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terça-feira, 7 de setembro de 2021

Os minerais dos Paulinos

Eis-nos mais uma vez com os minerais dos Paulinos, pai e filho. E temos de voltar muitas vezes, pois a sua grandeza é equivalente ao esquecimento a que estão votados, na linha. aliás, das declarações do João Paulino no final desta notícia do jornal Reconquista da semana passada.




José Teodoro Prata

quinta-feira, 15 de março de 2018

Grande Guerra: O “raid” de 9 de março de 1918

Há já três anos que eu e a Libânia nos envolvemos no projeto de descobrir e honrar os nossos combatentes na Grande Guerra. Pensávamos que pouco passariam de uma dúzia, mas descobrimos muitas dezenas.
Entretanto, deixei a Libânia no terreno, onde se move como peixe na água, e abracei um outro projeto de nível regional, muito mais modesto, que será uma espécie de introdução à investigação da Libânia.
Aguardamos apoio para a sua publicação, no âmbito do centenário do fim da I Guerra Mundial.
O artigo que abaixo se apresenta é uma amostra do nosso trabalho que foi publicado no jornal Reconquista da semana passada. Nele a Libânia homenageia os combatentes beirões, e os sanvicentinos em particular, que participaram num dos feitos mais heróicos da nossa intervenção na Flandres (nordeste da França e Bélgica).
Desfrutem!

As tropas portuguesas tinham partido para França, no início de 1917, após um período de treino intensivo a que chamaram “O Milagre de Tancos”. Mas, longe de constituir um milagre, a instrução recebida em Tancos não foi suficiente nem adequada para o que as esperava. A isto juntava-se a fraca motivação para participar num conflito do qual não percebiam as razões nem as vantagens.
Mesmo assim, lá partiram de Alcântara logo que houve navios disponíveis para as levar até Brest. E de Brest foram metidas em comboios para a Flandres, onde, perto da região pantanosa do rio Lys, ficaram acantonadas. 
Os primeiros meses foram passados a receber mais instrução, pelo que só em meados de 1917 se confrontaram de perto com os ataques inimigos que, à medida que o tempo ia passando, iam aumentando em número e em força.
Em sentido inverso, ia evoluindo o ânimo dos nossos homens, consequência, sobretudo, das expetativas, nunca concretizadas, do fim da guerra ou da obtenção de licenças para gozarem em Portugal. A perceção inicial de muitos, de que tinham sido vendidos aos aliados, era reforçada pela sensação de abandono em que se encontravam. Perante esta realidade, percebeu-se que era urgente tomar medidas que elevassem o moral das nossas tropas. Este foi um dos objetivos da operação realizada no dia 9 de março de 1918, que ficou conhecida como O "Raid" de 9 de Março.
O ataque começou a ser preparado com a antecedência necessária pelos oficiais responsáveis e que nele participaram: Tenentes Henrique Augusto e Luís de Sousa Gonzaga, Alferes Victorino Rodrigues Corvo e Alípio Cruz de Oliveira e Capitão António Germano Guedes Ribeiro de Carvalho.
Assim, no dia 9 de março, pelas 4 horas da madrugada, estava tudo a postos para o início da operação que começou com um forte ataque de artilharia na direção das tropas inimigas. Ao fim de quase uma hora de fogo, foi a vez das tropas de infantaria saltarem das suas trincheiras e avançarem sobre as trincheiras adversárias; em silêncio, mas decididas.
Apesar da surpresa desta “visita” tão inesperada, os alemães ainda ripostaram com tiros de metralhadora e granadas de mão, o que, por momentos, fez hesitar as nossas praças; mas, à voz de comando e seguindo o exemplo dos seus superiores, precipitaram-se sobre as trincheiras inimigas. Muitos alemães refugiaram-se dentro de abrigos, alguns dos quais foram destruídos; outros começaram a fugir debaixo de fogo e foram mortos ou feridos; outros foram atacados dentro das trincheiras, onde os portugueses, rapazes de sangue na guelra, habituados à luta corpo a corpo e ao uso de varapaus, foram mais fortes. Terminados os combates, à voz do comandante, os nossos regressaram rapidamente às suas trincheiras, exibindo os troféus.
Os objetivos do raide foram atingidos: captura de algum material de guerra, destruição de vários equipamentos, morte de muitos militares e outros que foram feridos ou feitos prisioneiros. Do lado português houve 20 feridos, entre eles o Tenente Luis Gonzaga e o Alferes Alípio de Oliveira, mas regressaram todos às trincheiras portuguesas pelo próprio pé. Cumpriu-se, também, o objectivo principal daquele raide, que era a moralização dos nossos militares, protagonistas do 1.º raide levado a cabo com tão grande sucesso. Esta moralização foi reforçada pelos elogios vindos dos comandos português e aliado e pela forma como passaram a ser vistos pelos alemães que, até ali, os olhavam com desdém.
Muitos dos militares que participaram no raide foram louvados, condecorados, promovidos ou compensados com várias regalias. Alguns oficiais foram condecorados com a Cruz de Guerra de 1.ª Classe, e muitas praças receberam a Cruz de Guerra de 3.ª Classe.
À 1.ª Companhia do Batalhão de Infantaria 21 foi também atribuída a Cruz de Guerra de 1.ª Classe «…pela bravura e intrepidez com que realizou o raid de 9 de Março de 1918, em que atingiu todos os objectivos que lhe tinham sido determinados, fazendo prisioneiros, tomando material, e causando baixas e estragos consideráveis ao inimigo, demonstrando assim as qualidades do soldado português, com o que muito contribuiu para fortalecer o moral das tropas e para realçar o seu prestígio perante os nossos aliados.»
Neste raide, entre oficiais, sargentos e praças, participaram militares da 1.ª Companhia do Batalhão de Infantaria 21, oriundo da Beira Baixa, num total de cerca de 150 homens, comandados pelo Capitão António Germano Guedes Ribeiro de Carvalho. Participaram também alguns militares da 3.ª Companhia de Sapadores Mineiros.
Provavelmente pela sua participação neste raide, coube ao Capitão Ribeiro de Carvalho, entretanto promovido a Major, comandar os militares portugueses que desfilaram em Paris, no Dia da Vitória.

         Dos cerca de 55 mil portugueses que participaram na Grande Guerra, em França, 55 eram da freguesia de São Vicente da Beira. No raide de 9 de março, estiveram pelo menos cinco dos nossos conterrâneos: Aires Pedro (1894-1962); António Amaro (1984-1966); António Fernandes (1895-1961); Bernardo Cruz (1894 –1970); Francisco Patrício Leitão (1894-?). Todos eles foram louvados «…pela coragem e disciplina demonstradas no raid efetuado pela sua companhia, no dia 9 de março de 1918, contribuindo pelo seu esforço e ação para o completo êxito daquela operação.»

Aqui fica também o nosso louvor, 100 anos depois!

Maria Libânia Ferreira

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

A união faz a força

Data da primavera este fenómeno novo na nossa vida comunitária.
O Gonçalo Santos uniu pessoas e instituições e criou um moviemnto chamdo TODOS JUNTOS.
O objetivo é promover ações de desenvolvimento da nossa freguesia.
Houve notícia no Reconquista, com foto no pelourinho.
Já foram realizados vários melhoramentos, como mostra a notícia do mesmo jornal esta semana.
Movimento mais meritório não pode haver!!!


 

NOTA: Esta publicação foi alterada a 4 de outubro, pois continha informações incorretas. Assim, o movimento TODOS JUNTOS não é a mesma coisa que a associação criada pelo João Craveiro, para organizar as Festas de Verão. Num primeiro momento, a ideia era criar uma só institução, mas optou-se por separar a promoção do dsenvolvimento da organização de eventos festivos, resultando, por isso, duas organizações diferentes.
Como informei, a organização das Festas já apresentou contas e registou-se um lucro de mais de 4 mil euros.

José Teodoro Prata

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Projecto NINHO



É um projecto de Miguel Carvalhinho, um músico desta nossa Beira, a residir no Ninho do Açor.
O CD já está à venda e o espectáculo é amanhã, 23 de Janeiro, às 21.30h, no Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco.
Os músicos que produziram o CD e vão estar em palco são da Escola Superior de Artes de Castelo Branco.

O Jornal do Fundão (07/01/2010) entrevistou Miguel Carvalhinho:

«Como a nossa linha de investigação prevê a comparação e a interacção entre os povos, perceber o que se passou em termos de música ao longo dos tempos, decidimos trabalhar em oito povoações da Gardunha, para tentar saber até que ponto existem músicas comuns ou não. Trabalhei assim em Alpedrinha, Soalheira, Castelo Novo, Casal da Serra, Louriçal do Campo, São Vicente da Beira, Souto da Casa e Alcongosta.»
E continua:
«Sabe-se que existiam músicas para determinados tipos de funções… cantava-se até para matar a fome. Por exemplo, músicas que tenham a ver com a Nossa Senhora da Serra ou das Necessidades ou da Orada, têm muito a ver com um cântico que se canta em todo o lado que é o Cântico da Aleluia, no sábado que antecede o domingo de Páscoa. Tinha acabado a penitência e o jejum.»

Os interessados em adquirir o CD (10 euros) devem fazê-lo através do endereço de correio electrónico: migcarva@gmail.com.

Ouçam o 1.º tema ("Viradinho ao Norte"), no Reconquista de hoje (22/01/2010) ou em www.myspace.com/ninhomusica

Ainda não conheço a versão da Senhora da Orada, das Necessidades ou da Serra que vem no CD, mas tem razão Miguel Carvalhinho.
Tentem cantar o poema que se segue, com a música de José Afonso, Oh! Que calma vai caindo, recolhida em Malpica do Tejo e publicada no album Contos Velhos, Rumos Novos, de 1969.
É a mesma música, cantada em duas povoações que distam entre si cerca de 60 quilómetros, com letras diferentes:

Ó que calma vai caindo
Ai, para quem anda no campo
Meu amor que por lá andas
Ai, enconsta-te o lírio branco

Abaixa-te ó serra alta
Ai, que eu quero ver a Lardosa
Quero ver o meu amor
Ai, que anda na folha da rosa

Abaixa-te o serra alta
Ai, que eu quero ver o Fundão
Quero ver o meu amor
Ai, que anda na ceifa do pão

ó Idanha, ó Idanha
Ó Idanha roubadora
Se tu nunca fosses Idanha
Ai, nunca o meu amor lá fora


Era um canto de trabalho, das mulheres que andavam na sacha do milho ou na ceifa do pão. Ainda se cantava nos campos da nossa terra, nos anos 70.
Recolha de Maria Isabel dos Santos Teodoro, trabalho manuscrito, Escola Secundária de Alcains, 1985