sábado, 19 de novembro de 2022

Cogumelos

 Fui ao Ribeiro de Dom Bento colher a azeitona. O caminho desde o Caldeira começa a estar complicado, depois de 5 anos sem qualquer arranjo.

A azeitona é pouca, inchada de água e muita podre, como a de quase toda a gente. O clima quente e húmido criou o fungo que a faz apodrecer (gafa).

O ribeiro estava tímido há duas semanas, mas hoje já corria bem.

Havia muitos cogumelos, mas não sei se algum será comestível. O especialista é o Albano de Matos do Casal da Serra.




José Teodoro Prata

terça-feira, 15 de novembro de 2022

O magusto do São Martinho

Também nós tivemos o nosso magusto, tradicionalmente organizado pela Junta de Freguesia. 

É um bom momento de convívio entre os vicentinos. 








Margarida Pereira

domingo, 13 de novembro de 2022

Os Sanvincentinos na Grande Guerra

 José de Matos 

José de Matos nasceu no Casal da Serra, em 30 de agosto de 1894. Era filho de Simão de Matos e Leonor Maria.

Assentou praça em Castelo Branco, a 9 de julho de 1914, no Regimento de Artilharia de Montanha. De acordo com a sua folha de matrícula, era analfabeto, solteiro e tinha a profissão de jornaleiro.

Destacado para integrar o contingente de reforço militar das fronteiras de Moçambique, embarcou para essa província ultramarina, no dia 7 de outubro de 1915, fazendo parte da 2.ª Expedição enviada para essa província ultramarina. Nessa altura um dos irmãos, José Simão de Matos, encontrava-se destacado na província de Angola. Regressaram os dois com vida à terra, mas, segundo contam, já não a tempo de voltarem a ver o pai, a coisa que eles mais temiam. José de Matos regressou à Metrópole, no dia 26 de Setembro de 1916.

Licenciado em seis de Junho de 1919, passou ao 2.º Escalão do Exército e ao Batalhão de Reserva em 31 de Dezembro de 1924. Passou à reserva ativa em 31 de dezembro de 1935.

Condecorações:

·        Medalha Comemorativa da Campanha em África;

·        Medalha da Vitória.

Família:

José de Matos casou com Maria do Rosário Cruz, no dia 21 de Abril de 1932. Tiveram vários filhos, mas faleceram quase todos ainda crianças. Sobreviveu apenas uma filha, Maria Irene, que chegou à idade adulta, mas faleceu sem deixar descendência.

Quem o conheceu, diz que tinha alguns problemas de saúde, provavelmente consequência daquilo que passou durante o tempo em que esteve em Moçambique. Toda a vida trabalhou na agricultura, quase sempre como jornaleiro, e no cultivo de alguns pedaços de terra que herdara dos pais.

Faleceu no Casal da Serra, a 7 de novembro de 1974. Tinha 80 anos de idade.

(Pesquisa feita com a colaboração do sobrinho José António de Matos)

Maria Libânia Ferreira

Do livro: Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Os Sanvincentinos na Grande Guerra

 José da Silva Lobo 

José da Silva Lobo, filho único de Cipriano da Silva Lobo e Emília Maria Jerónimo Lopes, nasceu no Casal da Fraga, a 23 de Agosto de 1895.

Frequentou a escola primária e teve como professor o Padre José Antunes que, para além de o ter ensinado a ler, escrever e contar, o ensinou também a falar línguas estrangeiras.

Na juventude, aprendeu a tocar requinta, na filarmónica de São Vicente da Beira, e aprendeu também o ofício de alfaiate, profissão que tinha quando assentou praça.

Após ter concluído a instrução da recruta, foi mobilizado para integrar o Corpo Expedicionário Português e embarcou para França, no dia 21 de Janeiro de 1917, integrando a 1.ª Companhia do 2.º Batalhão do Regimento de Infantaria 21, como soldado com o n.º 438 e a placa de identidade n.º 8894.

Do seu boletim individual de militar do CEP constam, entre outras, as seguintes informações:

a)   Promovido a 2.º Cabo, em 1 de abril de 1917, e a 1.º Cabo, a 12 de maio do mesmo ano;

b)   Em setembro de 1917, iniciou serviço no S.B.F. (Serviço de Bandas e Fanfarras?) onde continuou até julho de 1918;

c)    Licença de campanha de 1 de maio até 23 de junho de 1918;

d)   Promovido a 2.º Sargento Miliciano, em 18 de outubro de 1918;

e)   Entre o final de 1918 e março de 1919, foi em várias diligências a Paris, a fim de ali desempenhar um serviço dependente da comissão de codificação das disposições de execução permanente em vigor no CEP (contava que acompanhava os seus superiores servindo de tradutor);

f)     Regressou a Portugal, em 4 de maio de 1919.




Louvores e condecorações:

·        Louvado em 17 de abril de 1918, pelo diretor do S.B.F., «pelas muitas qualidades demonstradas durante a ofensiva alemã de 9 de Abril, desempenhando dedicada e serenamente o serviço de que estava incumbido, contribuindo valiosamente para que se tivesse salvado o arquivo do S.B.F.» (boletim individual do CEP);

·        Medalha comemorativa das campanhas do Exército Português em França;

·        Medalha da Vitória;

·        Cruz de Guerra pelos actos heróicos praticados em França.

Para além destas, recebeu ainda outras condecorações que não foi possível identificar e terá estado na primeira fila do Desfile da Vitória, nos Campos Elísios, após a assinatura do armistício.




Família:

Depois de regressar a Portugal, José da Silva Lobo ainda permaneceu algum tempo em Lisboa, fazendo parte do quadro privativo da Escola de Guerra. Foi lá que conheceu Maria da Piedade Dinis Mendes, a companheira da sua vida. Tiveram três filhos:

1.    Cipriano Dinis Mendes da Silva Lobo, que casou com Celeste Apolinário e tiveram dois filhos;

2.    Alfredo Dinis da Silva Lobo, que casou com Aurelina Afonso e tiveram dois filhos;

3.    Zulmira Mendes da Silva Lobo (herdou do pai as mãos e a voz de artista), que casou com Manuel Barata Lopes e tiveram três filhos.

Passados alguns anos, o casal fixou residência no Casal da Fraga onde, além de carteiro, José da Silva Lobo foi também alfaiate. Mas do que ele mais gostava era de tratar da sua horta e do pequeno rebanho de cabras que tinha. Dizem que às vezes até se esquecia das horas, e tinham que o chamar para regressar a casa. Foi também secretário da Santa Casa da Misericórdia de São Vicente da Beira durante alguns mandatos e pertenceu à Banda Vicentina.

Para além de ser um bom tocador de requinta, cantava muito bem, sobretudo o fado. Tinha um amigo, o Hermenegildo Marques, que tocava guitarra, e juntavam-se muitas vezes para tocar e cantar numa taberna que havia no Casal da Fraga. Era farra até altas horas. Outras vezes, de verão, quando ia regar de manhã ou à noite, ao serão, punha-se a cantar. Assim que o pressentiam, muita gente da Vila corria para a Estrada Nova só para o ouvir. Alguns até traziam bancos de casa para se sentar. De tão bem que cantava, chamavam-lhe o “Passarinho da Ribeira”.

José Cipriano foi toda a vida uma pessoa boa, e por isso muito querida dos seus conterrâneos. Faleceu no dia 11 de Abril de 1955. Ainda não tinha completado 60 anos.

(Pesquisa feita com a colaboração da filha Zulmira da Silva Lobo e da neta Susana Lopes)

Maria Libânia Ferreira

Do livro: Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Temos Biblioteca!

Como fora anunciado, a nossa Biblioteca reabriu no passado domingo.

Aqui vos deixo algumas fotos do evento.





José Teodoro Prata

Fotos da São Luzio

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

O nosso tocador de sinos

 



O nosso tocador só pode ser o Pedro Gama!

Há tantos anos que não o ouvimos (já lá vão mais de 10) e agora vem animar Castelo Branco, pela mão do irlandês (ou inglês?) que nos ajudou a descobrir este nosso património.

Fazes bem, Pedro, ficamos honrados com a tua vinda, mas ficas-nos a dever uma gaitada nos sinos aí da terra!

José Teodoro Prata