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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Histórias dos enxidros aos casais


Uma colega, nascida e criada em Lisboa, mas com raízes na Beira, comprou um livro dos Enxidros e disse-me que o ia oferecer à mãe, pois ela gostaria de ler aquelas histórias antigas.
Afinal leu-o ela primeira, aproveitando uma viagem de comboio para Lisboa. Ficou maravilhada com as nossas histórias, lamentando-se de em Lisboa não ter tido vivências tão interessantes como as que nós tivemos por cá. Não concordo muito, pois o interesse das vivências depende sobretudo da importância que lhe dá quem as vive. Mas pronto, fiquei babado.
A imagem, dos alunos do 2.º ciclo do agrupamento de escolas José Sanches (Alcains) e S. Vicente da Beira, retrata o entardecer em que uma banda de rock inglesa nos veio desassossegar, no verão de 1975, com um ritmo maluco que nós mal conhecíamos ainda. No desenho, os autores puseram a assistência a vibrar com a música, porque já são deste tempo e por isso não estiveram entre aquela assistência pasmada.

José Teodoro Prata

domingo, 6 de novembro de 2016

Ontem, na Partida

Como sempre, fomos bem recebidos no Pequeno Lugar, uma casa que está cada vez mais bonita.
E foi um serão bem passado. Com muitas histórias, conversas, gente bem disposta...


...interessada...

 

... e participativa. Para além das histórias que lemos, algumas das pessoas da assistência ofereceram-nos outras que fazem parte das suas memórias mais antigas.

      
   O coro do nosso rancho ajudou, mais uma vez, a abrilhantar a apresentação.


Para além do convívio e da boa disposição, valeu também a pena porque se venderam mais alguns exemplares do livro. Como sempre generoso, o povo da Partida!

M. L. Ferreira

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Na escola de São Vicente


As professoras Rosa Caetano e Idalina Oliveira, respetivamente diretora do agrupamento e professora responsável pela ilustração do livro, 
em equipa com a professora Luísa Nave, ao seu lado na mesa.

No passado dia 20 o livro “Dos Enxidros aos Casais Histórias e Gentes de São Vicente da Beira” foi apresentado na escola de São Vicente.
A sala da biblioteca encontrava-se cheia de alunos; o livro também é deles, os alunos do segundo ciclo do agrupamento José Sanches de Alcains e São Vicente, com a ajuda das professoras, ilustraram muito bem com desenhos algumas das histórias.
À medida que ouviam as histórias que cada autor contava, parecia que queriam mastigar as palavras, tal a atenção, nomeadamente os mais novinhos.
A certa altura, um aluno perguntou se o livro trazia alguma história que falasse do Louriçal do Campo; o José Teodoro respondeu que sim, ficou contente.
Coube-me ler a lenda da Pedra da Sobreposta; finda a leitura, alunos do Louriçal fizeram perguntas.
Tão perto se encontra da vila e quase ninguém a conhece, vale a pena ir ao local, é enorme…
O envolvimento entre autores, professores e alunos foi notório; incentivaram-se os alunos a escreverem histórias que ouçam contar aos avós, pais...
A hora passou depressa, a campainha chamava-os para outra aula, os alunos partiram mais enriquecidos e nós também.
À directora do agrupamento, aos professores e funcionários que tão bem nos acolheram, bem hajam.

José Manuel dos Santos


Entrei neste projeto com muito entusiasmo e cheia de confiança, principalmente porque sabia que tinha a proteger-me, a mim e aos mais inexperientes, alguém com algum traquejo nesta andanças. Era um caminho que tinha tudo para dar certo.
Mas como em qualquer projeto, sabemos de onde partimos e não sabemos onde vamos parar. É assim quase como que um tiro no escuro; neste caso, penso que foi mais como um papagaio que lançámos e voou mais alto do que supúnhamos.
Há dias, à saída do Lar onde tínhamos ido retribuir aos nossos “Crescidos” algumas das histórias que eles nos tinham contado, o José Teodoro desabafava: «Só por este bocadinho já valeu a pena todo o trabalho que tive com o livro». Estou completamente de acordo com ele, e a prová-lo também está o comentário da Luzita Candeias sobre o assunto.
E a experiência repetiu-se nas escolas de Alcains e São Vicente. Foi muito gratificante ver o interesse com que os alunos nos receberam, a atenção com que ouviram as histórias que levámos para eles e a participação curiosa no final, com perguntas sobre o que tinham ouvido.
A nós (escritores, como eles já nos chamavam) faltou-nos tempo para falar de tudo o que tínhamos para dizer e ouvi-los com mais atenção. Mas esperamos que, para além do prazer que tivemos em estar todos juntos, lhes tenhamos deixado uma sementinha e dentro de algum tempo sejam eles a convidarem-nos para a leitura das histórias que eles mesmo tenham escrito.


M.ª Libânia Ferreira


Já se escreveu acima quase tudo o que eu poderia escrever. De entre os autores, nós os três tivemos a sorte de viver os melhores momentos no contacto com o público.
Este projeto ultrapassou todas as minhas melhores expetativas, quer em número de livros vendidos neste primeiros três meses, quer em contactos com o público, seja ele infantil, idoso ou diversificado.
Por outro lado, este êxito junto do público é também a prova de que juntos valemos muito mais cada um em separado. Só o trabalho em equipa permitiu o sucesso das apresentações, tal como já se provara na feitura do livro, quer pela equipa de autores, quer pela colaboração dos alunos do agrupamento de escolas de Alcains e São Vicente.
E por último, a valorização do nosso património. Temos sido muito bem recebidos, porque falamos às pessoas nas coisas que são suas, que fazem parte da sua cultura.
Proximamente, voltaremos a Alcains, para contar as nossas histórias aos alunos do 1.º ciclo. E no dia 5 de novembro, estaremos na Partida.


José Teodoro Prata

Os desenhos dos alunos do 1.º ciclo, após a nossa apresentação.




José Teodoro Prata
Colaboração da professora Maria da Luz Teodoro e da funcionária Célia Francisco

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Ajudar


Há duas razões poderosas para comprar o livro "Dos enxidros aos casais: histórias e gentes de São Vicente da Beira", uma coletânea de histórias publicadas neste blogue.

A primeira prende-se com a própria natureza do livro. Escrevi no seu prefácio:
São histórias simples de pessoas simples, algumas de pé descalço, literalmente. Não foram escritas para serem lidas em suporte de papel, assim reunidas em livro, mas concluímos que, dispersas pelo universo dogotal, corríamos o risco de esquecer algumas das nossas memórias.
(...)
Um dia, a propósito de algumas casas da freguesia de São Vicente, escrevi no blogue: «Os nossos antepassados trabalharam como mouros, sofreram como cães e tombaram como tordos. Mas, quando vejo estas obras que nos deixaram, sinto que caminhamos aos ombros de gigantes.» O mesmo sentimento se apodera de mim ao reler esta coletânea de histórias. Cada uma delas, em separado, é quase insignificante, mas juntas têm a força que nos dá sentido como comunidade.

A segunda é assistencial. Como sabemos, as finanças da Santa Casa da Misericórdia estão em situação difícil há muitos anos. No passado, os nossos pais e avós mobilizaram-se para  ajudar a manter o Hospital da Santa Casa, através cortejos de oferendas. Hoje temos oportunidade, dada pela Câmara Municipal (que pagou a edição do livro), de angariar até perto de 3 mil euros para o Lar da Santa Casa. Por apenas 10 euros, a troco de um livro que conta as nossas histórias. Estejamos à altura do desafio!

José Teodoro Prata
Foto de Florinda Carrega