quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A emboscada na Enxabarda


Aquele entardecer invernoso foi um dos momentos mais traumáticos vividos pelo exército francês, em Portugal. Muitos anos mais tarde, quando uma emigrante da Enxabarda se apresentou, para o serviço doméstico, na casa de um alto oficial francês, ele exclamou: “Enxabarda, a terra por onde os franceses tanto temiam passar!”.
Fez precisamente 200 anos, no passado dia 1 de fevereiro. O recontro militar da Enxabarda foi um episódio da 3.ª Invasão francesa. As tropas do General Massena venceram Almeida, passaram o Buçaco e desceram para Lisboa. Mas, na zona de Torres Vedras, foram travadas pelas famosas Linhas de Torres, fortificações militares em todos os pontos altos, entre o mar e o Tejo, prontas a metralhar os franceses na sua passagem pelos caminhos dos vales.
Massena sabia o que o esperava e não ousou avançar. Pediu reforços à retaguarda e de Ciudad Rodrigo veio em seu socorro o Regimento 30, composto por 3.000 cavaleiros e infantes, sob o comando do General Foy.
Atalhou caminho pela Estrada Nova, o percurso mais curto para o Ribatejo e a Estremadura, pelo Sabugal, Fundão e Abrantes. A Estrada Nova era de facto nova, nesse ano de 1811. Mandara-a construir o Marquês de Alorna, comandante militar da Beira, em 1801, durante a Guerra das Laranjas, travada contra o exército franco-espanhol. Ligava Cardigos à Enxabarda, pela Isna, Estreito, Foz do Giraldo, Alto do Ingarnal, sempre pelos cumes da Gardunha, até à Eira dos Três Termos (acima do Vale de Figueiras), onde descia para a Enxabarda. Daqui para o Fundão já havia estrada, tal como entre Abrantes e Cardigos.
Mas a notícia da passagem dos franceses chegou à Gardunha mais depressa do que o regimento. O Tenente-Coronel Grant, oficial inglês do exército luso-britânico, avançou para a serra apenas com 80 ordenanças de Alpedrinha. Na Enxabarda, preparou uma emboscada ao regimento francês. Vieram juntar-se-lhe centenas(milhares?) de populares dos povos das encostas da Gardunha. Entre a Enxabarda e a Foz do Giraldo, cavaram fossos na estrada, logo disfarçados com paus, mato e terra. Nalguns, colocaram estacas afiadas, no fundo.
As tropas francesas chegaram cerca das 4 horas da tarde e foram surpreendidas por um cerrado fogo dos portugueses escondidos atrás das moitas. Tiros, correrias, sofrimento, morte. A batalha só terminou quando a noite tudo envolveu no seu manto negro.
Ao amanhecer, fez-se o balanço: 207 franceses mortos, muitos deles ao longo da noite, dos ferimentos e de frio; 18 prisioneiros; bagagens; bois e carros de trigo. Longe das vistas do oficial inglês, os populares apoderaram-se de tudo o que lhes veio à mão. Contam-se histórias de um tesouro francês que fez a fortuna dos Gama do Maxial da Ladeira.

Notas:
Esta síntese foi elaborada a partir de documentos já apresentados nas seguintes publicações: “Estrada Nova” de 3 de Setembro de 2009; “Invasões Francesas 6” de 2 de Outubro de 2009; “Invasões Francesas 7” de 3 de Outubro de 2009.
As imagens e respetivas legendas são da edição impressa do Jornal do Fundão, deste 10 de fevereiro, em que ilustram um artigo do Professor Candeias da Silva, sobre o mesmo assunto.



sábado, 5 de fevereiro de 2011

Dona Úrsula

A única mulher que deu nome a uma rua, em São Vicente da Beira, chamava-se Úrsula Maria Robalo(Roballa,na época) e nasceu em Vila Velha de Ródão, de pais residentes nas Sarzedas, onde viveu até casar. O matrimónio foi anterior a 1720, com António Velho de Brito, natural de Monsarraz e Capitão de Cavalos, em Morão.
O casal fixou residência em São Vicente, talvez porque o noivo, reformado da vida militar, tenha decidido voltar à terra dos seus antepassados, pois aqui havia pessoas com o apelido Velho de Brito. Mas esta é apenas uma hipótese.
A documentação da época refere 6 filhos deste casal: Antonio (nascido em 1720), Joana, Francisco (a mãe deixou duas missas por sua alma), Isabel e Constança (a mãe deu, em testamento, um cadeado de ouro a cada uma) e Luís Nogueira de Brito, seu testamenteiro.
Dona Úrsula faleceu, no dia 8 de Julho de 1764. Teria pouco mais de 20 anos quando casou e veio morar para São Vicente. Aqui viveu mais de 40 anos, sendo considerada de São Vicente, pelo Cura Domingos Gaspar, que registou o seu óbito e o seu codicilo(pequeno testamento).
A Câmara deu o seu nome à rua onde morava e também é lembrada na toponímia de uma propriedade, a Tapada de Dona Úrsula.
Em 1775, a casa onde Dona Úrsula vivera já estava sem morador e, no ano de 1779, o seu filho Luís Nogueira de Brito não vivia em S. Vicente da Beira. Em 1808, a azenha deste, na Torre, já andava na posse dos seus herdeiros.


Codicilo de Dona Úrsula Robalo:
(Linguagem e pontuação actualizadas)

«Primeiramente, deixa que seu corpo seja sepultado na Igreja Matriz desta vila de São Vicente da Beira e que, sendo horas competentes, se lhe faça uma vigília do uso da Igreja. No dia do seu falecimento, acompanhem seu corpo os clérigos da freguesia e lhe digam missa por sua alma cada um. E o ofício devido da Igreja se lhe faça o mais breve que puder ser.
Deixa mais, por sua alma, cinquenta missas; item deixa as três missas de Santa Catarina; deixa por alma de seu marido, dez missas; por alma de seu pai e mãe, oito missas; por alma de seu filho Francisco, duas; pelas almas do Purgatório, duas; por penitências mal cumpridas, duas; pelos irmãos das Irmandades a que tiver faltado com as rezas, duas; ao Anjo da sua Guarda, uma missa; à santa do seu nome, uma; ao Santo Nome de Jesus, uma; à Senhora do Rosário, uma.
Deixa que a acompanhem todas as Irmandades desta freguesia e a cada uma lhe deixa meio alqueire de centeio.
Declara ela testadora que, depois de seu bem de alma satisfeito e dívidas pagas, deixa o que … (sobrar) da sua terça a sua filha Dona Isabel. Deixa que a um rapaz que criou, chamado Vicente Velho, de Maria de Sousa, lhe mandem ensinar um ofício ou lhe dêem dinheiro para comprar uma besta menor.
E roga a seu filho Luís Nogueira Velho que, pelo amor de Deus, queira ser seu testamenteiro, de quem fia, como bom filho que foi sempre, dará inteiro cumprimento a esta sua disposição.
Declarou mais ela dita testadora, na presença das testemunhas neste codicilo assinadas, que deixava mais uns cadeados de ouro a sua filha Dona Isabel e a sua filha Dona Constança, pelo amor de Deus, por ser assim a sua última vontade.»
(Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Registos Paroquiais de São Vicente da Beira, Óbitos, microfilme 145)


Genealogia de Dona Úrsula Robalo:

1. António Nogueira era filho de António Nogueira, senhor de um morgado com capela na Igreja das Sarzedas, onde moravam. Casou com Isabel Tavares.
2. António Nogueira de Tavares “o Velho", filho dos anteriores, casou com Filipa Rodrigues Peres e foi Capitão-Mor das Sarzedas.
3. Um filho deste casal, Domingos Nogueira Peres, nascido nas Sarzedas, em 1627, foi também Capitão-Mor das Sarzedas. Depois serviu na Guerra da Restauração (1640-1668), no posto de Capitão de Infantaria de Auxiliares. O Terço de Infantaria de Auxiliares, também chamado Terço das Ordenanças, agrupava 3000 soldados das ordenanças locais e, em 1796, passou a chamar-se Regimento de Milícias. Casou, em S. Vicente da Beira, com Maria de Lemos, no ano de 1653. Ficou a viver na Vila, onde foi Capitão-Mor e faleceu, em 1685. Em S. Vicente da Beira, foi senhor da Casa dos Nogueiras.
4. Leonor Nogueira, também filha de António Nogueira de Tavares “o Velho” e de Filipa Rodrigues Peres (n.º 2), casou com Diogo de Sequeira Pecegueiro, na povoação de Álvaro, mas ficou a morar nas Sarzedas, pois aí nasceram os filhos do casal.
5. Margarida Nogueira de Andrade, filha da n.º 4, nasceu nas Sarzedas, em 1630, e casou com Pedro Luís da Costa, de Tinalhas. Também residiram nas Sarzedas, pois aí nasceram os seus cinco filhos.
6. Luís Nogueira da Costa, filho da n.º 5, casou, nas Sarzedas, com Maria Robalo de Abreu.
7. Úrsula Maria Robalo, filha do n.º 6, nasceu em Vila Velha de Ródão, mas o seu registo de casamento atribui-lhe a naturalidade das Sarzedas, pois terá lá vivido até casar. Depois residiu em S. Vicente da Beira, onde casou com António Velho de Brito, de Monsarraz. O casal teve seis filhos: António e Francisco, que faleceram antes da mãe; Isabel e Constança, a quem sua mãe deixou alguns bens em codicilo; Luís Nogueira de Brito, que as genealogias não referem, mas sabemos ter sido testamenteiro de sua mãe e dono de uma azenha na Torre; Joana Úrsula de Abreu Velho, que segue.
8. Joana Úrsula de Abreu Velho, filha da n.º 6, nasceu em S. Vicente da Beira, no ano de 1724, e casou no Freixial do Campo, em 1744, com Francisco Ribeiro da Costa, filho de Manuel Jordão da Costa e de Margarida Josefa.
9. António Velho de Brito, filho da n.º 7, nasceu nas Sarzedas, em 1746, e casou em Lisboa. Foi alferes de Cavalaria n.º 4.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A resina no Museu


Vai ser inaugurada domingo, dia 6 de Fevereiro, no Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco, a exposição “A Campanha da Resina”, sobre o ciclo de produção da resina, concebida por Paulo Santiago e organizada e produzida pelo Centro Ciência Viva da Floresta, em colaboração com a Câmara Municipal de Proença-a-Nova. Na cerimónia de inauguração, às 16H00, actua o rancho folclórico “Os Resineiros”, de Corgas, do concelho de Proença-a-Nova.
A mostra, que estará patente até dia 27 de Fevereiro, inclui painéis descritivos de todo o ciclo produtivo, um filme, vestuário e alfaias utilizadas pelos resineiros e até troncos de árvore mostrando como eram feitas as incisões (feridas) e colocados os canecos de barro.
Refira-se que, há meio século, o distrito de Castelo Branco produzia um décimo do total de resina entrada nas fábricas de destilação em Portugal e gerava uma receita anual calculada, à época, em 17 mil contos de réis. A resina natural é obtida por exsudação da árvore a partir de sucessivas incisões no lenho, de forma a fazê-la sangrar. Os resineiros trabalhavam em grupo para os produtores de resina, que lhes pagavam à jorna e simultaneamente pagavam aos donos dos pinhais o número de incisões exploradas.

Fonte: Jornal Reconquista online, 4 de Fevereiro de 2011.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Xisto e granito

As fotos da casa onde foi preso o Pistoria, residência, em 1939, de José Maria Rodrigues e Maria de Jesus Carvalho, merecem-nos um outro olhar, na perspetiva da arte de construir.
São Vicente situa-se em vale xistoso. Bastava escavar no chão e arranjava-se pedra para uma casa. Mas era uma pedra pequena e mole e, assim, para as partes mestras da construção (aberturas e esquinas) ia-se à serra, a cortar e a aparelhar o granito, trazido depois em carros de bois.
Por baixo das janelas, colocavam-se pedras de granito, com apenas 1/4 da espessura da parede (cerca de 20 cm), a fim de permitir que as pessoas estivessem à janela (se a parede ali tivesse a mesma largura, as pessoas mal conseguiam chegar com a cabeça ao exterior). É por esta razão que a janela da primeira imagem tem mais pedras de granito na parte inferior do que nas outras partes envolventes.


O lado da empena, virado a sul. Janela da sala. Na época, a janela era de madeira e de guilhotina.


A porta principal de entrada na casa (dava para a sala), virada a oeste. À esquerda, um curral. O antigo telhado era de telha lusa e a porta de madeira.


A porta de serviço (no corredor que levava à cozinha), virada a este. A antiga porta era de madeira.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Eleições Presidenciais


Apresentam-se os resultados da freguesia de São Vicente da Beira, seguidos das percentagens do concelho (Castelo Branco) e do todo nacional.

Cavaco Silva: 61,55% (437 votos); 50,41%; 52,95%
Manual Alegre: 18,31 (130 votos); 24,57%; 19,76%
Fernando Nobre: 10% (71 votos); 14,39%; 14,1%
José Coelho: 4,37% (31 votos); 4,3%; 4,49%
Francisco Lopes: 3,94% (28 votos); 4,91%; 7,14%
Defensor Moura: 1,83% (13 votos); 1,42%; 1,57%

Votos Brancos: 2,55% (19 votos); 4,8%; 4,26%
Votos Nulos: 2,28% (17 votos); 2,43%; 1,93%

Votantes: 47,97% (741 votantes); 46,55%; 46,52%

Fonte:
Comissão Nacional de Eleições
http://www.presidenciais.mj.pt/index.html

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O livro da Filarmónica



Como noticiei na altura, a Sociedade Filarmónica Vicentina encerrou as comemorações do seu Centenário, com um concerto e o lançamento de um livro, na Igreja Matriz, dia 26 de dezembro, domingo.
De acordo com a sua ficha técnica, não posso transcrever partes do livro ou mostrar imagens, sem uma autorização escrita. Como não a tenho, aqui deixo o que é possível. E sobretudo o apelo para que todos os vicentinos comprem este livro, pois vale a pena e estamos a ajudar a nossa banda.


Ficha Técnica

Título:
Sociedade Filarmónica Vicentina 1910-2010
Um Século de Cultura, Um Século de História

Autor: António José da Conceição (Tó Sabino)

Edição: Sociedade Filarmónica Vicentina

Ano: 2010

Fotografias: Arquivo do GEGA, Tó Sabino, João Paulino, Pedro Gama Inácio, Rui Pedro e Dário Inês

Preço: 10 euros

sábado, 22 de janeiro de 2011

Mais do Pistotira

O tempo
Luís Rodrigues, o menino que correu atrás da mãe e viu o Pistotira ser preso em casa do irmão Zé Maria, fez 79 anos há poucos dias e disse-me que, naquela época, tinha 7 anos. Assim, esta história terá ocorrido cerca de 1939.

O espaço
A história desenrolou-se na Barroca, na Tapada de Dona Úrsula e na Praça: taberna do Arrebotes e antiga Câmara.
A Barroca situa-se acima da Lajes, junto à laje e presa do Paço. Nesse local, o vale afunila e existem muitas captações de águas, em minas e represas (presas), para regadia.
Na altura, só existia uma habitação, na Tapada da Dona Úrsula. A partir de meados do século, foram construídas mais três: uma de Manuel Candeias e Carlota Prata, outra de José Candeias e Estela Prata e uma terceira de António Teodoro e Maria da Luz Prata, os meus pais.
A taberna do Arrebotes situava-se na casa números 26 e 28 da Rua do Beco. Mas não era do João Jerónimo, por alcunha dos Arrebotes, mas sim dos pais da mulher dele, Maria de Deus. Como o João dos Arrebotes também lá vivia e trabalhava, o povo dizia que era a taberna do Arrebotes. Anos mais tarde, o João Jerónimo e a Maria de Deus viveram e exploraram uma taberna na Rua da Igreja, onde os conheci, nos anos 60.
A prisão do Pistotira na antiga Câmara terá sido uma das últimas utilidades do edifício, antes de ser adaptado a Escola Primária, obras que se realizaram pouco tempo depois. A lareira, numa sala ao fundo do corredor, já existia desde o tempo em que ali funcionava a Câmara. Havia uma latada encostada ao edifício, do lado do Largo Hipólito Raposo, onde hoje se situa a sede da Junta de Freguesia e na altura funcionava a Regedoria.


Legenda: 1 - Barroca; 2 - Tapada da Dona Úrsula; 3 - Praça (taberna do Arrebotes e Câmara).


A residência do José Maria e da Maria de Jesus, onde o Pistotira pediu para o deixarem aquecer-se. A presa foi, depois, substituída pelo tanque, mas situava-se mais perto da casa.


A entrada da casa, onde o Pistotira foi bater. Na época, tinha uma porta de madeira. A cozinha era à direita. O postigo, na imagem, era o do corredor para a sala, pois o postigo da cozinha fica à direita, do outro lado da casa. Não o fotografei, porque está tapado com silvas.


Esta quelha/vereda sobe na perpendicular à Rua da Cruz. Foi por ela que os homens desceram, com o Pistotira a arrastar. Não está traçada no mapa acima apresentado, do qual apenas consta a outra quelha.


Casa da Rua do Beco, ao lado da Praça, onde era a taberna do Arrebotes. Seria na porta da esquerda, pois a da direita tem a escadaria para o 1.º andar.

As pessoas
Miguel Rodrigues e Ana Prata viviam na Barroca. Ele era sapateiro e ela doméstica, além do cultivo dos leirões abaixo da casa. Tiveram 10 filhos.
O filho João Rodrigues, conhecido por João Coxo, era alfaiate e morava no Largo Francisco Caldeira, na casa e quintal mesmo junto à Fonte Velha. Teve uma taberna nesse local.
O filho José Maria Prata(ou Rodrigues?) casou com Maria de Jesus Carvalho e viviam na Tapada de Dona Úrsula. Na época desta história, tinham três filhos: o João, que veio à porta, o António e José, ainda muito pequeno, a viver atualmente em São Vicente e que me deu estas informações. Tiveram, depois, mais dois filhos, a Maria de Jesus e o Miguel. Cresci junto a eles. O José Maria ia aos quintos para o Alentejo e trazia muita semente como pagamento. Nós comprávamos-lhe trigo e centeio, para mandar moer ao moleiro da Torre.
O filho José Rodrigues namorava a Maria de Jesus Barroso, que vivia com os pais no Cimo de Vila, numa casa da Rua da Cruz, a fazer esquina, pela parte de cima, com a Rua Manuel Simões. Casaram e fixaram residência numa casa mesmo em frente, onde a Maria de Jesus ainda vive, pois o José faleceu muito jovem, deixando os filhos ainda pequenos.
A filha Palmira Rodrigues casou com Joaquim Craveiro. Este foi trabalhar para França, onde a mulher e os filhos se lhe juntaram. Faleceu há pouco tempo, mas a Palmira ainda é viva. O João Maria Rodrigues Craveiro, autor de um dos comentários ao conto "O Pistotira", é filho deste casal.
O filho Luís Rodrigues casou com Tomázia da Conceição e foi sempre lavrador, primeiro com bois e depois com trator e ovelhas. Acabou por comprar a casa do café da Tia Eulália, na Rua do Beco. Explorou o café por uns tempos, mas já o fechou há anos e adaptou o espaço a habitação.
A filha Cecília foi viver para a Covilhã e faleceu há cerca de 6 anos.
O José Pedro, conhecido por Zé Gato, morava ao Cimo de Vila, na casa da esquina da Rua Manuel Lopes com a Rua Manuel Simões. Nos anos 60, ainda ali conheci a sua esposa, já viúva, conhecida por Maria José Gata. Gata porque era a mulher do Gato.