essencial das visões de duas pessoas com responsabilidade nesta problemática, o Presidente do Sindicato dos Magistrados do M.P. e a Presidente da UMAR (União da Mulheres, Alternativa e Resposta) que, como é quase óbvio, são bastante diferentes.
Assim, segundo o P. S. M. M. P. «Não temos uma Justiça machista; tanto mais que a maioria dos magistrados dos tribunais são mulheres. Seria dizer que temos uma justiça machista feita por mulheres…». Terá alguma razão este Magistrado: muitas das coisas mais bizarras e retrógradas sobre igualdade de género e direitos das mulheres, tenho-as ouvido quase sempre de mulheres, o que muito me entristece e preocupa, por achar que as mudanças essenciais ainda vão levar muito tempo a acontecer.
Já a Presidente da UMAR, diz o seguinte: «Temos de facto uma justiça machista e cheia de estereótipos sexistas e de descriminação de género (…). O machismo não é uma condição de se nascer de um sexo ou de outro, é uma forma de pensar e de agir; e não se é machista por se ser homem, ou feminista por se ser mulher. O machismo é uma forma de perpetuar desigualdades e descriminações, e isso atinge mulheres e homens, e de uma forma patriarcal de educar uma sociedade. As interpretações da lei e as sentenças dos juízes refletem a forma como foram educados, quer na família quer na sociedade.»


Com lições como esta, das quais muitos fomos tão bons alunos, não admira que tenhamos ainda Juízes e Juízas a citar leis e a emitir opiniões quase medievais nos acórdãos que fazem. É preocupante, tanto mais que os Magistrados deveriam ser as pessoas mais qualificadas, cultas e independentes da hierarquia do Estado.
Pelos vistos ainda há muito a fazer, nas famílias e nas escolas (ainda não há muito tempo, nas salas de jardim de infância organizadas por “cantinhos”, não eram bem vistos os meninos que brincavam na “cozinha” ou as meninas que brincavam com carrinhos), mas também ao nível das leis e da sua aplicação.

M. L. Ferreira

sábado, 20 de outubro de 2018

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Formiguinhas


Quase todos nos lembramos ainda das eiras que havia à roda da nossa terra. No verão enchiam-se de cereais, e o som cadenciado do mangual, substituído mais tarde pelas malhadeiras, ouvia-se ao longe durante vários dias. A seguir ao trigo e ao centeio, vinha o milho, o feijão e os figos.
A pouco e pouco estas imagens foram rareando, e atualmente já mal se vêem. Aqui no Casal da Fraga resta-nos ainda a que foi do senhor Joaquim Guilherme e agora é da filha Emília e do genro António (o Marinheiro), que todos os anos, por esta altura, é um regalo, só de olhar para ela. 


Trabalham de sol a sol, ou muito para além disso, mas, quais formiguinhas, têm a certeza dum inverno farto de tudo.

M. L. Ferreira