Enxidros era a antiga designação do espaço baldio da encosta da Gardunha acima da vila de São Vicente da Beira. A viver aqui ou lá longe, todos continuamos presos a este chão pelo cordão umbilical. Dos Enxidros é um espaço de divulgação das coisas da nossa freguesia. Visitem-nos e enviem a vossa colaboração para teodoroprata@gmail.com
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
Casal da Fraga
Temos acima o registo de casamento de José Antunes e Maria Gonçalves, no ano de 1754. Ela era filha de Manuel Rodrigues e Luzia Gonçalves, moradores no Casal de Duarte da Fraga. Trabalharia para o Duarte da Fraga (antepassado dos Jerónimo) e por isso vivia no seu casal.
A segunda imagem é um pormenor da primeira, na qual está ampliado o nome do casal: Casal de Duarte da Fraga.
Para entender melhor esta questão, aconselho a reler a publicação Jerónimo. Basta escrever Jerónimo na janela do canto superior esquerdo. É a 3.ª publicação que aparece (salvo erro).
José Teodoro Prata
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são vicente da beira
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
Atrás de tempo, tempo vem
Talvez, na Taberna da Viúva
Chegou.
Era
um estranho de vestes brancas e longas!
Assomou
à porta da Taberna e disse à sociedade:
—
Que estão vocês aqui a fazer, reunidos?!
— A
olhar o calendário do ano de 2016 e a mirar de soslaio o passado – disseram.
— Já
viram por aí os anos de 1893, 1924, 1951 ou 1960?!
—
Ói, ói, ói, ói! Lá para trás, lá para trás!... Parece que somos os velhos
destes tempos.
E o
forasteiro, autoritário:
—
Vocês já estão mortos, ouviram? E os vossos filhos também! Vocês são um
"Coro de Defuntos".
—
Ah! Sim?
—
E quem é você?
—
Sou um anjo do Senhor.
Jerolme
tomou a palavra e disse:
—
Atrás de tempo, tempo vem!
—
Palavras de sábio - asseverou Canhoto.
E
mais não queriam eles dizer!
Que
as cruas palavras do anjo lhes tinham ferido fundo a alma, provocando-lhes
enorme inquietação!
Mas
Garrancho ergueu a voz para um dos mirones do adjunto, de modo que todos
ouvissem:
—
Sabes o que é isto meu rapaz?
—
Humm!
— É
a senilidade!
Houve
um grande rumor entre os presentes.
E,
de facto, como declarara o homem das vestes brancas, viu-se que se assemelhavam
a um "Coro dos Tribunais", de voz fria e atitude austera.
Todavia,
o anjo no seu esplendor, buscando alguma harmonia:
-
Olhai: os velhos de hoje não são vocês. São os vossos netos!
Ora,
porque essa era a pura da verdade, não puderam responder-lhe.
Contra
fatos não há jumentos! Pois todos sabiam que estes apenas usam albarda.
Então,
o anjo limpou a parede às suas vestes!
E,
tal como surgira, assim dali se sumiu, lesto.
Mas
antes, desejou:
—
Tenham um bom futuro!
Boris
de Viana
domingo, 10 de janeiro de 2016
Das trovoadas
Não encontrei a música sugerida pela Libânia (Santa Barborinha Bendita), mas esta é igualmente bela, vem das nossas raízes e também pede proteção contra as trovoadas.
Pertence ao album Cenários, dos Realejo. É um tema tradicional da Beira Baixa.
José Teodoro Prata
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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
Um São José de azulejo
(…)
Pensamento dá-me uma dica; neste momento nada me ocorre…
Vai
ao teu arquivo fotográfico e fala sobre as imagens de azulejo que decoram
muitas casas da tua terra.
-
Deste-me uma ideia genial, vai-me dar algum trabalho vasculhar, mas penso que
irá valer a pena.
-
Essas representações são painéis de religiosidade e devoção popular e servem,
julgo eu, para protecção da família que habita a casa. Se no painel está uma
imagem de São José, com certeza quem o mandou colocar chamava-se José: pode ser
Pedro, João, António…
Sendo
assim; começo pelo São Jorge. Segundo reza a tradição, São Jorge foi um soldado
romano que viveu no tempo do imperador Dioclesiano, também foi padre; o que lhe
valeu o martírio. Estamos habituados a vê-lo montado num cavalo, espada em
riste matando o dragão que simboliza satanás; desde o tempo do nosso rei D.
João I que é o patrono do exército português, também é dos escoteiros, quem introduziu
o culto foram os soldados ingleses. Os primeiros reis de Portugal quando
andavam em guerra, gritavam: Santiaaago… o problema era quando os exércitos de
Castela e Portugal se defrontavam, os dois a pedirem a protecção ao santo, já
viram a confusão, devia apanhar cada afronta!
-
Diria: a minha sede está na Galiza, mas o portuga também é filho de Deus. Não
queria estar na pele dele. Os nossos reis resolveram a situação adoptando o São
Jorge, desta maneira Santiago deixou de ter problemas de consciência…
-
Adiante; era tanta a fé no São Jorge que o santo condestável dizia que a
batalha de Aljubarrota foi ganha graças a ele. Por influência inglesa ou pela
fé, o rei D. João I substituiu Santiago pelo São Jorge.
-
Terminaste?
-
Acho que escrevi o essencial.
-
Volta ao teu arquivo e descobre mais um painel de azulejos, conta também a
história resumida da imagem.
-
Numa casa ao lado encontra-se um painel que representa São João Baptista.
-
Pensamento; repara na beleza, um São Joãozinho muito ternurento tendo por
companhia um lindo e manso cordeiro, conta um pouco da história deste santo.
-
Passou uma grande parte da sua vida no deserto, alimentava-se de gafanhotos e
mel silvestre, era um asceta. Um dia resolveu aparecer e começou a pregar,
tinha muitos seguidores e baptizava no rio Jordão. Certo dia, estava
baptizando, ao longe avista uma
pessoa, era Jesus.
Quando se aproximou disse-lhe: João baptiza-me… Senhor, eu não sou digno de desatar as tuas sandálias.
Quando se aproximou disse-lhe: João baptiza-me… Senhor, eu não sou digno de desatar as tuas sandálias.
-
Baptiza-me.
-
Eu te baptizo…
-
O rei Herodes mais tarde mandou-o degolar. É o São João das fogueiras, dos
folguedos.
-
Os lares querem-se abençoados, guardados, protegidos; dificilmente entra o
maligno nesta habitação.
-
O Menino não tem medo de nada, está protegido pelos braços fortes do pai.
Cresce em sabedoria e força.
-
Jesus, dá-me a serra para cortar esta tábua; pega na vassoura e varre a
oficina.
-
Jesus, anda para a praça brincar à espada lua.
-
Agora não; estou ajudar o meu pai.
-
Jesus: diga mãezinha;- vai à fonte buscar um jarro de água para fazer a ceia
-
Assim que acabar de varrer a oficina do pai, vou logo.
-
Não te demores; passa pela loja e compra um litro de petróleo.
-
Ó pai, deixa-me aplainar esta tábua! Para que queres tu aplainar a tábua! Para
fazer um banquinho.
-
Essa não, pega antes esta. A plaina corre ligeira, tornando lisa a madeira,
Jesus transpira, martela e o banco começa a tomar forma.
José,
Maria e Jesus; família modelo. Tinha 33 anos quando o crucificaram numa cruz.
-
António santo, de Jesus querido, valha-nos sempre o vosso
patrocínio:-cantava-mos na sua capela durante a trezena. Santo casamenteiro,
português, tinha um carinho muito grande para com o Menino, ainda hoje lhe
confiam os animais para que os guarde e proteja.
-
Que achas da ideia?
-
Genial, não sei que seria de mim sem a tua ajuda. Também não é necessário
exagerar. É verdade; se não fosses tu abrires as portas à minha memória…
-
Não precisa de apresentação; o nosso São Vicente foi um mártir. Temos o
privilégio de guardarmos na igreja paroquial um pedaço do seu queixo oferecido
por D. Afonso Henriques.
Homem
rude, forte, valente. Segue-me, a partir de agora vou fazer-te pescador de
homens. Desde já te aviso, antes que o galo cante três vezes tu vais negar-me.
-
Eu mestre, nunca.
-
Nunca diga nunca.
-
Perdoa-me Senhor.
-
Simão, és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, o que ligares na
terra será ligado no céu, o que desligares na terra será desligado no céu.
Terra de Santa Maria, Senhora da Conceição nossa padroeira e
rainha, mãe carinhosa, bondosa, salvé santa mãe de Deus, avé ó cheia de graça o
Senhor é contigo, bendito o fruto do teu ventre…
A treze de Maio, na Cova da Iria… Não há português no mundo
que não conheça a história da Senhora de Fátima. Não tenhais medo, eu sou a
Senhora do Rosário. Vocemecês não a viram? É uma Senhora muito bonita, mais
brilhante que o sol, o seu brilho não nos ofusca, seu sorriso é doce, sua voz
meiga…
Ó anjo da minha guarda, ó meu doce companhia, guarda minha
alma noite e dia… é uma oração do meu tempo de criança, que minha mãe me ensinou.
Todos temos um ser celestial que o Pai nos cedeu para nos guiar, ajudar,
orientar e guardar, não o vemos, mas ele acompanha-nos. É ou não é verdade
Pensamento! Podes crer.
J.M.S
terça-feira, 5 de janeiro de 2016
A felicidade
Faz parte da Constituição Francesa e Americana
já dos finais do séc. xviii, como um dos direitos do ser humano, a procura da
felicidade.
Antes como hoje, todos a procuramos e poucos a
encontram, porque a procuramos fora, quando ela está dentro de nós.
A felicidade exterior é como o horizonte por
cima do Ingarnal. Se nos dermos ao trabalho de lá subir, (um sítio maravilhoso,
que recomendo) verificamos que se desloca invariavelmente para a Serra do
Muradal, um bocado mais a baixo.
O meu pai contou-me que, quando era criança,
julgava que o mundo acabava ali (no horizonte) e que ficou deslumbrado quando,
ainda gaiato, foi ao Zêzere apanhar umas pedras para afiar o podão, os machados
e as facas. Ao atravessar a serrania, viu que outras serras lhe apareciam, umas
atrás das outras.
A vida é assim…uma tentativa constante de
ultrapassarmos o nosso Ingarnal, no sentido do Cabo das Tormentas, (para os
infelizes que não conhecem o Ingarnal), mas sempre na expectativa que se
converta para cada um de nós no Cabo da Boa Esperança.
F. B.
O Francisco Barroso tem a enorme capacidade de dizer tudo sobre determinado assunto, em poucas palavras.
Neste caso, foi sobre a felicidade. O texto acima foi enviado em forma de comentário à história da Libânia, mas eu passei-o para aqui, com medo que alguém o perdesse, o que seria uma pena, sobretudo para esse alguém.
A paisagem mostra o Ingarnal, aldeia e cume.
José Teodoro Prata
É verdade! Às vezes também fico
desconsertada pela forma simples, e aparentemente fácil, como o Francisco
define e fala das coisas mais complexas. Oxalá todos conseguíssemos viver a
vida assim!
Deixo esta fotografia de uma das
últimas luas cheias de 2015, como paga da do Ingarnal. É para todos, mas
principalmente para o Francisco, já que, penso, tem ao fundo a sua Serra. É o
meu presente de Natal!
M.
L. Ferreira
domingo, 3 de janeiro de 2016
Casamento à moda antiga
Deliciosa e desconcertante a história da
Celina, na introdução de “Olha a noiva se vai linda”! Fez-me lembrar esta que me
contaram há tempos, bem mais triste, mas parece que bastante comum naquele
tempo.
Quando os meus pais se casaram, não tinham onde cair
mortos e passaram muito para criar os filhos. Éramos oito, fora os que morreram.
Fui a última, mas nem por isso tive mais mimos, que naquele tempo a gente nem
sabia o que isso era.
Aos cinco anos já andava atrás das cabras e com molhos
de lenha à cabeça, e mal tive corpo para ir ao terço ou à azeitona, não ficava
um ano que fosse em casa. Eram três meses de calma, no verão, e outros três de
gelo, no inverno. Tempos ruins, os de antigamente!
À medida que os meus irmãos se casavam, iam saindo de
casa, e fui eu que fiquei a tomar conta dos meus pais, cada vez mais velhos e
doentes.
Nunca tive um namorado, que o meu pai, mal eles
começavam a rondar a porta, empontava-os logo. Houve um que ainda lhe foi pedir
ordem para falar p’ra mim. Era um bonito rapaz, mais ou menos da minha idade, e
eu até nem desgostava dele, mas também não tinha onde cair morto e o meu pai
dizia que para pobre bondávamos nós.
Um dia, estava a chegar da missa, que nesse tempo
ainda tínhamos que vir à Vila, vejo uma burra presa à argola da porta da nossa
casa. Mal ponho o pé na soleira, ouço um homem a dizer:
- Falem cá com a rapariga que eu torno cá p’rá semana
pra levar a cédula, a ver se damos andamento aos papéis. Quero recebê-la quanto
antes. E vossemecê, se for até à Vila, passe lá pela taberna, que este ano
tenho lá uma pinga da boa.
- Ande vá descansado que eu me encarrego cá do
assunto.
Vi logo quem era o homem e pressenti ao que vinha, mas
nem queria crer que estavam a arranjar-me o casamento; ainda por cima com um
velho, já viúvo. Saí porta fora e pus-me à espreita a uma esquina, e só tornei a
casa quando vi o homem a abalar, em cima da burra. Fiz-me de nova, como se nada
fosse, e tratei logo de esconder a cédula no fundo duma arca, na loja.
Passado um bocado, o meu pai chega-se ao pé de mim e começa-me
para lá com um palavreado, a dizer que estava na altura de arranjar um amparo e
que tinha lá ido a falar com ele um homem que queria casar comigo.
- Mas quem é que lhe disse a vossemecê que me quero
casar? Estou muito bem como estou, não preciso d’ homem nenhum!
- Mas tu não vês que com a idade que tens, daqui
amanhã já não há quem te pegue e ficas pr’aí feita uma desgraçada?
- E olhe que eu bem ralada!
- O homem é de boa gente e já não é nenhum garoto. E
ainda p’ra mais até já tem casa posta e uma barroca que dá renovo com fartura
p’ra todo o ano. O que é que tu queres mais?
- Já lhe disse que não quero saber disso p’ra nada!
Ainda por cima, um velho, e já viúvo. Era o que a mim me havia de faltar! Tirem
daí o sentido, que nem morta ele me leva!
- Ai leva, leva, que já lhe dei a minha palavra!
E a minha mãe a ajudar:
- Não sejas torta, Maria, e recebe lá o homem. Olha
que uma mulher arrumada é outra coisa; toda a gente a respeita. E depois não
hás de passar necessidades como as que eu passei com o teu pai, que ainda tive
que ir muita vez a pedir às portas para vos dar de comer.
Mas eu continuei sempre a ateimar que não me casava.
Não sei como é que deram com a cédula, mas a verdade é
que daí a pouco tempo já corriam os banhos na igreja e o casamento tinha data
marcada.
Foram ao Fundão, compraram um corte de pano e
mandaram-me fazer um fato de saia e casaco, numa costureira da Vila. Uns dias
antes mataram umas galinhas e fizeram arroz doce e uns pães leves. E eu sempre
a ateimar que era escusado andarem naquele afogadilho todo, que eu não me
casava, nem com aquele, nem com outro qualquer.
Na véspera, ainda vim a correr à Vila a falar com uma
irmã minha que já cá estava casada, a dizer-lhe que não fizessem o comer,
porque eu não aparecia na igreja. Ela só me disse assim:
- Ó Maria, tens de casar com o homem. Olha a vergonha
para os nossos pais... Da maneira que eles andam, ainda lhes dá alguma. E ele é
boa pessoa; trabalhador, não é nenhum borrachão como o meu é e ainda p’ra mais
tem alguma coisa de seu.
Eu chorava que nem uma Madalena.
No dia do casamento levantei-me, ainda era noite e abalei
para a horta a regar. Já o Sol ia alto, quando tornei a casa. Fiz uma trouxa
com o fato, meti-a debaixo do braço e pus-me a caminho da Vila. Vinha eu e mais
alguns parentes mais chegados; tão triste que mais parecia que vinha para um
enterro.
Quando cheguei ao ribeiro, despi a roupa que trazia,
lavei-me e vesti o fato do casamento. Os sapatos eram de pano e tinham-me sido dados
por uma tia que fazia limpezas num teatro em Lisboa. Emprestaram-me um véu de
renda que pus na cabeça. Era preto, mas mais preta era a tristeza que tinha
dentro de mim.
E foi assim que eu me casei…
- E depois, deram-se bem?
- Quer que lhe diga? Quem tem filhos tem cadilhos, diz
o povo e é verdade; mas mais cadilhos tem, quem casa descontra vontade.
M.
L. Ferreira
sexta-feira, 1 de janeiro de 2016
7.º Aniversário
Foi no dia 1 de janeiro de 2009 que esta aventura começou, já lá vão 7 anos.
Seja qual for o futuro Dos Enxidros, o que se conseguiu ultrapassou tudo o que se podia ambicionar no projeto inicial.
Este ano foi de altos e baixos, como todos os outros. Já fizemos 930 publicações e temos, mensalmente, cerca de 3 000 visualizações. O número de leitores regulares tem vindo a aumentar, mas creio que não ultrapassará muito a centena em que sempre nos situámos.
Deixo aos colaboradores e leitores deste blogue duas prendas.
A primeira é uma mensagem de otimismo, neste mundo que a comunicação social não se cansa de propagar como mau e violento. Uma mensagem de paz e felicidade para todos.
Quanto aos emigrantes, um dos maiores medos do nosso tempo, deixo-vos uma certeza: descendemos de povos que chegaram a esta ponta da Euroásia em sucessivas migrações, ao longo de milénios (Por isso partimos tão facilmente para "a terra dos outros"). E os refugiados só diminuirão quando os europeus, os americanos e os seus amigos sauditas e emirados acabarem com a guerra civil na Síria, que eles próprios fazem. A solução está, pois, nas nossas mãos, não na deles, que fogem da ruína e da morte.
A propósito dos nossos tão propagados medos, deixo-vos um trecho do livro que estou a acabar de ler. Chama-se Sapiens, De Amimais a Deuses. História Breve da Humanidade. O seu autor é Yyval Noah Harari, um académico da Universidade Hebraica de Jerusalém. É uma análise atual, de 2013, com edição portuguesa de 1015.
A segunda prenda é o melhor de nós, da nossa terra e das nossas gentes.
BOM 2016!
Paz no Nosso Tempo
A maior parte das pessoas não se apercebe de quão
pacífico é o período em que vivemos. Nenhum de nós estava vivo há mil anos, por
isso esquecemo-nos facilmente de como o mundo costumava ser mais violento. Além
disso, à medida que as guerras se tornam mais raras atraem mais atenção. Muitas
pessoas pensam sobre as guerras travadas no Afeganistão e no Iraque e
esquecem-se da paz que em vive a maior parte dos brasileiros e dos indianos.
Ainda mais importante: sentimos mais facilmente o
sofrimento dos indivíduos do que o de populações inteiras. No entanto, para
examinar os processos macro-históricos precisamos de examinar estatísticas
maciças e não histórias individuais. Em 2000, as guerras provocaram a morte de
310 000 indivíduos e o crime violento matou outras 520 000 pessoas. Cada vítima
é um mundo destruído, uma família arruinada, familiares e amigos marcados para
a vida. No entanto, de uma perspetiva mais alargada, estas 830 000 vítimas
representam apenas 1,5 por cento dos 56 milhões de pessoas que morreram em
2000. Nesse ano, 1 260 000 pessoas morreram em acidentes de carro (2,5 porcento
da mortalidade total) e 815 000 suicidaram-se (1,45 por cento).
(...) Hoje, a humanidade quebrou a lei da selva. Existe, por fim, uma verdadeira paz e não apenas uma ausência de guerra.
(...) Hoje, a humanidade quebrou a lei da selva. Existe, por fim, uma verdadeira paz e não apenas uma ausência de guerra.
José Teodoro Prata
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