Mostrando postagens com marcador barragem do casal da serra. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador barragem do casal da serra. Mostrar todas as postagens

domingo, 4 de março de 2012

O nosso falar: estercar

A chamada zona do pinhal, que começa nos Pereiros e acaba nas proximidades de Tomar, é uma região cheia de particularidades.
Região de boa gente, a melhor que conheço, conserva tradições que nas áreas circundantes há muito foram devoradas pela modernidade.
Têm os maranhos (um manjar do Olimpo), ainda fazem a torna (um vizinho ajuda os outros na azeitona e eles vêm ajudá-lo a ele, tudo sem dinheiros) e dizem estercar quando andam a espalhar o estrume (esterco) numa terra de sementeira ou as cabras pastam num terreno de cultivo e aproveitam para se aliviarem.
Na Vila, sede do poder e por isso mais sujeita às novidades, só raramente se usa estercar, pois todos dizemos estrumar.
Mas, em 1769, a palavra ainda tinha dignidade para entrar numa ata camarária.
O Capitão João Duarte Ribeiro do Casal da Serra, aparentado com os Duarte Ribeiro de Tinalhas e Freixial, também tinha casa e terras na Vila. Era um dos homens mais rico e poderoso do concelho.
Trazia arrendada a tapada das Poldras ao Desembargador João Cardoso de Azevedo e, diariamente, as suas ovelhas e cabras desciam do Casal da Serra, atravessavam os Enxidros, passavam por dentro da Vila e vinham pernoitar nas fazendas, para as estercarem.
Foi multado, apresentou reclamação, mas recusaram-lha, por virem as ovelhas serranas misturadas com um cento de cabras. Todos conhecemos o carácter predador das cabras, além de que o gado ignorava que as ruas da Vila não eram sítio para estercar.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Recenseamento militar - 1838

Na reunião da Junta da Paróquia de São Vicente da Beira, a 14 de Setembro, na Sacristia da Igreja Matriz (em obras desde 1918, pelo menos) deu-se cumprimento às ordens de Sua Majestade, a rainha Dona Maria II, recenseando os mancebos que estivessem nas circunstâncias de serem apurados para o exército permanente(de primeira linha).
A listagem elaborada foi a que se segue. Respeitou-se a ordem das pessoas e das povoações como consta da acta da reunião.

Vila
António, com 18 anos, filho de Eleutério dos Santos
José, com 19 anos, filho de José Moreira (com 60 anos)
António, com 24 anos, filho de Margarida dos Prazeres
António, com 22 anos, filho de Maria Luísa
José, com 19 anos, filho de Constantino Fernandes
Francisco, com 18 anos, filho de Inês Ribeiro e pai incógnito
José, com 23 anos, filho de António Leitão Salgueiro
Francisco, com 22 anos, filho de António Gil
João, com 14 anos, filho de João Duarte Remoaldo
António, com 22 anos, filho de José António Craveiro
António, com 19 anos, filho de Matias Vaz dos Santos

Casal da Serra
Caetano, com 22 anos, filho de Joaquim Martins

Pereiros
João, com 20 anos, filho de José Varanda
José, com 29 anos, filho de João Ramos
António, com 20 anos, filho de pais incógnitos, a viver em casa de Rosário Martins

Partida
José, com 20 anos, filho de João da Costa
António, com 23 anos, filho de António Rodrigues Paradanta
António, com 22 anos, filho de José Martins
António, com 19 anos, filho de Ana Leitão (viúva)
Firmino, com 19 anos, filho de pais incógnitos, a viver em casa de Maria (viúva)
Joaquim, com 18 anos, filho de Isabel Leitão (viúva)

Paradanta
Francisco, com 19 anos, filho de José Monteiro
António, com 22 anos, filho de pais incógnitos, a viver em casa de Martinho dos Santos
Júlio, com 19 anos, filho de pais incógnitos, a viver em casa de Rodrigo Leitão
Francisco, com 19 anos, filho de António Gonçalves

Violeiro
Joaquim, com 19 anos, filho de Domingos Lopes Folgado
João, com 24 anos, filho de Maria Martins Páscoa
António, com 20 anos, filho de Manuel Pires
José, com 19 anos, filho de José Pires

Tripeiro
Luís, com 18 anos, filho de Paulo Lourenço
António, com 22 anos, filho de Domingas Lourenço (viúva)

Neste ano de 1838, a Junta da Paróquia era assim formada:
José Hipólito, Presidente
João Duarte Marques, Regedor
Gregório Lopes
João Agostinho
António Leitão

Notas:
- Os bebés expostos eram criados por uma ama e ficavam a viver com ela até serem adultos ou, cerca dos 10 anos, iam trabalhar como criados, para outra casa. Nos casos acima referidos, não temos informações sobre qual destas duas situações se aplica a cada um deles, mas o normal era ficarem na casa que os recebera acabados de nascer.
- Não havia nenhum mancebo entre os 18 e os 24 anos, no Mourelo e no Vale de Figueiras.
- Na época, escrevia-se Peradanta e não Paradanta. Tal facto vem reforçar a hipótese da palavra derivar de Pedra de Anta (anta: construção sobre o solo, com grandes pedras, que servia de túmulo colectivo).

domingo, 30 de janeiro de 2011

Xisto e granito

As fotos da casa onde foi preso o Pistoria, residência, em 1939, de José Maria Rodrigues e Maria de Jesus Carvalho, merecem-nos um outro olhar, na perspetiva da arte de construir.
São Vicente situa-se em vale xistoso. Bastava escavar no chão e arranjava-se pedra para uma casa. Mas era uma pedra pequena e mole e, assim, para as partes mestras da construção (aberturas e esquinas) ia-se à serra, a cortar e a aparelhar o granito, trazido depois em carros de bois.
Por baixo das janelas, colocavam-se pedras de granito, com apenas 1/4 da espessura da parede (cerca de 20 cm), a fim de permitir que as pessoas estivessem à janela (se a parede ali tivesse a mesma largura, as pessoas mal conseguiam chegar com a cabeça ao exterior). É por esta razão que a janela da primeira imagem tem mais pedras de granito na parte inferior do que nas outras partes envolventes.


O lado da empena, virado a sul. Janela da sala. Na época, a janela era de madeira e de guilhotina.


A porta principal de entrada na casa (dava para a sala), virada a oeste. À esquerda, um curral. O antigo telhado era de telha lusa e a porta de madeira.


A porta de serviço (no corredor que levava à cozinha), virada a este. A antiga porta era de madeira.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O Pistotira

O vulto negro descia pelo caminho do Cabeço do Pisco. Mal se enxergava*, naquele entardecer enevoado. Chovera sem parar desde que deixara o palheiro onde pernoitou. Acima da barragem, longe das vistas, era o melhor que se podia arranjar, nem sonhar com uma casa quente no Casal da Serra.
Ao fim da tarde, felizmente, estiou*, mas vinha todo encharcado e a noite voltava a cair. Nos eucaliptos, cheirou-lhe a fumo e ficou esperançoso. Andou mais um pouco, sempre a tentar descortinar alguma coisa naquele breu. Desceu para o cruzamento e parou. O cheiro vinha da esquerda, mas não conseguia ver. Subiu pelo outro caminho e um pouco à frente avistou a casa. Tinha de tentar a sorte. Vinha todo molhado e, com a Vila já perto, podia não ter outra oportunidade.
A casa tinha um postigo que dava para o caminho. Era a cozinha, pelo fumo nas frestas das telhas. Chegou à porta e bateu. Veio um garoto.
“Santas noites, meu menino. O teu pai está?”
“O meu pai não está, mas vem já. Ó mãe!”
Apareceu uma mulher, com o candeeiro na mão.
“Boas noites, minha senhora, pela alma dos que lá tem, deixe-me entrar para me enxugar ao lume, estou todo encharcado.”
Silêncio, depois a mulher respondeu, com um aperto na voz:
“O meu homem foi à Vila, mas não demora. Pode vir.”
O estranho entrou e seguiu-a para a cozinha. Pendurou o casaco numa ponta do caniço* e sentou-se no banco. As samarras* molhadas deitavam mais fumo que calor, um lume miserável. Mas desenrascava, que remédio.
A dona da casa veio à rua espreitar a vereda para a Vila, na esperança do homem dela não demorar como nas outras noites. Estava ralada*, com medo, assim, sozinha com os pequenos. O estranho ainda não tirara a mão direita do bolso. E se fosse o Pistotira? Tinham-lhe contado que ele nunca mostrava essa mão, porque a tinha aleijado e o denunciava.
Avistou a cunhada Cecília, de regresso a casa, findo o dia de trabalho, no irmão João. Graças a Deus! Desceu ao seu encontro e segredou-lhe:
“Ó Cecília, tenho um homem em casa, ao lume, e estou cheia de medo que seja o Pistotira, porque tem a mão direita sempre escondida. Por amor de Deus, vai lá chamar o teu irmão.”
“Onde é que ele está?”
“Vai todas as noites para a taberna do Arrebotes, a jogar às cartas.”
A Cecília voltou para trás e chegou num instante à Praça. Entrou na taberna e o irmão lá estava, sentado à mesa, com as cartas na mão.
“Ó Zé Maria, tens o Pistotira em casa. A Jú pediu-me para te vir chamar, porque o homem já está há um bom bocado ao lume e ainda não mostrou a mão direita. Anda depressa.”
“A minha mulher o que quer é mama, o que me quer é em casa, com medo que eu me embebede!”
Não havia nada a fazer, tão cedo não largaria as cartas e os copos. Voltou para a Tapada e encontrou a cunhada cá fora, junto à presa*, a falar baixinho com a Palmira.
“Ele não acreditou. Disse que tu queres é apanhá-lo em casa.”
“Eu vou lá buscá-lo e tu vais para casa, porque a mãe e o pai já estão ralados com a tua demora.”
A Palmira desceu quase a correr para a Vila e chamou à porta da taberna.
“Ó Zé Maria, chega aqui.”
“Isto hoje está animado. Não posso jogar em paz?”
“Olha que é verdade que o Pistotira está na tua casa. Vem depressa!”
“A tua cunhada é uma medricas. O Pistotira é um grande amigo meu, andámos a trabalhar juntos na barragem do Casal da Serra. Foi lá que deu cabo da mão. Ele nunca ia fazer mal à minha família. A Maria de Jesus ouve as histórias que se contam e fica cheia de medo.”
E voltou ao jogo. A Palmira desistiu e subiu a rua, desanimada, sem saber como acudir à cunhada. Por sorte deu com o irmão Zé, a sair da casa da moça.
“Ai Zé, foi Deus que te pôs agora aqui. A nossa cunhada Jú tem um estranho em casa e está cheia de medo, porque desconfia que é o Pistoria. Eu fui chamar o Zé Maria e a Cecília também já lá foi, mas ele não quer vir.”
“Onde é que ele está?”
“No Arrebotes.”
“Vai para casa que eu vou buscá-lo. Há-de vir a bem ou a mal!
O Zé Maria era forte, mas o irmão Zé era ainda mais alto e entroncado. Chegou à taberna e atirou:
“Não és homem, nem és uma trampa.”
“A minha o que tem é medo!”
Um dos parceiros da jogatana, o Zé Pedro, de alcunha o Zé Gato, virou-se para o Zé Maria e disse-lhe:
“Sabes que tens o homem em casa e não vais? Agora vou eu contigo!”
Levantaram-se e saíram, subiram a rua e depois a quelha quase a correr, com os pés a tactear o chão. Ao mesmo tempo, na Barroca, a mãe Ana acabava de ouvir o que se passava da boca da Cecília. Ficou com o coração apertado, por mor da nora e dos netinhos. Pôs o xaile na cabeça e saiu a correr, com um filho atrás, sempre pela vereda estreita da regadia. Os pés descalços do Luís davam topadelas* nas pedras e ele não conseguia acompanhar a mãe. Ela pegou-lhe ao colo, na ânsia de chegar e com medo que ele caísse da vereda do rego para um leirão. Chegaram a casa ao mesmo tempo, da taberna e da Barroca. O Zé Gato deu uma sapatada na porta e entraram de rompante.
“Ó malandro, então estás aqui, hoje?”
“Você conhece-me de algum lado?”
“Eu sei bem quem tu és!”
O estranho ergueu-se do banco e estendeu a mão esquerda ao Zé Gato, mas ele recusou-a. O Zé Maria perguntou-lhe:
“O que estás a fazer na minha casa?”
“A aquecer-me, mas o lume de samarras não aquece.”
O Zé Gato empunhou uma cavaca* que tirou do caniço e sentenciou:
“Daqui já não sais sem ser algemado.”
Era preciso ir chamar o cabo de ordens*, para trazer as algemas, mas o dono da casa discordou:
“A melhor algema é o cinto.”
Ataram-lhe as mãos atrás, nas costas, com outro cinto a apertar o tronco e os braços. Trouxeram-no para a rua e desceram a quelha com ele de costas, a arrastar. O Zé Maria ia à frente, com os pés do Pistotira na cintura, atrás vinha o Zé Gato, a pontapear o bandido sempre que ele tentava levantar a cabeça. Depois da quelha, desceram a rua até à Praça.
As pessoas vinham às portas ver que alarido era aquele e seguiam o cortejo, desejosas de verem mais. Na Praça, já havia um ajuntamento, pela notícia da saída dos homens da taberna, para irem buscar o Pistotira. O cabo de ordens chegou, levaram o bandido pelo balcão da Câmara acima e deixaram-no no chão do corredor. Revistaram-no: uma pistola descarregada e várias sovelas*, o suficiente para tirar o pio a uma criatura de Deus. As algemas substituíram os cintos, por serem mais conformes com a lei.
Os homens mandaram vir um garrafão de vinho e foram para a sala do lume a festejar. Era obra apanhar um criminoso daqueles, ladrão e matador como poucos. Vinham mulheres a dar fé do bandido e a elas pediu ele uma manta para se resguardar do frio da noite, pois estava muito dorido e enregelado. O cabo de ordens autorizou e deu-lhes um cobertor que por ali havia, agasalho dos que costumavam lá passar a noite, a olhar por algum preso, quando calhava.
Pouco a pouco, a Câmara sossegou. Os curiosos voltaram a suas casas e a porta foi fechada à chave. Os homens continuavam na sala da lareira, a conversar e a virar copos. De manhã, os cabos de ordens tinham de ir levar o preso para Castelo Branco. A pé até ao apeadeiro da Soalheira e depois no comboio.
O Pistotira achou-se sozinho e começou magicar na maneira de sair dali. Sorte o cabo de ordens ter substituído os cintos pelas algemas. Quase metade da palma da mão aleijada ficara-lhe naquela maldita rebentação das obras na barragem. Com um pequeno esforço, tirou a mão da algema e ficou livre. Agora, por onde sair? Pela porta, impossível. No fundo do corredor, os homens aqueciam-se ao lume, de porta aberta, mas já quase esquecidos dele. Rastejou para fora do cobertor, fez-lhe uns altos para simular um corpo e colocou-se a uma das portas da esquerda. Esperou, os homens continuavam entretidos. Abriu a porta e atravessou a sala até à janela, que se adivinhava por uma ténue claridade na parede. Abriu a janela e sorriu, não era preciso saltar para a rua de tão alto, pois havia uma latada. Alçou-se para fora, pendurou-se nas varas e saltou para o chão. O tombo foi curto e depois correu pela rua abaixo. Ao fundo, galgou um muro. Sempre a correr, entre oliveiras, a saltar paredes de leirões, só parou quando o coração lhe queria saltar pela boca e a distância percorrida já lhe dava tranquilidade. Deixou-se cair no chão, ofegante. Chegou-lhe o toque dos sinos a rebate e teve de voltar a correr. Seguiu um caminho, meteu-se na água da ribeira e continuou, encosta acima, até penetrar bem fundo num pinhal. Atirou-se para o chão e descansou. Mas o corpo começou a gelar e teve de erguer-se e caminhar.
Andou como um bicho, acossado pelos montes. Dormia em palheiros e passou fome de cão. Ao terceiro dia, encontrou um pastor. Mostrou interesse pelo gado e lamentou-se da sua vida: a infância no Souto da Casa, aquela burrada* de vender algumas cabras do pai e gastar o dinheiro todo, a expulsão do lar paterno, a vida sem eira nem beira, o acidente com dinamite na barragem, a dificuldade de trabalhar com a mão aleijada e muita, muita fome. E os de São Vicente nem o deixaram aquecer-se!
“Eu também já fui pastor e, se o senhor é um pastor verdadeiro, deve trazer consigo uma lima, com que possa cortar-me a algema.”
O outro tinha uma lima e restituiu-lhe a liberdade. Andou por esse mundo e foi ter a Lisboa. Arranjou trabalho no quintal de um casal, a troco de comida, uns trocos e dormida na arrecadação anexa. Era uma vida boa.
Passados uns tempos, os donos deixaram de ser vistos e os vizinhos estranharam.
“Foram visitar uns parentes longe e deixaram-me a tomar conta da casa.”
Mas tardavam. Alguém sentiu mau cheiro, vindo do quintal, e avisou a polícia. Encontraram os corpos enterrados debaixo do loureiro, junto ao tanque.
Esteve preso sete anos, a comer por um cano, com água pelas pernas, na maré cheia. Mas conseguiu partir os grilhões e fugiu a nado. Chegou ao paredão e subiu-o de arrastos, tolhido das pernas. O sol quente, uma coisa tão boa! Passou o barco patrulha e soou um tiro. O corpo rebolou e voltou à água.

Nota: Este conto baseia-se em fatos reais que me foram narrados, oralmente, por Luís Rodrigues, naquela época com 7 anos e que foi com a mãe Ana ver se era verdade que o Pistotira estava em casa do irmão Zé Maria.


Vocabulário:
Burrada - Asneira, erro.
Cabo de ordens - Homem com funções de policiamento, subordinado ao regedor.
Caniço - Estrutura formada por varas finas e juntas, colocada por cima do lume, para secar as castanhas lá espalhadas.
Cavaca - Pedaço de madeira resultante de um tronco rachado(cortado pelo interior) em partes.
Enxergar - Ver.
Estiar - Parar de chover.
Ralada - Preocupada.
Presa - Maneira local de dizer represa. Em geral, tratava-se de uma construção no leito de um ribeiro, destinada a prender e acumular a água. Também de fazia no local de uma nascente, à maneira dos atuais tanques, para acumular a água que ali emergia. No caso deste conto, a presa, em forma de tanque, mas de terra e pedra, detinava-se a acumular as águas que vinham das regadias da Barroca, para regar noutra hora e sobretudo para aproveitar os restos, as corredouras, que já não davam para regar. Também acumulava as águas das chuvas.
Samarras - Cascas secas dos eucaliptos.
Sovela - Instrumento com que os sapateiros e os correeiros abrem os furos no cabedal. É formado por um arame encabado e afiado, com cerca de 13 centímetros de comprimento (cabo e arame).
Topadelas - Choque dos dedos descalços dos pés, nas pedras do caminho, de que resultavam feridas, quase sempre.