Ao ler a publicação anterior comecei logo a contarolar estas duas lindas canções.
José Teodoro Prata
Enxidros era a antiga designação do espaço baldio da encosta da Gardunha acima da vila de São Vicente da Beira. A viver aqui ou lá longe, todos continuamos presos a este chão pelo cordão umbilical. Dos Enxidros é um espaço de divulgação das coisas da nossa freguesia. Visitem-nos e enviem a vossa colaboração para teodoroprata@gmail.com
Ao ler a publicação anterior comecei logo a contarolar estas duas lindas canções.
José Teodoro Prata
Nem tudo são rosas na vida do campo, mas, com dias tão feios lá fora, é quase uma bênção acordar com a Estrela da Manhã
a anunciar a alvorada.
E finalmente ver o Sol chegar, no horizonte, a prometer um dia lindo.
Pudesse ser assim na Terra inteira!
M. L. Ferreira
João Ricardo
João Ricardo nasceu em São Vicente da Beira, no
dia 5 de novembro de 1894. Era filho de Manuel Ricardo e Maria Ramos, moradores
na rua Velha.
Embarcou para França no dia 21 de Março de 1917,
integrando o 2.º Grupo de Metralhadoras, 1.ª Bateria, no posto de soldado com o
n.º 87 e placa de identificação n.º 51709.
Do seu boletim individual constam as seguintes
ocorrências:
a)
Promovido
a 2.º Cabo, em 13 de Outubro de 1917;
b)
Punido
em 30 de janeiro de 1918, com cinco dias de detenção, por ter faltado à
formatura, no dia 27 do mesmo mês, tendo-se apresentado apenas pelas 20.30h;
c)
Punido
em 5 de maio de 1918, com dois dias de detenção por, no dia 4, se ter ausentado
do acantonamento sem autorização, não se encontrando presente quando foi
procurado por motivos de serviço;
d)
Baixa
à ambulância n.º 4, em 4 de junho de 1918;
e)
Seguiu
do D. I. (Depósito de Infantaria?), em 6 de outubro de 1918, para a zona
avançada, a fim de recolher à sua unidade;
f)
Presente
no B. Metralhadoras Pesadas e colocado na 1.ª Secção com o n.º 39, em 31 de
Outubro de 1918;
g)
Regressou
a Portugal no dia 1 de março de 1919, desembarcando em Lisboa no dia 5 do mesmo
mês.
Condecorações: Não foi possível consultar a
folha de matrícula de João Ricardo, no Arquivo Geral do Exército nem no Arquivo
Histórico da G.N.R. /G. Fiscal, pelo que não tivemos acesso a esta informação.
Família:
João Ricardo casou com Amélia de Jesus, no
Posto de Registo Civil de São Vicente da Beira, no dia 27 de novembro de 1921,
e tiveram 4 filhos:
1.
Celeste
Ramos Gama, que casou com Diogo(?) e tiveram 1 filho;
2.
Maria
de Lurdes de Jesus Ricardo (uma lutadora contra a ditadura de Salazar), que casou
com Edmundo Pedro (histórico da resistência antifascista e notável do Partido
Socialista) e tiveram 1 filha;
3.
Maria
de Jesus Ramos Gama, que casou em primeiras núpcias com Tomé(?) e tiveram 1
filha; Maria de Jesus enviuvou e voltou a casar com João Felgueiras, mas não
teve filhos deste casamento;
4.
Fernando
Ricardo, que casou e teve 2 filhos.
Após o regresso de França, João Ricardo ingressou
na Guarda-Fiscal. Esteve colocado na Doca do Bom Sucesso, em Lisboa, onde permaneceu
até ao final da carreira. Foi também ali que lhe nasceram os filhos e viveu com
a família, em instalações que o quartel disponibilizava para os seus Guardas. Após
a aposentação ainda trabalhou, como segurança, na Liga dos Combatentes da
Grande Guerra, onde também tinha residência. Mais tarde a família mudou-se para
Mem Martins.
A filha Maria de Lurdes Pedro lembra o pai como
uma pessoa muito honesta e de um grande rigor e respeito por todas as regras,
quer fosse no trabalho ou em casa, e exigia dos outros as mesmas atitudes e
comportamentos. Este rigor refletiu-se na educação que deu aos filhos,
principalmente às raparigas. «Não batia,
mas aquilo que dizia era para se cumprir».
João Ricardo faleceu na freguesia do Algueirão, em Sintra, no dia 24 de dezembro de 1968. Tinha 74 anos de idade.
(Pesquisa feita com a colaboração da filha Maria de Lurdes Pedro)
Maria Libânia Ferreira
Publicado no livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"
Um dos indicadores que permitem avaliar o nível de evolução de uma comunidade é também a forma como trata os seus animais. Em Portugal, neste aspeto, nem tudo são rosas, mas, embora saibamos que a mudança de mentalidades é muito lenta, tem-se feito um caminho que nos leva a ter alguma esperança de que, em breve, os maus tratos e abandono de animais sejam coisas do passado.
Fiquei surpreendida quando, há tempos, encontrei este abrigo para gatos num dos parques de estacionamento de Castelo Branco:
Passados alguns dias encontrei mais este no parque que tem acesso pela Av. Humberto Delgado. É possível que haja outros espalhados pela cidade.
Curiosamente, no primeiro não vi nenhum animal abrigado ou a comer, mas este já tinha alguma “clientela” que parecia sentir-se em casa nas novas instalações.
Segundo a placa informativa a construção destes abrigos está relacionada com o programa da autarquia que se propõe esterilizar, vacinar e desparasitar todos os gatos e cães de rua, dando-lhes também alguma proteção, como se vê.
Não tenho saído muito de casa nos últimos tempos, mas quando passo pela Vila parece-me que já não se veem tantos gatos abandonados e maltratados como, há tempos, a São Teodoro lamentava. Terão os nossos animais sido abrangidos também por este programa?
Uma das impressões mais positivas que guardo de Istambul foi ver muitas situações como estas:
Um gato a dormir calmamente no guichet de uma agência de câmbios,
Ou este a passear-se calmamente diante dos visitantes da Mesquita de Santa Sofia.
Nem um regime de quase ditadura, e muitas dificuldades económicas da maior parte da população, conseguiu acabar com o respeito de um povo pelos seus animais. Ainda havemos de lá chegar!
M. L. Ferreira
A vacinação é um tema de grande atualidade, pelo que deixo aqui um vídeo que explica o básico e um site que nos dá uma perspetiva mais ampla.
https://www.youtube.com/watch?v=ENttrlq3zmg
https://www.medicina.ulisboa.pt/newsfmul-artigo/106/descoberta-das-vacinas-e-vacinacao
José Teodoro Prata