quarta-feira, 6 de março de 2024

Cultivos de outono

 

Este alho porro ficou enorme e igual a  ele tenho lá muitos (no fundo do balde estão coentros). Cada vez acho mais importantes as culturas de outono. Não me refiro às couves, pois essas são de verão, plantadas no outono já não se desenvolvem bem. Qualquer dia trago-vos cebolas novas!

José Teodoro Prata

segunda-feira, 4 de março de 2024

Conta-me histórias: a estreia

O salão da Casa do Povo encheu-se para o almoço da Comissão das Festas de Verão (cerca de 160 pessoas). A feijoada estava boa!

Após o café, cerca de metade das pessoas foram à sua vida, pois não tinham vindo a mais do que partilhar o momento do almoço e apoiar a organização. Por outro lado, o ruído era impróprio para o resto do programa. 

Mas houve boa vontade de todos e soubemos adaptar-nos às circunstâncias. O ruído foi diminuindo até desaparecer e...

...apresentámos o projeto Conta-me histórias: o Pedro Inácio Gama falou-nos sobre a vida do seu pai resineiro e o José Miguel Leitão partilhou a sua experiência na resina (no fim de três dias disse ao pai que preferia que o matasse a voltar lá); O João Prata Candeias falou dos Candeias e daquela que lhes deu o apelido, a candeia de azeite; o Francisco Alves Barroso contou a história da rapadoura e da sua importância no fabrico do pão; já não houve tempo para a Maria de Fátima Jerónimo, nem para mim, mas há mais marés que marinheiros. 

...o Fernando Pereira cantou as suas canções, as de sua autoria, as do cancioneiro reginal e as dos amigos que se foram cruzando com ele ao longo de uma vida de paixão pela música.

Foi bonita a festa, pá!




José Teodoro Prata

Fotografias de Rita Amaro

sexta-feira, 1 de março de 2024

Os Sanvincentinos na Grande Guerra

 Luís da Costa

Luís da Costa nasceu em São Vicente da Beira no dia dois de maio de 1895. Era filho de Maria do Rosário Costa.

Tinha a profissão de jornaleiro quando assentou praça no dia 14 de Fevereiro de 1916. Foi incorporado no 2º Batalhão do R. de Infantaria 21 de Castelo Branco nesse mesmo dia. Licenciado ainda em 14 de Fevereiro, foi domiciliar-se na freguesia de Santa Maria Maior, na Covilhã.

Apresentou-se novamente em 3 de maio para fazer a recruta que concluiu no dia 29 de agosto de 1916. Foi mobilizado para a Guerra e, fazendo parte do CEP, embarcou para França no dia 21 de janeiro de 1917 integrando a 4ª Companhia do Regimento de Infantaria 21, como soldado com o número 522.

Do seu boletim individual de militar do C.E.P. e folha de matrícula constam as seguintes ocorrências:

a)   Ferido em combate por gases, e baixa ao Hospital de Sangue nº 1 no dia 24 de agosto de 1917; alta em 26 com 6 dias para convalescença;

b)   Baixa ao Hospital de Sangue nº 1 no dia 21 de dezembro de 1917; evacuado para um H. Base em 29; alta em 2 de janeiro;

c)    Baixa ao hospital no dia 30 de janeiro de 1918, alta em 15 de fevereiro;

d)   Punido algumas vezes com vários dias de detenção por ter faltado ao trabalho sem motivo justificado;

e)   Punido com 15 dias de prisão correcional por ter estado em ausência ilegítima durante 38 horas (ordem de serviço de 23/12/1918);

f)     Punido com 15 dias de prisão correcional por se ter ausentado, sem autorização, desde as 10 h do dia 28 de fevereiro de 1919 e considerado desertor desde 2 de março, período a partir do qual a ausência foi considerada deserção.

g)   Regressou a Portugal no dia 4 de abril de 1919.


Passou à reserva ativa em 11 de abril de 1928 e à reserva territorial em 31 de dezembro de 1936.

Não foram encontrados registos nem testemunhos que possam dar alguma informação sobre a vida de Luís da Costa após o seu regresso a Portugal, nomeadamente o local ou a data do seu falecimento.

Maria Libânia Ferreira

Do livro: Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

O nosso falar: abelhudo e desabelhar

 Andámos a fazer o desdobramento de uma colmeia e no final uma abelha não nos largava, por mais fumo que lhe lançássemos em cima.  

- Desabelha daqui! – disse-lhe o Chico. E rimo-nos, porque a expressão vinha mesmo a calhar.

A abelha anda sempre de um lado para o outro, numa constante azáfama, por isso chamamos abelhudo a alguém com a mesma caraterística, sobretudo se aparece de forma constante e inoportuna. E desabelhar é mandar o abelhudo dar uma volta, desaparecer. Neste caso era mesmo uma abelha!

José Teodoro Prata

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Conta-me histórias: sessão inaugural

 


Juntámo-nos à Comissão das Festas de Verão, para dar também o nosso contributo. O primeiro cartaz é o do projeto Conta-me Histórias, que será usasdo para publicitar todas(?) estas tertúlias.

A organização é d´Os Amigos dos Enxidros. Dos Amigos, porque a realização das tertúlias e o êxito que tiverem será sempre mérito de quem as anime e de quem vá assistir. Dos Enxidros, porque lancei o projeto através do blogue Dos Enxidros e porque os enxidros eram, no passado, os baldios da encosta da serra, entre a vila e os altos, da Oles à Senhora da Orada. Tal como os enxidros, este projeto também se quer de todos. A foto que serve de base ao cartaz é da Rua da Misericórdia, antes da demolição da casa do coronel (ela simboliza aqui um pouco do passado que estará presente em cada história que for contada).

Agradeço que divulguem o cartaz nas redes sociais que frequentam.

José Teodoro Prata

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Homenagem ao ZÉ TALETA

 


Parabéns ao Zé, porque é um bom homem e um corajoso lutador.

Uma homenagem mais que merecida, que também honra quem com ela sabe ser agradecido pelo muito que o Zé nos deu a nós, com o seu exemplo, e à nossa terra, elevando o seu nome tantas vezes ao pódio.

Um dia, o José Mário Branco, 
preocupado com a pobreza da música portuguesa, lançou o repto: 
Que floreçam 100 Marcos Paulos!
Também entre nós todas as iniciativas devem ser acarinhadas, 
para darmos mais vida à nossa comunidade.

José Teodoro Prata

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

O nosso falar: espigos

 Levei grelos de couve-naba a uma amiga do Norte e ela gabou-me a excelência do arroz de espigos, em especial de couve galega. Cada vez que eu falava de grelos, ela respondia-me com espigos e a certa altura disparou:

- Porque é que não dizes espigos?

- Na minha terra também se diz espigos, mas aqui só se fala em grelos… - justifiquei-me.

Quis ser simpático e coloquei-me ao nível dos albicastrenses, mas lixei-me, pois a minha amiga não transige com as suas raízes.

No resto da conversa já só se falou de espigos.

José Teodoro Prata