José Teodoro Prata
Enxidros era a antiga designação do espaço baldio da encosta da Gardunha acima da vila de São Vicente da Beira. A viver aqui ou lá longe, todos continuamos presos a este chão pelo cordão umbilical. Dos Enxidros é um espaço de divulgação das coisas da nossa freguesia. Visitem-nos e enviem a vossa colaboração para teodoroprata@gmail.com
segunda-feira, 15 de dezembro de 2025
domingo, 14 de dezembro de 2025
Feira do Fundão
No passado era o nosso local principal de comércio. Ainda hoje alguns chegam a tirar o dia para irem ao mercado do Fundão!
A foto é de Raquel Soeiro de Brito, uma geógrafa que completa hoje 100 anos e ainda não se sente velha!
José Teodoro Pratasexta-feira, 12 de dezembro de 2025
O ninho das asiáticas
São extremamente frágeis os ninhos das vespas asiáticas. A parede exterior, feita de papel, nem resiste a uma moderada pressão dos dedos (apenas o suficiente para pegar no ninho). A parede exterior é muito esburadada e todo o interior é ocupado com andares de alvelos de criação.
José Teodoro Prata
quarta-feira, 10 de dezembro de 2025
Concerto de Natal
Há dias, publiquei o seguinrte texto a acompanhar este cartaz:
A acústica da Casa do Povo é péssima e por isso não serve para eventos musicais. No ano passado, aquando do espetáculo do orfeão de Castelo Branco, um dos cantores manifestava-me o seu desagrado pela qualidade do som da sua atuação, atribuindo-a erradamente à aparelhagem sonora.
Penso que nessa altura me disseram que o espetáculo não fora na Igreja Matriz, porque a comissão fabriqueira pedia 600 euros pela sua utilização (não tenho a certeza se foi para esse espetáculo ou se para outro anterior, talvez o do Concerto de Natal de 2023 ou 2024).
Entendamo-nos: a única coisa que está aqui em causa é a quantidade de dinheiro. Penso que nos devemos habituar a pagar as despesas dos atos que praticamos, mas 600 euros eram muito mais do dobro do que se precisava para pagar a uma mulher de limpeza e a eletricidade gasta (num mês, pela Igreja).
É bom recordar que as obras que se têm realizado na Igreja Matriz têm sido pagas com o dinheiro dos nossos impostos, via órgãos autárquicos, pois as contribuições da comunidade de católicos praticantes, os utentes da Igreja, serão manifestamente reduzidas para as despesas quotidianas. Por isso, em parte compreendo a exigência da comissão fabriqueira.
Terá de se encontrar um equilíbrio entre as necesidades da Igreja e as da nossa Comunidade! Continuar neste limbo é negativo para todos.
Hoje encontrei o Pe. José Manuel, que me deu os seguintes esclarecimentos:
Já conhecia este boato de a Igreja exigir dinheiro à banda pelo concerto de Natal, até com valores diferentes.
A verdade é que a Igreja não exigiu dinheiro nenhum à banda. O que o Pe. José Manuel disse ao Daniel foi que qualquer banda precisa de uma licença da diocese para participar em atos religiosos ou atuar nos templos religiosos, licença que custa 30 euros.
A Igreja paga à banda 150 euros por cada participação em procissões. No último concerto da banda na Igreja, a banda não pagou nada, mas a igreja ficou muito suja de lenços de papel e garrafas de água no chão, limpeza que a Igreja teve de fazer por sua conta.
Nota pessoal: Que raio de história! Entendam-se, por favor!
José Teodoro Prata
sábado, 6 de dezembro de 2025
Vespas asiáticas
Deparei-me com este ninho no Ribeiro Dom Bento, na passada quinta-feira. Pouco antes, passara lá quase rente. Não sei há quanto tempo lá está. Foram hoje matar as vespas, mas disseram ao meu cunhado Cassiano que este é um ninho secundário e o principal estará perto. Estou lixado. Tenho de o procurar.
José Teodoro Prata
quarta-feira, 3 de dezembro de 2025
A Ti Mari do Cu
Nunca tive medo de ninguém, muito menos daquela mulher que via passar às vezes, rua abaixo, com a bacia da roupa ou o molho de caruma à cabeça. Bem me dizia a minha mãe que me metesse para dentro por causa do mau-olhado, muito menos que lhe comesse alguma coisa das mãos dela, que podia morrer. Mas eu não fazia caso.
Um dia de manhã, ia eu para a escola,
e estava ela a apular água com um cântaro na Fonte da Mesarela (ainda
hoje lá está essa fonte).
- Bom dia, Ti Mari do Cu!
Fiquei orgulhosa porque era isto que
os meus pais me ensinavam: dar a salvação a toda a gente.
Nisto vejo-a vir atrás de mim com um pau na mão:
- Anda cá, minha lareta, que já te digo quem é a Mari do Cu.
Não percebi bem aquela reação, mas corri
tanto que só parei na ribeira.
À tarde, quando cheguei a casa, contei
à minha mãe o que me tinha acontecido; ela ainda disse que era bem feita,
porque se lhe tivesse dado ouvidos, nada disso acontecia.
Nunca mais!
Doutra vez o meu pai foi com ela e com
o homem à feira do Fundão. Cada um lá fez o que tinha a fazer e, já no fim, ela
não terá achado bem algum negócio que o homem fez e zangou-se. Desapareceu do
pé de nós mal o diabo esfrega um olho. Ainda andámos por ali a ver se a víamos,
mas nada. E metemos também ao caminho, que se fazia tarde.
Então não é que quando chegámos ao Casal
(da Fraga) ela já cá estava há que tempos?! Diz o homem que até já tinha
acomodado a criação e posto a panela ao lume para cozer as couves para a ceia.
Ninguém queria crer: só mesmo coisa do
diabo com quem andaria feita, de certezinha!
Doutra vez, uns anos mais tarde, vinha
eu da escola e, para encurtar caminho, subi pela vereda que vai da sobreira até
quase ao cimo da rua de Santa Bárbara. Naquele tempo havia ali umas casas de
pedra baixinhas, com balcão: por baixo a loja, onde os animais dormiam; por
cima um espaço onde as pessoas viviam o pouco tempo que passavam em casa,
principalmente durante o verão.
Um dia ouço uns gemidos aflitos vindos
de dentro de uma das casas. Subi as escadas do balcão e, a um canto, vi uma
pessoa muito velha, deitada no chão, em cima duma enxerga, tapada com pouco
mais que farrapos. Tentei ajeitar-lhe a roupa, mas, nuns restos de pudor, a mulher
agarrou-a o mais que pôde, mas consegui ver que, vestido, nem uma combinação.
Passei por lá várias vezes para lhe fazer
um bocadinho de companhia e levar qualquer coisa que ele pudesse comer: uma
laranja ou o pão com queijo flamengo que nos davam na cantina. O que pudesse
dar-lhe algum consolo. Mas um dia tive um desgosto: quando lá cheguei, a “cama”
estava vazia.
Só passados alguns dias contei em casa
o que se tinha passado. A minha família levou as mãos à cabeça, imaginando o
que me poderia ter acontecido. É que a velha era a Ti Mari do Cu, a bruxa tão
temida, por toda a gente.
Por estas e por outras é que nunca
acreditei nestas coisas!
MLFerreira
quarta-feira, 26 de novembro de 2025
Concerto de Natal
A acústica da Casa do Povo é péssima e por isso não serve para eventos musicais. No ano passado, aquando do espetáculo do orfeão de Castelo Branco, um dos cantores manifestava-me o seu desagrado pela qualidade do som da sua atuação, atribuindo-a erradamente à aparelhagem sonora.
Penso que nessa altura me disseram que o espetáculo não fora na Igreja Matriz, porque a comissão fabriqueira pedia 600 euros pela sua utilização (não tenho a certeza se foi para esse espetáculo ou se para outro anterior, talvez o do Concerto de Natal de 2023 ou 2024).
Entendamo-nos: a única coisa que está aqui em causa é a quantidade de dinheiro. Penso que nos devemos habituar a pagar as despesas dos atos que praticamos, mas 600 euros eram muito mais do dobro do que se precisava para pagar a uma mulher de limpeza e a eletricidade gasta (num mês, pela Igreja).
É bom recordar que as obras que se têm realizado na Igreja Matriz têm sido pagas com o dinheiro dos nossos impostos, via órgãos autárquicos, pois as contribuições da comunidade de católicos praticantes, os utentes da Igreja, serão manifestamente reduzidas para as despesas quotidianas. Por isso, em parte compreendo a exigência da comissão fabriqueira.
Terá de se encontrar um equilíbrio entre as necesidades da Igreja e as da nossa Comunidade! Continuar neste limbo é negativo para todos.
José Teodoro Prata
sexta-feira, 21 de novembro de 2025
Central solar fotovoltaica da Gardunha
Consultar aqui: https://siaia.apambiente.pt/AIA1.aspx?ID=3536
José Teodoro Prata
terça-feira, 18 de novembro de 2025
Tortulhos na Gardunha
domingo, 16 de novembro de 2025
Beira e Sophia
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Estive ontem na manisfestação contra as centrais solares Beira e Sophia, em Castelo Branco. Muito pouca gente (metade da que esteve no Fundão, onde também eram muito menos do que deviam ser), eu que esperava um sobressalto cívico, pois está em causa a nossa sobrevivência.
O Ribeiro Dom Bento estava muito bem representado, com mais de metade dos moradores e proprietários não absentistas.
Não sou exemplo para ninguém, eu que raramente participo nestes eventos, e há muitas formas de participar, cada um manifesta-se como quer e pode. Por outro lado, da central Beira, a que mais vai afetar o nosso concelho, pouco se fala
Uma delas é assinar esta petição, nova, que me foi enviada ontem pela Manuel Catana, uma das técnicas do Geoparque NaturTejo: https://participacao.parlamento.pt/iniciatives/5569
José Teodoro Prata
terça-feira, 11 de novembro de 2025
Cinema na Câmara
A
Ordem Franciscana Secular de São Vicente da Beira e a Biblioteca Popular Dr.
Hipólito Raposo convidam toda a comunidade a participar nesta sessão de cinema,
que se realiza no Salão Nobre da Junta de Freguesia.
Contamos
com todos.
sexta-feira, 7 de novembro de 2025
Travessa dos Abraços
As ruas das terras grandes têm quase sempre nomes de gente importante. Gente de quem a maior parte dos que por lá passam mal ouviram falar. Não é assim nas aldeias, onde as ruas se chamam Rua da Fonte, Rua do Cemitério, Rua da Igreja, Rua do Lagar, Rua da Escola, Rua da Praça, Rua da Eira, etc… identificando, sobretudo, o lugar onde se situam equipamentos importantes para a terra ou alguma característica invulgar.
Esta Travessa dos Abraços, no Violeiro, são vinte passos mal medidos, em forma de Z mal acabado, onde um homem com um molho de mato às costas teria dificuldade em passar.
Maravilhei-me com o nome e imaginei que, no tempo em que manifestações de amor eram proibidas, se não pecado, muitos casais de apaixonados terão aproveitado o recato e o negrume da rua para poderem abraçar-se de fugida.
Um dos habitantes mais antigos (já poucos, no Violeiro) disse-me que não era bem assim; mas a imaginação é ainda um dos nossos maiores poderes, e eu fico-me com minha…
ML Ferreira
Nota: A fotografia publicada há dias duma
casa na Rua do Forno é, de facto, nos Pereiros. Sinal dos tempos, o forno comunitário
que ali existiu faz agora parte de uma casa particular.
quarta-feira, 5 de novembro de 2025
segunda-feira, 3 de novembro de 2025
Ainda as Autárquicas 2025
Chegou-me a informação de que, nas recentes eleições
autárquicas, na mesa de voto da Vila, São Vicente da Beira (ignoro se houve
mais do que uma), o delegado da coligação PSD-CDS, presente na sala, foi várias
vezes à porta buscar pessoas para as acompanhar à mesa de voto.
Sei também que o delegado do Partido Socialista não fez uma
participação destas ocorrências, por escrito. Fez mal, pois a democracia
defende-se a cada momento, mesmo nas pequenas coisas. E isto não tem nada a ver
com as relações entre as pessoas, que se desejam amistosas o mais possível.
Nem queria acreditar quando me contaram! Desde 1974-75 que
não ouvia falar destas atitudes. Nesse tempo, os caciques colocavam-se à porta,
relembravam às pessoas em que partido deviam votar, acompanhavam-nas às mesas
de voto e até se metiam com elas no local onde se marca a cruz no boletim de
voto. Mas esses foram tempos de aprendizagem, em que todos, até os caciques,
tiveram de aprender as regras democráticas. Mas agora! Estas atitudes envergonham-nos,
como comunidade!
Aqui deixo as funções dos delegados às mesas de voto, para
que conste:
Quais os poderes e competências dos delegados?
- Ocupar os lugares mais próximos da mesa da assembleia de
voto de modo a poderem fiscalizar todas as operações de votação;
- Consultar a todo o momento as cópias dos cadernos de recenseamento eleitoral
utilizadas pela mesa da assembleia de voto;
- Ser ouvidos e esclarecidos acerca de todas as questões suscitadas durante o
funcionamento da assembleia de voto, quer na fase da votação quer na fase do
apuramento;
- Apresentar oralmente ou por escrito reclamações, protestos ou contraprotestos
relativos às operações de voto;
- Assinar a ata e rubricar, selar e lacrar todos os documentos respeitantes às
operações de voto;
- Examinar, no apuramento local, os lotes dos boletins separados, bem como os
correspondentes registos, sem alterar a sua composição;
- Obter certidões das operações de votação e apuramento.
Nota: as pessoas que precisam de acompanhamento para ir votar
devem levar um atestado médico!
José Teodoro Prata
sábado, 1 de novembro de 2025
Vespas asiáticas
Na última semana, morreram 3 homens na Galiza, em ataques da vespas asiáticas. E desta vez com uma novidade: todos pisaram ninhos de vespas feitos no chão, o que não era habitual.
Já no ano passado, o meu sobrinho António Craveiro encontrou um ninho no tronco de uma oliveira, pouco antes da colheita da azeitona. Também não era habitual, segundo los técnicos que vieram matar as vespas.
sábado, 25 de outubro de 2025
Quando o mar bate na rocha...
A propósito da perda de eleitores na nossa freguesia (mais de cem) entre as Autárquicas de 2021 e as de 2025. Embora a “fome” não seja exatamente a mesma, este texto é extraordinário, até pela crueza, na justificação da perda de população no interior do País no tempo da ditadura:
«O reino naquela época tremia de frio
e desconfiança.
Tinha-se deslocado mais para a
beira-mar, não se sabe bem porquê, mas calcula-se: fome.
A fome vinha do interior e varria tudo
para o oceano. Nesta leva desgarrada, escapavam os camponeses, que tinha a
barriga curtida, em cardos, e que se cravavam na terra à dentada, como uns
danados.
Espalmavam-se nas tocas e nas dobras
das montanhas para deixar passar a ventania, pareciam calhaus, seres
empedernidos; depois voltavam ao trabalho; à semente que se enterra e ao fruto
que se arranca.
Tinham-se habituado de tal maneira à
má sina que fome para eles era o pão de cada dia.
Os restantes, os que não conseguiam
enganar os vendavais, fugiam de roldão pelo país, atravessando aldeias e
planícies, vinhas e repartições, hoje fazendo família neste ponto, amanhã mais
naquele, até se verem diante do mar, acossados.
Uma vez ali, ou entregavam o corpo aos
caranguejos ou faziam como o mexilhão: Pé na rocha e força contra a maré.
Daí o nome de Reino do Mexilhão, que lhe pôs a geografia, em homenagem a esse marisco mais que humilde, só tripa e casca.»
Do livro Dinossauro Excelentíssimo de José Cardoso Pires
ML Ferreira
sexta-feira, 24 de outubro de 2025
A azeitona já está preta
Acabei ontem a azeitona. Foram dias de tal suadouro, que só
apetecia cantar Ó que calma vai caindo / sobre as gentes do campo… Mas,
como continuar Por cima ceifa-se o trigo / por baixo fica o restolho…, se
eu andava empoleirado nas oliveiras a ripar azeitona?!
A canção certa seria A azeitona já está preta / já se pode
armar aos tordos..., mas cantá-la naquele ritmo apressado e folgazão
debaixo de tal calmaria?! Nem poderia gritar Ó João, dá cá o podão! Para
quê? Pra malhar aqueles que além vão! Pois se não se avistava vivalma!
Verdade, verdadinha, a canção que andei sempre a cantar foi
mesmo Ó que calma vai caindo, mentalmente claro, não queria que
me chamassem maluco! Como escreveu Aquilino Ribeiro, na primeira página do
Malhadinhas, «…os dias de hoje não os conheço.»
Porque comecei tão cedo? Medo da gafa que aí vem e
indisponibilidade na próxima semana.
Nota: a gafa é uma doença que provoca o apodrecimento da azeitona, devido a um fungo que se desenvolve em ambientes quentes e húmidos.
José Teodoro Prata
segunda-feira, 13 de outubro de 2025
Autárquicas 2025
Resultados oficiais, por esta ordem: Câmara, freguesia SVB/concelho; Assembleia Municipal, freguesia SVB/concelho; freguesia SVB
PS - 40,45/36,21 (3 vereadores); 37,89/33,26; 43,46 (3 mandatos)
PSD+CDS - 46,77/32,63 (3 vereadores); 45,86/31,65; 53,98 (4 mandatos - presidente da Junta)
CH - 6,17/10,72; 8,42/12,99
IL - 2,56/13,98; 2,56/13,66 (1 vereador)
PCP+PEV - 1,05/1,55; 0,75/2,18
L+BE - 0,75/2,12; 2,11/2,63
Nas Autárquicas 2021, SVB tinha 1032 eleitores e votaram 685; nestas Autárquicas 2025, temos 927 eleitores e votaram 648.
Como em 2021, a nossa freguesia votou em dissonância com o concelho (nas legislativas e presidenciais tem havido concordância desde 2009). A dissonância de agora é diferente da de 2021: então, SVB desconhecia o candidato do PS e conhecia o candidato do Sempre. Nestas eleições, a nossa freguesia conhecia bem o Leopoldo Rodrigues e a sua obra no concelho: cumprimento das promessas à Misericórdia - Lar e telhado da Igreja desta irmandade - feitas por José Augusto Alves, no anterior mandato (em substituição de Luís Correia); arranjo dos retábulos franciscados da Orada; paragem do fogo que lavrara desde Arganil, sem que ninguém o detivesse até entrar na nossa freguesia; criação de condomínios de aldeia na Paradanta e Violeiro, para evitar os incêndios; presença assídua em muitos momentos da nossa vida comunitária; apoio à edição de 2 livros; reparações várias na escola; obras no largo da Partida e apoio às Jornadas do Património; etc (no total, a Câmara terá gasto na nossa freguesia mais de 500 000 euros!) É verdade que quem anda à chuva molha-se, mas cheira um pouco a ingratidão. Po outro lado, prefiro pensar que o João Filipe Goulão fez um trabalho tão bem feito que levou as pessoas a pensar que íamos ter finalmente uma câmara e uma junta da mesma cor política. Ora isso nunca esteve nas previsões realistas, antes era do domínio dos sonhos e dos desejos, legítimos, claro (era mais que previsível uma subida da IL e do CH, que se verificou, tendo a coligação de direita perdido um vereador - antes, o Sempre tinha 3 e o PSD tinha 1; agora têm 3). Para entenderem melhor o que quero dizer, observem os resultados das freguesias onde as juntas foram ganhas pelo PSD+CDS (tp.pt/eleicoes/autarquicas-resultados/2025/eleicao-AF/990000): quase todas deram a vitória para a Câmara ao Leopoldo Rodrigues.
Como sempre, os meus parabéns à Junta de Freguesia eleita. Pode contar com a minha colaboração, em tudo o que precisar e estiver ao meu alcance.
Na Câmara, haverá 3 vereadores do PS, 3 do PSD+CDS e 1 da IL. Não sei como se vão entender, mas faço votos para que acabe o ambiente de crispação introduzido pelo Sempre no anterior mandato (em contraste com a atitude responsável do vereador do PSD) e que Câmara e Junta se esforcem por trabalharem em conjunto, para bem da nossa freguesia. Afinal, foi SÓ para isso que foram eleitas!
José Teodoro Prata
terça-feira, 7 de outubro de 2025
Estrada romana
Os humanos já vivem há milhares de anos, nesta encosta da
Gardunha, os poderosos é que foram mudando, mas trazendo sempre consigo novas
gentes.
Na época romana, a estrada vinda do Ribatejo passava por
Castelo Branco, Alcains e logo a seguir atravessava a ribeira da Ocreza (a
ponte está submersa pela água da barragem de Santa Águeda).
Depois dividia-se em duas. Uma voltava a atravessar a Ocreza
abaixo do Louriçal e seguia pela Soalheira, Castelo Novo e serra acima até ao
Fundão. A outra, a nossa, seguia na direção das Vinhas, fonte da Portela,
Marzelo, Corredoura, Pinheiro, Ribeiro Dom Bento, Quintas, Orada e aqui subia
até à Portela de São Vicente, agora Alto da Portela, e continuava pela outra
vertente da serra.
Neste agosto, o meu sobrinho António Craveiro avisou-me de
que as obras de captação de água pela Fonte da Fraga estavam a degradar a
estrada. Contactei a Junta, a Câmara e um amigo arqueólogo, que me informou
estar a estrada registada na plataforma de registo do património arqueológico,
graças a uma iniciativa do GEGA, há uns bons anos!
De regresso, fui ver e tirei as minhas conclusões, que enviei
às entidades acima referidas e à Fonte da Fraga. Resumidamente, o que observei,
no troço entre a Senhora da Orada e a casa do Rabaçal foi: degradação pelo uso
de tantos séculos; degradação pelas obras de captação e canalização da água
oferecida à povoação pela família Matias; degradação pela água que corre
continuamente nas margens da estrada, vinda de uma das captações/canalizações;
degradação pela movimentação das máquinas para realizar as atuais captações da
Fonte da Fraga.
A Fonte da Fraga disponibilizou-se a colaborar num projeto
da restauração da estada (o presidente da Junta já a contactara, sobre o
assunto) e o presidente da Câmara comprometeu-se a tratar do problema no próximo
mandato.
No domingo, realizam-se as eleições autárquicas e, sejam
quais forem os resultados locais e concelhios, faço votos para que possamos
congregar vontades para preservarmos esta estrada milenar, que tantos trabalhos
terá custado aos nossos antepassados de então.
Atenção: os turistas querem é conhecer coisas genuínas,
aquilo que temos de peculiar, que nos carateriza; não o que nos torna iguais a
todos os outros!
José Teodoro Prata















