Comunicaram-me, de São Vicente, que a nossa Procissão dos Terceiros não se realizará no próximo dia 27 de Março, terceiro domingo da Quaresma, como é tradição, mas sim no dia 3 de Abril, também domingo.
Já alterei a data na notícia anterior, mas deixo o aviso para quem a leu antes da correção.
Hoje ofereço-vos um pedacinho do filme da procissão de 2003, pelas mãos do Tó Sabino.
Enxidros era a antiga designação do espaço baldio da encosta da Gardunha acima da vila de São Vicente da Beira. A viver aqui ou lá longe, todos continuamos presos a este chão pelo cordão umbilical. Dos Enxidros é um espaço de divulgação das coisas da nossa freguesia. Visitem-nos e enviem a vossa colaboração para teodoroprata@gmail.com
sábado, 19 de março de 2011
domingo, 13 de março de 2011
Procissão dos Terceiros

A Ordem Terceira de São Francisco, a Paróquia, a Santa Casa da Misericórdia e a Junta de Freguesia uniram esforços e vão realizar a Procissão do Terceiros, no dia 3 de Abril.
As fotos que se seguem são da procissão de 1967, data em que o Padre António Branco, recém-chegado a S. Vicente da Beira (1965), mobilizou a comunidade e restaurou a antiga Procissão do Terceiros. O fotógrafo é desconhecido e as fotos não estão datadas, mas só podem ser da procissão de 1967, pelo aspeto de muitas pessoas que se conseguem identificar, sobretudo das três jovens, à esquerda, na foto acima apresentada.



As palavras do P.e Branco, publicadas no jornal Pelourinho, n.º 76, de Março de 1967:
«A piedosa procissão saiu da capela de S. Francisco, junto ao Calvário, e percorreu as principais ruas da Vila. Foram necessários 52 homens para transportar os 13 andores que seguiram por esta ordem:
Paraíso Terreal (S. Miguel Arcanjo, Árvore do Bem e do Mal, Eva e a Serpente); Senhor Jesus dos Passos; Igreja de Roma com S. Francisco e S. Domingos; S Francisco entregando o hábito a Santa Bona, a pioneira dos Terceiros Franciscanos; S. Ivo; S. Luís - Rei de França; Santo Padre Inocêncio III (o Papa que, em 1210, aprovou a Ordem de S. Francisco, entregando a bula àquele santo); Santa Rosa Viterbo; Santa Clara; Santa Isabel, rainha de Portugal; S. Francisco de Assis recebendo as cinco chagas; Santo António de Lisboa; N.ª Sr.ª da Conceição, rainha da Ordem Terceira.»



Nota 1: As fotos são propriedade do Pedro Gama Inácio e foram tratadas pelo Carlos Matos, responsável pelo design e coordenação gráfica do livro sobre o Padre Branco.
Nota 2: A citação do "Pelourinho" e as fotos constam das páginas 58 e 59 do livro "Uma vida em construção - Homenagem ao Padre António Branco", de José Teodoro Prata, editado pela Fábrica da Igreja Paroquial de S. Vicente e à venda na mesma Igreja.
sexta-feira, 11 de março de 2011
Padrinhos e afilhados
O batismo é um dos sete sacramentos da Igreja Católica.
Em São Vicente da Beira, nos anos 60, o batizado realizava-se em qualquer dia, à hora marcada pelo Vigário. Não era necessariamente num domingo, nem tinha de se integrar numa missa.
A parteira é que levava o recém-nascido à Igreja. Era esse o costume. A mãe ficava em casa a preparar o lanche: doces feitos no dia anterior, pôr o chá ao lume e preparar a mesa, enfeitada com um vaso de flores.
O bebé trajava de vestido branco, capa e touca, tudo de seda. A acompanhar, o pai e os padrinhos, mais outros familiares da casa ou próximos.
Ao fundo da Igreja, na pia batismal, o padre tirava um pouco de água benta e derramava-a na cabeça da criança, reclinada sobre a pia. Depois, colocava-lhe sal na boca. Normalmente, este gesto acalmava o bebé, antes choroso pela surpresa da água fria.
Eram os padrinhos que escolhiam o nome do novo ser e só o davam a conhecer no momento do batismo. Em casa, a mãe esperava ansiosa por saber que nome fora dado ao seu menino ou à sua menina.
À saída da Igreja, o sino repicava à festa e os garotos corriam atrás do cortejo, a apanhar rebuçados que os padrinhos atiravam.
Chegados a casa, a mãe podia finalmente tratar o seu bebé pelo nome. Às vezes, para ela, a festa ficava estragada, ao imaginar que o seu mais querido ser teria de carregar toda a vida com um nome tão detestável. Mas que remédio!
Não foi o meu caso. Chamo-me José, porque sou afilhado do meu tio José Candeias. Não herdei nenhum dos nomes mais comuns da família: António, João, Guilherme, Francisco… Mas já havia tios José e, ter em casa um filho com nome bíblico, dava sempre jeito!
Texto composto a partir da recolha de Maria Isabel dos Santos Teodoro, trabalho manuscrito, Escola Secundária de Alcains, 1985.
Em São Vicente da Beira, nos anos 60, o batizado realizava-se em qualquer dia, à hora marcada pelo Vigário. Não era necessariamente num domingo, nem tinha de se integrar numa missa.
A parteira é que levava o recém-nascido à Igreja. Era esse o costume. A mãe ficava em casa a preparar o lanche: doces feitos no dia anterior, pôr o chá ao lume e preparar a mesa, enfeitada com um vaso de flores.
O bebé trajava de vestido branco, capa e touca, tudo de seda. A acompanhar, o pai e os padrinhos, mais outros familiares da casa ou próximos.
Ao fundo da Igreja, na pia batismal, o padre tirava um pouco de água benta e derramava-a na cabeça da criança, reclinada sobre a pia. Depois, colocava-lhe sal na boca. Normalmente, este gesto acalmava o bebé, antes choroso pela surpresa da água fria.
Eram os padrinhos que escolhiam o nome do novo ser e só o davam a conhecer no momento do batismo. Em casa, a mãe esperava ansiosa por saber que nome fora dado ao seu menino ou à sua menina.
À saída da Igreja, o sino repicava à festa e os garotos corriam atrás do cortejo, a apanhar rebuçados que os padrinhos atiravam.
Chegados a casa, a mãe podia finalmente tratar o seu bebé pelo nome. Às vezes, para ela, a festa ficava estragada, ao imaginar que o seu mais querido ser teria de carregar toda a vida com um nome tão detestável. Mas que remédio!
Não foi o meu caso. Chamo-me José, porque sou afilhado do meu tio José Candeias. Não herdei nenhum dos nomes mais comuns da família: António, João, Guilherme, Francisco… Mas já havia tios José e, ter em casa um filho com nome bíblico, dava sempre jeito!
Texto composto a partir da recolha de Maria Isabel dos Santos Teodoro, trabalho manuscrito, Escola Secundária de Alcains, 1985.
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sexta-feira, 4 de março de 2011
O resineiro
José Candeias nasceu em 1921 e é o homem mais velho de São Vicente da Beira. Vive na Tapada da Dona Úrsula, com a sua mulher Estela Prata, ainda entretido com umas cabritas e no amanho das terras, depois de uma vida de muitos trabalhos, entre os quais a ida para França e mais de 20 anos como resineiro.

Comecei a trabalhar na resina aos 16 anos, ainda descalço. No primeiro ano, ganhava 15 escudos por dia, mas, no ano seguinte, já me pagavam como aos homens, 17 escudos.
Se era uma vida dura? Deus te livre, afilhado! Saímos de casa por volta das quatro ou cinco da manhã, para pegar ao nascer do sol, sempre a subir e a descer barreiras, com o caldeiro da resina às costas. Comíamos a merenda por volta das dez horas: uma orela de pão, com um bocado de queijo ou azeitonas, numa bolsa presa ao cinto das calças. No tempo quente, andávamos horas sem encontrar água, mortos de sede. Metíamos uma palhinha na boca, para entreter. Às vezes, num ribeirito quase seco, fazíamos uma poça no chão e bebíamos aquela água ludra, a saber a terra e a raízes. Nalguns dias, só matávamos a sede depois de largar, cerca das duas horas da tarde, quando passávamos na fonte de Santo André.
A exploração da resina ocupava-nos de meados de Fevereiro a meados de Novembro. Primeiro fazia-se o descarrasco, com a machada, desbastando a carcódia do pinheiro até quase à pele, na parte que queríamos explorar nesse ano. Na volta seguinte, colocávamos a bica (lata de zinco, em forma de meia-lua, espetada no pinheiro), a cunha e a tigela de barro, entalada entre a cunha e a bica. Feito este trabalho em todos os pinheiros, começava a exploração: cortávamos uma tira de pele do pinheiro, rente à bica, para a resina sair. Depois, até Outubro, íamos cortando mais tiras de pele, pelo tronco acima, para que houvesse sempre feridas novas por onde o pinheiro sangrar. A colha fazia-se com uma espátula, tirando a resina da tigela para o caldeiro. No tempo quente era mais fácil, pois a resina corria quase como água. Caldeiro cheio e era necessário ir despejá-lo ao barril e voltar, voltar as vezes necessárias. Quando os bidons estavam todos cheios, vinha o camião da fábrica a carregá-los ao estaleiro. A campanha da resina terminava na primeira quinzena de Novembro. Antes, dávamos uma última volta, a raspar a resina seca que ficara na ferida do pinheiro. Depois, com um pau, amassava-se bem dentro do caldeiro, para desfazer a resina seca na líquida.
O José Neves era um dos três donos da fábrica da resina, em Castelo Branco, onde agora está o Modelo. Também explorava a resina na nossa terra. Os resineiros trabalhavam para ele. Chegámos a ser doze resineiros. Resinávamos todos juntos, levando os pinheiros a eito. Começávamos pela margem esquerda da Ribeirinha, no Valouro, e depois pela Oles, Barragem, Serra, Lameiras, Senhora da Orada, Mata Redonda, Casal Pousão (até quase à Paradanta), Vale Covo e finalmente Vale Feitoso, em frente ao Valouro, onde tínhamos começado. Esta enorme volta demorava oito dias. Também fazíamos o Peral, uma grande propriedade da Casa Conde, por cima do Tripeiro.
Trabalhávamos juntos, mas cada resineiro tinha a sua volta diária, com cerca de 450 a 600 pinheiros para fazer. Isto é, andávamos na mesma zona, mas longe uns dos outros. A cada resineiro era atribuída uma volta diária, às vezes por sorteio, pois havia voltas maiores que outras ou em terrenos mais difíceis. Era um trabalho solitário, horas sem ver vivalma. Mesmo bichos, só raramente topávamos com um texugo ou uma raposa, além dos gritos de gaios e de corvos.
Mas os trabalhos dos resineiros não se ficavam por aqui. Ainda íamos à Barroca do Zêzere ou a Dornelas, por nossa conta, a pé, com uma saca às costas, buscar pedras para desgastar as ferramentas. Dornelas é uma terra muito bonita, sobre o rio, e nas barreiras apanhávamos as pedras, do tamanho da mão. Isto era por volta de 1950.
Anos mais tarde, o senhor José Neves começou a contratar com um resineiro a exploração da resina numa zona. Era melhor para os dois: o resineiro ganhava mais e o José Neves recebia mais resina, pois era colhida com mais cuidado, de forma a não cair nada para o chão. Eu contratei com ele a exploração da resina no Vale Covo, Vale Feitoso, Vale Moreno e Canada. Trazia comigo três resineiros: o meu irmão João, o meu irmão Domingos e o Tonho da Lígia. A tua madrinha também colhia! E íamos à fábrica assistir à pesagem dos bidons, para sabermos quantos quilos tínhamos colhido. O camião da resina levava-nos para Castelo Branco e voltávamos na camioneta da carreira. Num ano, tive de lucro 12 contos, livres de despesas. Dei 500 escudos a cada resineiro, pois tinham-me ajudado a ganhá-los.
Mas, em 1962, abalei para a França, a salto, à procura de uma vida melhor.

José Candeias e Estela Prata
Comecei a trabalhar na resina aos 16 anos, ainda descalço. No primeiro ano, ganhava 15 escudos por dia, mas, no ano seguinte, já me pagavam como aos homens, 17 escudos.
Se era uma vida dura? Deus te livre, afilhado! Saímos de casa por volta das quatro ou cinco da manhã, para pegar ao nascer do sol, sempre a subir e a descer barreiras, com o caldeiro da resina às costas. Comíamos a merenda por volta das dez horas: uma orela de pão, com um bocado de queijo ou azeitonas, numa bolsa presa ao cinto das calças. No tempo quente, andávamos horas sem encontrar água, mortos de sede. Metíamos uma palhinha na boca, para entreter. Às vezes, num ribeirito quase seco, fazíamos uma poça no chão e bebíamos aquela água ludra, a saber a terra e a raízes. Nalguns dias, só matávamos a sede depois de largar, cerca das duas horas da tarde, quando passávamos na fonte de Santo André.
A exploração da resina ocupava-nos de meados de Fevereiro a meados de Novembro. Primeiro fazia-se o descarrasco, com a machada, desbastando a carcódia do pinheiro até quase à pele, na parte que queríamos explorar nesse ano. Na volta seguinte, colocávamos a bica (lata de zinco, em forma de meia-lua, espetada no pinheiro), a cunha e a tigela de barro, entalada entre a cunha e a bica. Feito este trabalho em todos os pinheiros, começava a exploração: cortávamos uma tira de pele do pinheiro, rente à bica, para a resina sair. Depois, até Outubro, íamos cortando mais tiras de pele, pelo tronco acima, para que houvesse sempre feridas novas por onde o pinheiro sangrar. A colha fazia-se com uma espátula, tirando a resina da tigela para o caldeiro. No tempo quente era mais fácil, pois a resina corria quase como água. Caldeiro cheio e era necessário ir despejá-lo ao barril e voltar, voltar as vezes necessárias. Quando os bidons estavam todos cheios, vinha o camião da fábrica a carregá-los ao estaleiro. A campanha da resina terminava na primeira quinzena de Novembro. Antes, dávamos uma última volta, a raspar a resina seca que ficara na ferida do pinheiro. Depois, com um pau, amassava-se bem dentro do caldeiro, para desfazer a resina seca na líquida.
O José Neves era um dos três donos da fábrica da resina, em Castelo Branco, onde agora está o Modelo. Também explorava a resina na nossa terra. Os resineiros trabalhavam para ele. Chegámos a ser doze resineiros. Resinávamos todos juntos, levando os pinheiros a eito. Começávamos pela margem esquerda da Ribeirinha, no Valouro, e depois pela Oles, Barragem, Serra, Lameiras, Senhora da Orada, Mata Redonda, Casal Pousão (até quase à Paradanta), Vale Covo e finalmente Vale Feitoso, em frente ao Valouro, onde tínhamos começado. Esta enorme volta demorava oito dias. Também fazíamos o Peral, uma grande propriedade da Casa Conde, por cima do Tripeiro.
Trabalhávamos juntos, mas cada resineiro tinha a sua volta diária, com cerca de 450 a 600 pinheiros para fazer. Isto é, andávamos na mesma zona, mas longe uns dos outros. A cada resineiro era atribuída uma volta diária, às vezes por sorteio, pois havia voltas maiores que outras ou em terrenos mais difíceis. Era um trabalho solitário, horas sem ver vivalma. Mesmo bichos, só raramente topávamos com um texugo ou uma raposa, além dos gritos de gaios e de corvos.
Mas os trabalhos dos resineiros não se ficavam por aqui. Ainda íamos à Barroca do Zêzere ou a Dornelas, por nossa conta, a pé, com uma saca às costas, buscar pedras para desgastar as ferramentas. Dornelas é uma terra muito bonita, sobre o rio, e nas barreiras apanhávamos as pedras, do tamanho da mão. Isto era por volta de 1950.
Anos mais tarde, o senhor José Neves começou a contratar com um resineiro a exploração da resina numa zona. Era melhor para os dois: o resineiro ganhava mais e o José Neves recebia mais resina, pois era colhida com mais cuidado, de forma a não cair nada para o chão. Eu contratei com ele a exploração da resina no Vale Covo, Vale Feitoso, Vale Moreno e Canada. Trazia comigo três resineiros: o meu irmão João, o meu irmão Domingos e o Tonho da Lígia. A tua madrinha também colhia! E íamos à fábrica assistir à pesagem dos bidons, para sabermos quantos quilos tínhamos colhido. O camião da resina levava-nos para Castelo Branco e voltávamos na camioneta da carreira. Num ano, tive de lucro 12 contos, livres de despesas. Dei 500 escudos a cada resineiro, pois tinham-me ajudado a ganhá-los.
Mas, em 1962, abalei para a França, a salto, à procura de uma vida melhor.
José Candeias e Estela Prata
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sábado, 26 de fevereiro de 2011
O resineiro engraçado
E ao resineiro engraçado, solteiro ou casado, as moças cantavam:
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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
A extração da resina
Foi uma importante actividade económica, em São Vicente da Beira, entre os anos 20 e os anos 70 do século passado.
Ganhava o trabalhador (o resineiro), ganhava o patrão ou contratador (em S. Vicente, o senhor José Neves) e ganhava o proprietário dos pinheiros. Era uma fonte de riqueza.
Deixo-vos com um vídeo da zona da Nazaré, para os mais velhos recordarem e os jovens aprenderem como era.
Ganhava o trabalhador (o resineiro), ganhava o patrão ou contratador (em S. Vicente, o senhor José Neves) e ganhava o proprietário dos pinheiros. Era uma fonte de riqueza.
Deixo-vos com um vídeo da zona da Nazaré, para os mais velhos recordarem e os jovens aprenderem como era.
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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
A resina

O pinheiro bravo difundiu-se pelo litoral e interior do país, nas regiões a norte do rio Tejo, desde finais da Idade Média. Chegou a esta região, no século XIX, mas só passou a dominar as paisagens serranas no século seguinte.
Entre 1920 e 1970, fez-se a extração sistemática da sua resina. Mas, embora essa actividade persista em algumas regiões, ela já cessou completamente noutras, como por exemplo neste interior beirão.
A resina do pinheiro é um líquido viscoso que é excretado pelo pinheiro para selar e proteger qualquer ferida na casca. É de uma cor amarelo acastanhado e, no contacto com o ar, torna-se duro e forma uma crosta quebradiça e pegajosa. A resina fossilizada é conhecida como âmbar e é considerada uma pedra semi-preciosa.
A resina é principalmente utilizada para a produção de aguarrás e pês.
A aguarrás é utilizada para diluir e dissolver tintas e vernizes, em graxa de sapato e lacre. É também juntada a muitos produtos de limpeza devido às suas propriedades anti-sépticas e ao seu perfume a pinheiro.
O pês é utilizado em cola de papel e na fabricação de sabão, vernizes e tintas e talvez a utilização mais conhecida seja para os arcos de instrumentos musicais de corda como o violino.
A vulgar resina de pinheiro era, no passado, utilizada nas embarcações de vela para as impermeabilizar. Também tem propriedades medicinais: sabe-se que é anti-patogénica e foi durante anos utilizada para esfoladelas e feridas, como tratamento contra piolhos, misturada com gordura animal para massajar no peito, ou para inalar contra doenças nasais e de garganta.
(O meu pai, António Teodoro, pedreiro de profissão, curava as gretas nos dedos, provocadas pelo cimento, enchendo-as de resina.)
No passado era aplicada em cubos de açúcar ou em mel como tratamento contra parasitas intestinais e remédio geral para tudo. É também um estimulante, um diurético, um adstringente e um anti-espasmódico. Porém, o seu vapor pode queimar a pele e os olhos, prejudicar os pulmões e o sistema nervoso central, quando inalada, e causa insuficiências renais quando ingerida.

O texto (adaptado) e as fotos foram tiradas de um site do concelho de Góis:
http://www.goisproperty.com/portugues/regiao%20de%20Gois/Resina-de-pinheiro.html
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