terça-feira, 22 de abril de 2014

ABRIL, Sempre

Primavera de Abril

Manhã radiosa
Manhã florida, maravilhosa
Manhã esperançosa
Manhã libertadora
Manhã criadora
Manhã salvadora
Manhã sem grilhetas
Manhã de festa...
Manhã sem tretas 
Manhã como tantas outras de Abril
De repente...Aqui comando da revolução
Sai a tropa para o regime derrubar
A caminho da capital, mais de mil
Soldados equipados com armas na mão
Há muito que tinha morrido Salazar
Governava Marcelo, mais liberal e menos vil
O povo com alegria chorava
O povo com alegria cantava
O povo com alegria se abraçava
O povo unido dançava
O povo unido mandava
O povo unido rezava
O povo saiu à rua, somos livres

Todo Portugal gritava; liberdade, liberdade
Em uníssono...nunca pode ser vencido
Quarenta e sete anos de fascismo e ditadura
Chegou ao fim a opressão à aldeia, vila ou cidade
Alegria, queremos o fim das guerras, o povo unido
E os militares com alegria, coragem e lisura
Derrubaram o governo, grande alegria e amizade
Começou a haver mais igualdade
Caiu a tirania a ditadura, entrou a democracia
Terminavam e caiam as grilhetas da opressão
Criava-se o associativismo e a fraternidade
Nascia uma nova esperança, um novo dia
Grândola vila morena foi a senha, a canção
E o povo gritava; liberdade, amizade
Foi um dia importante para Portugal
Graças ao capitão patriota e libertador
Maia era o seu nome, militar bom e honrado
Depois de morto transformaram-te em herói nacional
Homem corajoso, libertou-nos do tirano do opressor
Destemido, que saudades do bom soldado
Dialogante, nunca quis sangue, nem fazer mal
Otelo, Spínola, Vasco, Soares ou Cunhal
Azevedo, Gomes e tantos outros libertadores
Soldados e capitães, homens valentes e corajosos
Em democracia começaram a governar Portugal
Livrando-nos dos antigos ditadores e opressores
Gente de fibra, patriotas, democratas valorosos
Abril sempre...aqui ou em qualquer outro local
                 Zé da Villa

José Teodoro Prata

4 comentários:

José Teodoro Prata disse...

25 de Abril, poemas do José Bernardino e do Zé da Villa, canções...
E as histórias dos militares de Abril(Ernesto Hipólito e José Barroso)?
Temos tempo, o importante é chegarem!
Um abraço.

Ernesto Hipólito disse...

Zé Teodoro.

Eu entrei para a tropa no dia 24 de Abril de 1974.
Cheguei e fiz o que consta dos livros!!!

O que queres mais?

O amigo.
Ernesto Hipólito.

P.S.

Um dia destes vou contar umas coisas sobre a Revolução.

José Teodoro Prata disse...

Mas é precisamente a essas histórias que eu me refiro!
Um abraço.

Anônimo disse...

A Guerra colonial foi um dos acontecimentos mais tristes da nossa História. Triste para os que partiam, ao engano, e na incerteza do regresso; triste para os que ficavam, amortalhados na saudade de dois anos sem fim. Dos outros, os donos da terra, miseráveis, a viver como escravos, nem sei que dizer…
É por isto que a descolonização foi uma das conquistas mais importantes do 25 de Abril.
Para os que, ainda hoje, só lhe apontam defeitos, talvez possamos pegar nas palavras do Pacheco Pereira sobre os críticos do PREC e dizer que também eles falam assim porque não queriam a descolonização. Sabe-se lá porquê…
Mas ela fez-se! E veio a democracia e o desenvolvimento!... E com elas tantas coisas boas para o Povo! Mais igualdade, mais liberdade, mais pão, mais saúde, mais educação.
Não quero acreditar que tudo isto tenha sido apenas uma miragem e muito menos que nos conformemos com o retrocesso nestas conquistas. É que, com o disse Mandela: «Democracia com fome, sem educação e saúde para a maioria, é uma concha vazia».

M. L. Ferreira