terça-feira, 5 de janeiro de 2016

A felicidade

Faz parte da Constituição Francesa e Americana já dos finais do séc. xviii, como um dos direitos do ser humano, a procura da felicidade.
Antes como hoje, todos a procuramos e poucos a encontram, porque a procuramos fora, quando ela está dentro de nós.
A felicidade exterior é como o horizonte por cima do Ingarnal. Se nos dermos ao trabalho de lá subir, (um sítio maravilhoso, que recomendo) verificamos que se desloca invariavelmente para a Serra do Muradal, um bocado mais a baixo.
O meu pai contou-me que, quando era criança, julgava que o mundo acabava ali (no horizonte) e que ficou deslumbrado quando, ainda gaiato, foi ao Zêzere apanhar umas pedras para afiar o podão, os machados e as facas. Ao atravessar a serrania, viu que outras serras lhe apareciam, umas atrás das outras.
A vida é assim…uma tentativa constante de ultrapassarmos o nosso Ingarnal, no sentido do Cabo das Tormentas, (para os infelizes que não conhecem o Ingarnal), mas sempre na expectativa que se converta para cada um de nós no Cabo da Boa Esperança.

F. B.



O Francisco Barroso tem a enorme capacidade de dizer tudo sobre determinado assunto, em poucas palavras.
Neste caso, foi sobre a felicidade. O texto acima foi enviado em forma de comentário à história da Libânia, mas eu passei-o para aqui, com medo que alguém o perdesse, o que seria uma pena, sobretudo para esse alguém.
A paisagem mostra o Ingarnal, aldeia e cume.

José Teodoro Prata


É verdade! Às vezes também fico desconsertada pela forma simples, e aparentemente fácil, como o Francisco define e fala das coisas mais complexas. Oxalá todos conseguíssemos viver a vida assim!
Deixo esta fotografia de uma das últimas luas cheias de 2015, como paga da do Ingarnal. É para todos, mas principalmente para o Francisco, já que, penso, tem ao fundo a sua Serra. É o meu presente de Natal! 


M. L. Ferreira

2 comentários:

Anônimo disse...

De facto, felicidade é das coisas mais difíceis de definir. Tal como o amor. Mesmo o Camões não conseguiu defini-lo. Ora era um fogo que arde sem se ver (arder), ora um contentamento descontente, ora uma dor que desatina sem doer.
Adam Smith, considerado o primeiro economista, com fundamento no seu livro "A Riqueza das Nações", dizia que vivemos no melhor dos mundos. Pois se dermos liberdade para que cada um seja, individualmente, feliz, toda a sociedade encontrará, necessarimente a felicidade. E perguntava quem era mais feliz: se um rei que toda a vida persegue a felicidade e nunca a encontra; ou um pobre num vergel, à beira de um regato, em dia de sol, ouvindo o cantar das aves, enquanto come a merenda, etc.
Ora, razão tem o Zé Teodoro quando diz que o Chico Barroso, conseguiu dizer-nos mais, com menos palavras, sobre a questão da felicidade. Bastou recorrer àquele exemplo da subida à serra do Ingarnal.
O que confirma que um exemplo é bem mais profícuo que mil palavras!
Abraços.
ZB



Anônimo disse...

Passamos a vida procurando a felicidade e quando a achamos chuta-mo-la para voltarmos a procurá-la... e andamos nisto
-A felicidade é uma bola de futebol, temo-la na mão, chuta-mo-la, corremos atrás dela e quando a temos junto a nós o que fazemos! em vez de a apanharmos damos-lhe um pontapé e voltamos novamente a correr atrás da redondinha
-Como dizia o saudoso Raul Solnado:-Façam favor de ser felizes.
J.M.S