terça-feira, 11 de junho de 2019

Os Sanvicentinos na Grande Guerra

António Amaro


António Amaro nasceu no Violeiro, a 9 de setembro de 1894. Era filho de Domingos Amaro, natural de Almaceda, e de Delfina Rosa Martins.
Assentou praça no dia 9 de Julho de 1914, e foi incorporado em 13 de julho de 1915, no 2.º Batalhão do Regimento de Infantaria 21, em Castelo Branco. Era analfabeto e tinha a profissão de jornaleiro.
Mobilizado para a Guerra, embarcou para França, no dia 21 de Fevereiro de 1817, fazendo parte da 1.ª Companhia do 1.º Batalhão de Infantaria do Regimento de Infantaria 21, como soldado número 561, placa de identidade n.º 36854.
Do seu boletim individual do CEP consta apenas o seguinte:
a)   Louvado pela coragem e disciplina que demonstrou durante o raide efetuado no dia 9 de março de 1918;
b)   Diligência para as linhas de Aldeia, desde 6 de fevereiro de 1918; presente em 3 de março.
c)    Regressou a Portugal, no dia 25 de fevereiro de 1919, a bordo do vapor Helenus, tendo desembarcado em Lisboa, a 28 do mesmo mês.
d)   Passou à reserva ativa, em 11 de abril de 1928, e à reserva territorial, a 31 de Dezembro de 1935.
Condecorações e louvores:
·        Medalha militar de cobre com a legenda: França 1917-1918; 
·        Louvado pela coragem e disciplina que demonstrou no raide efetuado pela sua companhia, no dia 9 de março de 1918, contribuindo pelo seu esforço e ação para o completo êxito daquela operação.


Família:
António Amaro casou com Maria Angelina, no Posto do Registo Civil de São Vicente da Beira, em 1927, e tiveram três filhos:
1.    Germano Amaro, que faleceu ainda jovem;
2.    António Amaro, que também faleceu jovem;
3.    Arminda Amaro, que casou com Fernando António, natural da Partida, e tiveram dois filhos.
António Amaro viveu sempre no Violeiro, onde trabalhou na agricultura e como serrador. Dizem que era uma pessoa muito frágil, fisicamente, e “muito nervoso” o que pode justificar-se pelo facto de ter sido ferido por gases durante a guerra e todas as outras dificuldades por que terá passado em França.
Nunca conseguiu que lhe fosse atribuída a pensão a que teria direito pela sua participação na guerra. A filha, emigrante em França, já depois da sua morte ainda tentou junto do governo francês que fosse atribuída à viúva alguma compensação, mas a resposta que obteve foi que o governo português é que tinha obrigação de o fazer, porque tinham para cá enviado muito dinheiro pela entrada de Portugal na guerra. As diligências feitas em Lisboa também não foram mais bem sucedidas…
No dia 29 de setembro de 1966, como era habitual naquele tempo, António Amaro deslocou-se, a pé, desde o Violeiro até à Vila. Demorou a regressar a casa e, quando foram à procura dele, encontraram-no caído, já sem vida, quase a chegar a São Vicente. Tinha acabado de fazer 72 anos.

(Pesquisa feita com a colaboração de Emília Martins, esposa de um dos netos)

Maria Libânia Ferreira
Do livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"
À venda, em São Vicente, nos Correios e no Lar; em Castelo Branco, na Biblioteca Municipal.
O dinheiro da venda dos livros em São Vicente reverte para a Santa Casa da Misericórdia.

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