domingo, 17 de outubro de 2021

Boletim climatológico de setembro de 2021

O IPMA já publicou o seu boletim de setembro. Nós tivemos um setembro normal, mas a temperatura no mundo continua alta, o que terá impacto também aqui. Reparem no calor que fez nas zonas polares! O gelo vai continuar a derreter e o nível do mar a subir. Já se fala em retirar as pessoas de zonas baixas da nossa costa, como Caparica, Aveiro, Esposende...

A cimeira do clima decorrerá em Glasgow, na Escócia, entre 31 de outubro e 12 de novembro. Mas irão os líderes mundiais comprometer-se com o que é necessário fazer? E depois irão cumprir? E nós, os habitantes do planeta, vamos abdicar de estilos de vida a que nos habituámos nos países mais ricos?

O mês de setembro de 2021 está entre os 4 mais quentes a nível Global (2020, 2021, 2019 e 2016).

Na Europa

Setembro de 2021 registou um valor médio da temperatura média do ar 0.2 acima do valor normal 1981-2010, no entanto verificaram-se contrastes significativos entre a Europa Ocidental e Oriental (Fig. 1).

Assim na maioria das regiões ocidentais foram registados valores de temperatura muito acima da média, por exemplo o Reino Unido registou o seu 2º setembro mais quente de sempre. Por outro lado, na parte leste do continente Europeu registaram-se valores de temperatura inferiores à média, por exemplo Helsínquia teve o setembro mais frio desde 1997.

Em relação à precipitação na Europa setembro de 2021 foi mais seco do que a média em grandes partes do sul da Europa e mais húmido do que a média na parte oeste da França, na Península Ibérica e ao longo da costa oriental do Mar Negro.

Em Portugal continental

O mês de setembro de 2021, classificou-se como normal em relação à temperatura do ar e chuvoso em relação à precipitação (Fig. 2).

O valor médio da temperatura média do ar, 20.36° C, foi +0.14° C superior ao valor normal 1971-2000.

O valor médio de temperatura máxima do ar, 26.13° C, foi inferior ao valor normal, com uma anomalia de -0.16° C, sendo o 4º valor mais baixo desde 2000. O valor médio de temperatura mínima do ar, 14.60° C, foi 0.44° C superior ao valor normal.

Durante o corrente mês a temperatura máxima do ar foi quase sempre próxima ou inferior ao valor normal mensal, exceto nos períodos 2 a 6 e 11 a 12. Em relação à temperatura mínima verificaram-se 2 períodos distintos, a 1ª quinzena com valores quase sempre superiores à normal e a 2ª quinzena com valores em geral inferiores à normal.

O valor médio da quantidade de precipitação em setembro, 66.8 mm, foi superior ao valor normal 1971-2000, correspondendo a 159% e sendo o 4º valor mais alto desde 2000.

No final do mês de setembro 43% do território estava em situação de seca meteorológica. Verificou-se uma diminuição significativa da área em seca meteorológica em Portugal continental. Mantém-se a situação de seca apenas nas regiões a sul do Tejo onde se verificou uma diminuição da sua intensidade, predominando agora as classes de seca fraca e moderada.

Alteração de 18 de outubro: sobre a subida do nível da água do mar, ver notícia e imagens neste link do Público (se o jornal deixar...): 

https://www.publico.pt/2021/10/17/p3/noticia/vai-mundo-nivel-mar-continuar-aumentar-1980982

José Teodoro Prata

3 comentários:

José Barroso disse...

Já passaram aqui alguns temas interessantes sobre os quais gostava de ter dito qualquer coisa. Como já venho a destempo (como diz o nosso Aquilino), só dou um lamiré muito breve.
Em relação ao tio Hipólito, que morava no Cimo de Vila, todos ainda nos recordamos da fatalidade da sua morte com as tais perturbações de guerra. A guerra não é um mal necessário.
Quanto à Senhora da Lapa, o Aquilino fala muitas vezes dela na sua obra. Curiosamente, estou mesmo a acabar "Terras do Demo", na parte em que a Teresa Zabana consegue levar a Glorinhas àquela romaria para que o abastado Inácio Mioma a possa ainda convencer a deixar o noivo (Joaquim Javardo) para casar com ela. E, claro, a Zabana receberá a sua quota parte no negócio casamenteiro.
Bela reportagem da Libânia!
O Aquilino é ímpar!
Do clima já sabemos muita coisa. Neste momento, estamos a pagar mais caros os combustíveis por causa da descarbonização; pois diz-se que a subida de preços é para desincentivar o consumo de combustíveis fósseis. Não sei se será apenas isso. Pois, tivemos a pandemia e agora com a abertura da economia há mais procura. Pode ser que os preços tenham a ver com isso. Lei da procura e da oferta. Penso que quando o mercado estabilizar os preços descem. Até porque não se compreenderia que, numa altura em que cada vez são mais as energias alternativas os preço do petróleo subissem. Sou adepto da descarbonização, mas o país ainda não está preparado para que se possam generalizar os carros elétricos.
Mas, para já, o que eu queria era mais chuva por causa dos míscaros.
Abraços, hã!
JB

M. L. Ferreira disse...

Ainda há míscaros? Aonde é que vais a eles, ZB?
Sobre o assunto em discussão, estava mesmo agora a ouvir o PM a fazer declarações após as cerimónias da trasladação de Aristides de Sousa Mendes para o Panteão Nacional, e sobre o preço dos combustíveis, insistia ele na necessidade da sua manutenção com base na ideia/falácia de que um alívio iria aumentar o consumo em vez de motivar para o uso dos transportes públicos. Mas que transportes públicos? Os autocarros em Lisboa, em vez dos 20 minutos previstos para fazerem um determinado trajeto levam mais de uma hora; os parques de estacionamento perto dos terminais do Metro e autocarros são poucos e caros, etc. etc… Em São Vicente, e quase de certeza noutras localidades, cada vez há menos autocarros para Castelo Branco ou Fundão, onde as pessoas precisam de ir tratar de assuntos que cada vez menos conseguem resolver perto de casa.
Estas conversas são duma hipocrisia que nos tira do sério.


Anônimo disse...

Esta maneira séria de fazer política em Portugal está a empurrar-nos cada vez mais para Marrocos. O Saramago tratou bem a coisa na “jangada de pedra” só na rota é que houve algum engano. O rumo para ocidente infletiu para sul. Quais américas estamos cada vez mais africanos. Basta ver a qualidade das frotas à porta dos Ministérios. Os belos “carros do povo” para uso exclusivo dos membros do Governo e pessoal dos gabinetes e vem agora a Libânia com essa história dos transportes públicos…mas que ralações...provavelmente essa gente nem sabe bem o que é isso. Se tivessem conhecimento do problema já o teriam resolvido. Empenhados e inteligentes que são…
De maneiras que é assim
Adeus FB