segunda-feira, 20 de março de 2017

Obras na casa Hipólito Raposo


As obras prosseguem a bom ritmo, no futuro museu de arte sacra.
Mau é não haver um projeto que tenha sido discutido pela população.
Espero ao menos que as entidades religiosas (Fábrica da Igreja, Mesa da Santa Casa e Confraria da Ordem Terceira) tenham sido consultadas.
Se a comunidade for envolvida, o museu será muito melhor 
(ou pelo menos será sentido como tal e isso é fundamental).
"De iluminados está o inferno cheio"

José Teodoro Prata

domingo, 19 de março de 2017

Rock n roll

A comunicação social diz-me que morreu o rei e eu nem o conhecia...
De facto, era grande!


CRÓNICA
Morreu o inventor
Mesmo na morte Chuck Berry foi roubado. Chuck Berry inventou a música rock. Não foi só o rock and roll. Ele inventou a maneira rock de tocar guitarra. Foi o guitarrista mais inovador e talentoso de toda a música popular do século XX.
Foi um letrista exímio que escrevia letras que confundiam o sexo com a música. Foi um intérprete e um showman verdadeiramente espectacular. Vê-lo tocar, cantar e dançar é deslumbrante, como ver Fred Astaire a namorar uma guitarra, enquanto seduz o público de um teatro cheio.
John Lennon e Keith Richard sabiam que eram boas imitações de Chuck Berry. A música de Chuck Berry deu vida à música deles. Richards conta que uma vez atreveu-se a pegar na guitarra dele, só para ver como era. Berry apanhou-o e desancou-o. Com razão, acrescentou Richards.
Poder ver Chuck Berry em palco, para além de poder ouvi-lo, é uma experiência avassaladora. Ele incorpora as respostas do público na actuação, como se fosse um instrumento musical.
Entre 1955 e 1960 Berry escreveu, cantou, tocou e produziu obras-primas como Johnny B Goode, You never can tell, Maybelline, Rock and roll music e Sweet little sixteen. Inventou o rock and roll vez após vez, após vez. E, no entanto, na versão racista e mentirosa da história da música popular, de quem se fala é do palerma do Bill Haley...
É triste, mas é verdade: a maioria das pessoas conheceu Chuck Berry em 1963, quando ouviu a versão de Roll over Beethoven dos Beatles. Qual é a desculpa de quem ainda não o conhece?


Miguel Esteves Cardoso, jornal PÚBLICO

José Teodoro Prata

sábado, 18 de março de 2017

As manobras militares de 1943

Encontrei, na internet, um estudo sobre estas manobras militares. Como se trata de um aspeto da nossa história local e nacional pouco ou nada conhecido, deixo aqui alguns trechos, para percebê-las melhor. Ver estudo completo em:

UM EXEMPLO HISTÓRICO RECENTE DA IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA REGIÃO SANTARÉM - LISBOA - ALCÁCER DO SAL: AS MANOBRAS DE 1943

Carlos Gomes Bessa, Coronel, da Academia Portuguesa da História

Mais de quatro anos haviam decorrido desde que a II Guerra Mundial eclodira em consequência da invasão da Polónia pelas tropas alemãs, em 1 de Setembro de 1939.
No dia 5 de Outubro de 1943, na região Santarém - Lisboa - Alcácer, iniciou-se a concentração de tropas convocadas para Manobras. Os efectivos eram de cerca de 80 000 homens, segundo o General Ernesto Machado, os maiores até em data reunidos alguma vez em Portugal para tal fim.
Integravam-se num Corpo de Exército a três Divisões: a 1.ª Divisão instalada a Norte e a 2.ª a Sul do Tejo; a 3.ª Divisão estava colocada em 2. º escalão e o Quartel General e as tropas de Corpo dispunham-se também a Norte do Tejo.
A Directiva do Corpo de Exército definia como objectivo final da instrução das Manobras «a preparação técnica com táctica das Divisões para campanha». Dois pontos importa ressaltar nesta Directiva:
- a urgência exigida quanto a conseguir-se a prontidão das tropas para o combate, considerado como uma possível eventualidade;
- em consequência, a necessidade de o aperfeiçoamento na instrução técnica do avultado e excelente material moderno de diversa natureza, recebido já no local das manobras para completar o armamento e equipamento das tropas.
(…)
Pela importância que veio a ter, merece referência particular a designada Missão Borros Rodrigues, chegada a Londres, por convite da Inglaterra, a 20 de Fevereiro de 1941.
Nos contactos iniciais pretendiam os ingleses que a sua acção, no caso de um ataque a Portugal, deveria ser ditada pelas circunstâncias de ocasião. A esta tese se opôs com firmeza o Chefe da Missão, Coronel Barros Rodrigues, alegando que, se a Inglaterra não tivesse um plano onde se considerasse o seu auxílio possível, o Estado-Maior português não poderia, por seu lado, estabelecer um plano de resistência.
Tal firmeza originou uma alteração profunda da atitude dos ingleses, a ponto de os mesmos passarem a encarar a hipótese de auxílio em pessoal e material, embora sem o poderem prometer definitivamente.
Receavam a nossa fraca capacidade de resistência, pela deficiente instrução militar e organização defensiva. O elemento essencial da defesa do País teria de ser a própria preparação nacional para a guerra que nenhum estranho podia substituir nos primeiros dias. Na hipótese mais favorável, durante 16 a 30 dias a responsabilidade da defesa teria de ser inteiramente portuguesa e, com a melhor boa vontade, só ao fim de 2 meses, contados da partida do primeiro contingente, poderia um exército aliado estar a bater-se ao lado do nosso, e não seria ainda poderoso.
Quanto a um ataque a Portugal, os ingleses calculavam só ser possível ao fim de um mês, contado do dia em que as primeiras tropas alemãs atravessassem os Pirinéus, embora se tomassem possíveis antes ataques não pesados.
O Estado-Maior inglês era concordante quanto à linha de defesa de Portugal se situar apenas à roda de Lisboa, dada a nossa fraqueza militar, isto é, que se concentrasse na região Santarém-Lisboa-Alcácer, ou seja, a que veio a constituir a zona de acção do Corpo de Exército nas Manobras de 1943.
Terminaram as conversações sem compromissos mútuos, mas os portugueses passaram depois delas a poder organizar os seus planos a partir de duas premissas essenciais: a da manutenção do domínio inglês no Atlântico Oriental e a da existência de uma zona de resistência à volta de Lisboa, tornada objectivo principal e decisivo a defender a todo o custo. Para o resto do País organizar-se-ia um plano de destruições, com a finalidade de demorar o avanço do inimiga e dificultar o seu reabastecimento, e outro de evacuação das populações e dos seus haveres e a do próprio Governo, cuja transferência para os Açores se admitia como hipótese.
(…)
No ano de 1943, a importância estratégica dos Açores havia aumentado em consequência de a guerra submarina se ter desviado do Atlântico Norte para a área do Arquipélago. Churchill considerava que uma escala apoiada neles permitiria economizar um milhão de toneladas de mercadorias e vários milhares de vidas humanas por ano. O empenhamento alemão a Leste levou a que se atenuasse a ameaça terrestre para Portugal pendente sobre o território continental. Os riscos e ameaças maiores passaram desde então a pairar sobre os Açores, provenientes sobretudo dos Aliados.
Em Março desse ano, na Conferência de Casablanca e, em Maio, na de Washington, conhecida também pelo nome de código Tridente, Roosevelt e Churchill acordaram em colocar Portugal perante o facto consumado da ocupação dos Açores. De Londres, Eden e Atlee discordaram aberta e vigorosamente. Deveria praticar-se primeiro uma acção diplomática em Lisboa. O Embaixador Camphell apoiava sem reservas esta orientação. Churchill não acreditava que a diligência resultasse. Mas foi aceite e prevaleceu o ponto de vista, embora os Estados-Unidos devessem planear a ocupação militar dos Açores, para o caso de as diligências virem a falhar. A essa operação anglo-americana foi dado o nome de código Lifebelt, e depois Bracken. O primeiro nome, cuja tradução é «cinto de salvação», dá bem ideia da importância atribuída pelos Aliados às facilidades nos Açores.
Em 18 de Junho, o Embaixador Camphell, invocando a Aliança, apresentou ao Ministro dos Negócios Estrangeiros o pedido de instalação nos Açores, sem precisar as condições. Sublinhava que os ingleses retirariam as suas tropas no fim das hostilidades e assegurava o respeito pela soberania portuguesa no conjunto dos seus territórios. A África do Sul associava-se, e podiam esperar-se garantias idênticas por parte dos Estados Unidos.
O Presidente do Conselho desconhecia os conluios anglo-americanos, mas teve consciência, mesmo assim, de que uma resposta negativa representaria o fim da Aliança e do Império. Em virtude disso, declarou que o pedido seria examinado com boa vontade. Era indispensável consultar Franco, mas não lhe parecia que daí resultassem dificuldades. Na altura era já menos provável um ataque à Península de iniciativa da Alemanha.
O primeiro embarque de material fez-se na Inglaterra em 17 de Agosto. Nesse dia se assinou em Lisboa o Acordo Secreto para a cedência de bases nos Açores à Inglaterra. Nele se fixava a data do desembarque inglês antecipada para o dia 8 de Outubro.
Em 5 de Outubro, como ficou dito, começaram as Manobras Militares.
Em 8, do Chefe do Governo Português, vencendo a relutância inglesa, deslocou-se a Ciudad Rodrigo para se encontrar com o Conde Jordana, Ministro das Relações Exteriores de Espanha, e o informar do Acordo feito com os ingleses. Este, não só assegurou imediatamente a neutralidade do seu país, como afirmou mesmo que as forças armadas espanholas se oporiam militarmente a qualquer tentativa alemã de transpor os Pirinéus.
O Governo Português fez também questão de informar o Ministro alemão em Lisboa, antes de ser tornada pública a notícia sobre as facilidades concedidas aos ingleses. Persistia a intenção da sua parte em manter a neutralidade, como foi dito ao diplomata germânico ao ser-lhe dado conhecimento dessas facilidades com fundamento na Aliança, que Portugal desde o início das hostilidades continuamente vinha reafirmando. A comunicação terá sido feita às 10 horas do dia 12 de Outubro, aquele em que uma nota oficiosa foi remetida à imprensa para divulgação.
No início das Manobras na decisiva região Santarém-Lisboa-Alcácer do Sal, veio a ser recebido avultado e moderno material em rápido afluxo. A instrução das tropas no manejo desse material efectuou-se com a maior celeridade, despertando grande interesse, curiosidade e até entusiasmo por parte de quadros e praças. As Manobras redundaram assim em claro sinal de que os portugueses se dispunham a defender, de armas na mão, qualquer ataque contra o seu território, em especial, na zona do Corpo de Exército.
A 15 de Outubro, o Governo do Reich reagiria com «o mais enérgico protesto» em Lisboa, reservando-se o direito de tomar as medidas decorrentes da situação modificada nos Açores, tida por aquele como grave violação da neutralidade portuguesa. Mas não chegou a haver mais nenhuma outra reacção por parte da Alemanha: nem tentativa de invasão, nem ataque aéreo ou de submarinos.
Se a invasão se tivesse verificado, a concentração da defesa na zona Santarém-Lisboa-AIcácer obrigaria a executar os planos de destruições e da evacuação das populações do resto do território. Ambos e mais alguns outros haviam sido previamente estudados por diversas Missões deles encarregadas, agindo em contacto com os Estados-Maiores ingleses.
A Alemanha, assoberbada com gravíssimas preocupações na condução da guerra, acabou por optar pela manutenção da neutralidade, devido às suas conveniências políticas e económicas, apesar de Portugal, em relação à Inglaterra, a 17 de Agosto, haver passado a sua de benevolente para colaborante. Evitava assim aumentar o seu isolamento político em consequência do corte de relações com Portugal e das dificuldades que se levantariam quanto às mantidas através de nós com alguns outros países. Além disso, não esquecia um trunfo muito forte do Governo Português - o do volfrâmio que obtinha e lhe era vital.
No dia 28 de Outubro as Manobras concluíram com um desfile em Pegões das 2.ª e 3.ª Divisões perante o Chefe de Estado. À data já não restavam dúvidas de que, para o Corpo do Exército, se tomaria desnecessário entrar em combate na defesa do último reduto de resistência em território continental.
Tudo acabara bem e em paz.


José Teodoro Prata

quinta-feira, 16 de março de 2017

À espera do inimigo

Assentei praça no Regimento de Cavalaria em Castelo Branco em 1943; tinha 21 anos. Éramos uns poucos cá da freguesia, mas dos que me lembro melhor é do Zé Candeias que depois até andámos os dois na resina e ficámos sempre muito amigos, e do João da Corredoura que morava no Casal da Fraga. Bom homem, que até ainda lá parei algumas vezes na casa dele quando ia à Vila e não me deixava abalar sem comer uma bucha e beber um copo para o caminho.
Naquele tempo não havia as estradas que há agora e era o cabo dos trabalhos para uma pessoa ir para qualquer lado. Para os que vivíamos aqui, longe de tudo, ainda era pior. Para se ir daqui à Vila aviar algum recado eram precisas duas horas para lá e outras duas para cá, sempre a subir e a descer por veredas e atalhos. Mas o pior era quando morria alguém e tinham que levar os mortos para serem enterrados. Ainda me lembro de os levarem embrulhados num lençol, atados a uma escada levada em ombros por dois homens. Mais tarde, quando já havia uns caminhos um pouco melhores, passaram a levá-los num esquife, em cima de um carro de bois. Mas quando era de inverno, que ainda não havia pontes e os bois tinham que atravessar os ribeiros, é que eram elas. Uma vez, ainda eu era novo, mas lembro-me bem, o esquife caiu à água e parecia o fim do mundo com toda a gente aos berros: «Agarrem o morto! Agarrem o morto que ele foge!». Foi o cabo dos trabalhos para o agarrar. Coitado, ficou todo numa sopa, que até metia dó. Ele e os que tiveram que se meter na água para o segurar…
Foi por causa destas e doutras que um dia foi daqui o Cabo d’Ordens e mais uns poucos à Guarda a pedir ao Bispo que nos deixasse passar para Almaceda, que estava aqui mais à mão. Nunca nos deu resposta ou, se deu, deixaram-na ficar fechada dentro da gaveta, que era o costume, e ficou tudo em águas de bacalhau, até hoje.
Mas estava a falar de quando assentei praça. No dia em que me fui apresentar mal preguei olho, com medo de me deixar dormir e não chegar a tempo, que daqui até lá eram umas boas três horas de caminho, tudo a pé. De manhã éramos uma tormenta deles à entrada do quartel.


Painel de azulejo existente à entrada do antigo quartel de cavalaria, na Devesa, em Castelo Branco.

Puseram-nos a todos numa fila e entregaram-nos a farda. As calças e a camisa, vá que não vá; as botas é que foram elas. Avezado a andar quase sempre descalço, e obrigarem uma pessoa a andar todo o santo dia com os pés dentro numas botas que ainda por cima eram duras como cornos e nos roíam os calcanhares todos, foi um martírio. E depois meteram-me uma arma na mão e ensinaram-me a dar tiros com ela; a mim que sempre me soube defender com estas mãos que Deus me deu (não é que não tivesse também boa pontaria com pedras…).
Ao princípio não havia dia nenhum que não pensasse em fugir para a serra. Era lá onde me conhecia desde sempre, primeiro a guardar cabras e depois na resina, quando ainda mal me podia ajudar com os cântaros às costas. Mas a pouco e pouco lá me fui fazendo às botas e àquela vida da tropa, que não tive outro remédio, mas sempre a contar os dias para poder voltar para a terra.
Passados uns tempos, já no fim da recruta, começámos a ver por lá um grande reboliço: os comandantes de um lado para o outro, e pessoal que já tinha sido licenciado a apresentar-se outra vez. Vimos logo que se passava alguma coisa. E a verdade é que uma noite nos mandaram apresentar todos na parada e deram-nos ordens para estarmos prontos ao outro dia porque íamos para fora por uns tempos. Não nos disseram para onde é que íamos, mas soava-se que íamos em manobras para o Alentejo porque Portugal ia ser invadido pelos alemães e desconfiava-se que a guerra havia de vir lá por baixo, pelos lados do mar.
Quando foi de manhã meteram-nos a alguns em camiões e outros formaram um esquadrão montado em motas e abalámos todos por aí abaixo. Até chegarmos ao destino ainda parámos em dois ou três sítios para fazer manobras e treinar com umas armas novas que nos deram. Ao outro dia tornávamos a arrumar tudo e continuávamos o caminho. Quando chegámos ao destino, lá mais para baixo ainda, montámos outra vez o acampamento e continuámos os treinos, sempre com os olhos postos no horizonte, à espera que chegasse o inimigo. Havia lá gente de muito lado e éramos tantos que não havia tendas para todos, mas estava bom tempo e à noite até dormíamos à restolhada debaixo dos sobreiros, que havia por lá muitos.
Estivemos uns poucos de dias à espera, sempre alerta, mas passou-se o tempo e não veio ninguém, nem do mar nem do céu, que também diziam que podiam vir de avião. Depois, um dia, já assim à tardinha, vimos chegar um grande automóvel preto, todo descoberto, com um homem lá em cima a acenar para nós. A gente mal o via, mas disseram-nos que era o Salazar que tinha vindo passar revista às tropas e que tinha dado ordens para abalarmos, que o perigo já tinha passado.
Ao outro dia mandaram-nos arrumar tudo. Montámos outra vez para cima dos camiões e voltámos todos descansados, cada um para os seus quartéis. Os que já estavam licenciados abalaram para as terras deles todos contentes, que já tinham a obrigação deles mais que cumprida e o trabalho à espera.
Ainda bem que o inimigo não chegou a vir, se não éramos capaz de ter ficado todos ali estendidos à sombra dos chaparros e hoje já ninguém se haveria de lembrar desta passagem.

M. L. Ferreira

segunda-feira, 13 de março de 2017

Mas doce ilusão

O dia chegará
Tudo terminará
Quando esse dia chegar
E tudo terminar
Os sinos tocarão
Dlim, dlão…dlim, dlão
Dentro de um caixão
Alguém te levará
Ao lugar do esquecimento
Ossos, cinza, terra, meu irmão
Nada mais, encontrarão

Carnaval, ilusão
Matrafonas, folia,
Três dias, dois dias, um dia
Foliões, ilusões
Máscaras, desnudos
Batuques, danças, entrudos
Piadas, engraçadas
Carne vale
Ninguém leva a mal

Recorda-te homem
Não és nada, pó
Só!?
Sim; pó, aleivosia
Até um dia, qualquer dia
Pó; amigo, inimigo
Familiar, desconhecido
Não tenhas ilusões
Vaidade esquecida
Nova vida
Vida nova
O pó ficou na cova


Zé da Villa

sábado, 11 de março de 2017

20 minutos

Cheguei ao Ribeiro de Dom Bento e decidi ir ver como vai o calcetamento do caminho da Orada. Peguei na máquina fotográfica e fiz-me ao caminho.

Passei pelo palheiro e logo à frente encontrei mato branco já florido.

A descida para o pinheiro manso está cheia de campainhas floridas.

 Contornei o pinheiro manso e lá estava o carvalho carregado de bogalhos à espera de quem queira brincar.

 Da janela da sr.ª Luz Romualdo ninguém assomou e o telhado já caiu. A casa do sr.º Augusto parecido e a do sr.º João da Cruz igual, só a do Miguel ainda tem gente.
Mas ao chegar ao palheiro, só o esqueleto, do sr.º António Romualdo, avistei o Balcaria. 
Os trabalhos continuam: barragens, olival por baixo e medronhal por cima da estrada. A casa de pedra com o balcão que o meu pai fez já não existe, outra ocupou o seu lugar.
Afinal os donos têm cá raízes, parte dos antepassados da esposa são dos Pereiros.

 Os calceiteiros estavam mesmo no entroncamento do caminho de baixo com o de cima. São quatro jovens, de Penafiel, sempre a dar-lhe. Daqui para baixo até à ponte do Casal já está tudo!

De regresso, subi ao Ribeiro das Moças, para matar saudades, 
e ensarroei-me de tangerinas que deram para o caminho.

José Teodoro Prata

Colherada da Libânia:
Tantas memórias de lugares e de gentes!
E não avistaste o Rabaçal, no caminho para a Portela? Ainda lá está a casa onde o ti Francisco Teodoro viveu e criou os filhos. Vista cá de baixo parece ainda inteira, mas quando nos aproximamos, vê-se que já só resta a parede da frente. Quase parece um milagre manter-se de pé sem qualquer sustento.
Quando olho para ela lembro-me sempre de uma história que uma das netas do ti Francisco conta:

«Quando era no fim do verão, por alturas da descamisa do milho, ajuntava-se a gente e andávamos de casa em casa a ajudar-nos uns aos outros. Começávamos nas Quintas ou no Balcaria, consoante o que estava mais adiantado, e acabávamos naquilo do meu avô. Naquela altura eu ainda era pequena, mas lembro-me bem que andava sempre deserta que chegasse esse tempo, porque aquilo era uma alegria, com toda a gente a cantar. Mas um ano apanhámos um susto que só visto porque às duas por três só vimos a ti Bernardina pôr-se de pé e começar aos gritos:
- Onde é que se meteu a minha cachopa? Onde é que ela se meteu, que não a vejo?
Toda a gente se levantou e começou à procura da cachopinha que se tinha sumido sem ninguém ver. Uns dentro de casa, outros cá fora, ninguém deu com ela. Ao fim dum bocado, a ti Bernardina, num pranto que até cortava o coração, saiu-se com esta:
- E logo hoje que lhe tinha posto o meu lenço de merino!
De repente começou-se a ver o monte dos folhelhos a mexer e a cachopinha saiu de lá de baixo, toda estremunhada, como se não fosse nada com ela.
Nunca mais me esqueci desta parte…»



M. L. Ferreira

quarta-feira, 8 de março de 2017

Judeus

A Libânia visitou a Casa da Memória, em Castelo Branco (Rua das Olarias, entre a Sé e o Jardim do Paço), logo que o José Manuel deu aqui notícia da sua abertura. Entretanto, questionou-me sobre um Manuel Joaquim Henriques de Paiva, uma das personalidades em destaque na exposição e que é apresentado como filho do vicentino António Ribeiro de Paiva, boticário na Vila.
Contactei a equipa de genealogias com quem trabalho (a propósito de um estudo nesta área que o José Miguel está a realizar) e mandaram-me o material que se segue. Muitos são cristãos-novos, vários tiveram problemas com a Inquisição por prática de judaísmo e há vicentinos de diferentes gerações (não o boticário que vivia na Vila, pois era de Penamacor e depois foi viver para Castelo Branco, onde lhe nasceu o filho mais novo, o tal Manuel Joaquim Henriques de Paiva). 
Para perceber a genealogia que se segue, ter em consideração que os pais são os que têm um número que é o dobro do número do filho (mais 1 para as mães). Exemplo: o boticário António Ribeiro de Paiva, com o número 2, era filho de Gaspar Rodrigues de Paiva (n.º 4) e Maria Nunes Ribeiro (n.º 5). Do inglês, born é nasceu, died é faleceu, first é primeira, generation é geração, second é segunda, christened é batizada, married é casada...


First Generation

      1. Manuel Joaquim Henriques de Paiva-126565  was born on 23/12/1752 in Castelo Branco, Castelo Branco. He died on 10/03/1829 in Brasil, Baís.

Cristão-novo

Matrículas - Filosofia, 4.11.1773; Medicina (exame), 22.5.1776.

Graus - Bacharel em Filosofia, 19.6. 1775. Bacharel em Medicina, 23.1.1781; Formatura, 14.7.1781.

Cadeiras - Química (1774-1775), demonstrador interino; Química (1775-1783), demonstrador;
Farmácia (1804-1808), 7º lente; Farmácia (1818-1822), 6º lente.

Cargos - Mestre de oficina do Laboratório Químico (10.1.1775-1783).

Publicações - Vasta bibliografia científica, da qual se destacam as seguintes obras: Dissertatio
medica de actione vesicantium corpus vivum in aforismos digesta (Madrid, 1776); Directório para se
saber o modo e o tempo de administrar o alcalino volátil fluido nas afixias ou mortes aparentes, nos
afogados, nas apoplexias, na mordedura das víboras, de lacraus e outros insectos, etc. (Lisboa,
1782); Elementos de Química e Farmácia, relativamente à medicina às artes e ao comércio (Lisboa,
1783); Farmacopeia lisbonense ou colecção dos símplices, preparações e composições mais
eficazes e de maior uso (Lisboa, 1785); Aviso ao povo sobre as asfixias ou mortes aparentes, e
sobre os socorros que convém aos afogados, às crianças recém-nascidas com aparência de mortas,
e aos sufocados por uma paixão veemente da alma, pelo frio ou calor excessivo pelo fumo do
carvão, ou pelos vapores corruptos dos cemitérios, poços, cloacas, canos, prisões, etc. (Lisboa,
1786); Curso de Medicina teórica e prática, destinado para os cirurgiões que andem embarcados,
ou que não estudaram nas universidades (vol, 1; Lisboa, 1792); Novo, fácil e singelo método de
curar as feridas de pelouro, etc. (Lisboa, 1801); Reflexões sobre a comunicação das enfermidades
contagiosas por mar, e sobre as quarentenas que se fazem observar em alguns países (Lisboa,
1803); Preservativo das bexigas e de seus terríveis estragos, ou história da origem e descobrimento
da vacina, e dos seus efeitos ou sinfonias, e do método de fazer a vacinação (Lisboa, 1801);
Bosquejo de Fisiologia, ou ciência dos fenómenos do corpo humano no estado de saúde (Lisboa,
1803); Farmacopeia naval ou colecção dos medicamentos simples e compostos que cumpre haver
nas boticas dos navios (Lisboa, 1807); e ainda memórias científicas e diversas traduções do francês,
inglês e latim.

Ausente na Corte a partir de 9.1783. Foi redactor principal do Jornal Enciclopédico a partir de 1788.
Autor do primeiro livro português onde se aconselha a prática de exercícios Físicos como factor
educativo (1787). Fidalgo da Casa Real, Cavaleiro da Ordem de Cristo. Médico da Real Câmara.
Deputado da Real Junta do Proto-Medicato. Censor Régio da Mesa do Desembargo do Paço. Sócio
da Academia Real das Ciências (retirado em 1807), da Real Academia de Ciências de Estocolmo,
da Academia Real de Medicina de Madrid, e da Sociedade Económica de Haarlem. Deixou o
exercício docente em 1808, Pertencendo à Maçonaria, foi perseguido por jacobino após as invasões
francesas, preso pela Junta da inconfidência em juízo de 24.3.1809, exautorado de todos os cargos
e honras, e condenado a degredo para o Ultramar. Fixou-se na Baía (Brasil). Foi reintegrado nas
suas honras e prerrogativas por decreto de D. João VI de 6.2.1818 e Aviso Régio de 14.11.1818,
sendo reinstalado na cadeira de Farmácia como 6º lente. Foi-lhe suprimido o vencimento, por
ausência no Brasil, por portaria de 12.10.1822. Nomeado em 1824 para reger as cadeiras de
Farmácia, Matéria Médica e Terapêutica no Colégio Médico-Cirúrgico da Baia.

Second Generation

      2. António Ribeiro de Paiva-126563  was born on 12/12/1721 in Penamacor, Penamacor. He married MRIN:49737 Isabel Aires Henriques-126564 on 06/06/1740 in Castelo Branco, Castelo Branco.

Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 6980 de 1746-09-24

PT/TT/TSO-IL/028/06980

Acusação: Judaísmo

Data da prisão: 14/10/1746. Sentença: auto-da-fé 24/09/1747. Confisco de bens, abjuração em
forma, cárcere e hábito penitencial perpétuo, penitências espirituais.

Morador em São Vicente da Beira

Cristão-novo

      3. Isabel Aires Henriques-126564  was born on 13/04/1726 in Castelo Branco, Castelo Branco.


Third Generation

      4. Gaspar Rodrigues de Paiva-126442  was born on 06/01/1675 in Penamacor, Penamacor. He died in 1747. He married MRIN:49708 Maria Nunes Ribeiro-126493 in Penamacor, Penamacor.

Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 1183 de 1712-02-08

PT/TT/TSO-IL/028/01183

Acusação: Judaísmo 

Data da apresentação: 08/02/1712  Sentença: auto-da-fé privado de 15/02/1712. Abjuração em
forma, instrução na fé católica, penitências espirituais, pagamento de custas.

Residente em Penamacor

Cristão-novo

      5. Maria Nunes Ribeiro-126493  was born about 1688 in Castelo Branco, Monforte da Beira.

Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 9144 de 1711-12-22

PT/TT/TSO-IL/028/09144

Acusação: Judaísmo

Data da apresentação: 22/12/1711  Sentença: auto-da-fé privado de 04/01/1712. Confisco de bens,
abjuração em forma, instrução na fé católica, penitências espirituais, pagamento de custas.Em 05/
01/1712, a ré foi solta, não podendo sair do reino sem licença da Mesa.

Residente em Penamacor

Cristã-nova

      6. João Henriques Ferreira-124989  was born in Castelo Branco, São Vicente da Beira. He was christened on 21/09/1682 in Castelo Branco, São Vicente da Beira. He died on 10/09/1756 in Castelo Branco, Castelo Branco. He married MRIN:49739 Clara Maria da Cunha-126571 on 27/07/1722 in Castelo Branco, Castelo Branco.

Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 8269 de 1704-11-06

PT/TT/TSO-IL/028/08269

Acusação: Judaísmo

Data da apresentação: 06/11/1704  Sentença: auto-da-fé privado de 1707]. Abjuração em forma,
instrução na fé católica, penitências espirituais, pagamento de custas.

Cristão-novo

      7. Clara Maria da Cunha-126571  was born on 23/11/1700 in Castelo Branco, Castelo Branco.


Fourth Generation

      8. Gaspar Rodrigues de Paiva-77754  was born on 31/01/1641 in Idanha-a-Nova, Proença-a-Velha. He married MRIN:49687 Leonor Henriques-126443 on 12/05/1666 in Idanha-a-Nova, Idanha-a-Nova.

Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 461 de 1632-03-29

PT/TT/TSO-IL/028/00461

Acusação: Judaísmo

Data da prisão: 29/03/1632  . Sentença: auto-da-fé de 02/04/1634. Abjuração de veemente, cárcere
a arbítrio dos inquisidores, penitências espirituais.

Cristão-novo

      9. Leonor Henriques-126443  was born in Idanha-a-Nova, Idanha-a-Nova.

Cristã-nova

    10. Manuel Nunes Mendes-126478  was born about 1664 in Castelo Branco, Monforte da Beira. He married MRIN:49703 Ana Nunes-126477 in Castelo Branco, Monforte da Beira.

Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 4145 de 1711-06-12

PT/TT/TSO-IL/028/04145

Acusação: Judaísmo

Data da prisão: 06/07/1711  Sentença: auto-da-fé de 26/07/1711. Confisco de bens, abjuração em
forma, cárcere e hábito penitencial perpétuos, penitências espirituais.

Cristão-novo

    11. Ana Nunes-126477  was born about 1677 in Idanha-a-Nova, Idanha-a-Nova.

Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 662 de 1711-06-12

PT/TT/TSO-IL/028/00662

Acusação: Judaísmo

Data da prisão: 04/07/1711  Sentença: auto-da-fé de 26/07/1711. Confisco de bens, abjuração em
forma, cárcere e hábito penitencial perpétuo, penitências espirituais.

Residente em Monforte da Beira

Cristã-nova

    12. Antão Vaz Ribeiro-117043  was born in Castelo Branco, São Vicente da Beira. He
married MRIN:45821 Isabel Ferreira-117044 on 17/04/1673 in Castelo Branco, São Vicente da Beira.

Cristão-novo

    13. Isabel Ferreira-117044  was born in Castelo Branco, São Vicente da Beira.

Cristã-nova

    14. Miguel da Cunha de Oliveira-126472  was born about 1664 in Fundão, Alcaide. He married MRIN:49699 Isabel Aires-126471 on 26/09/1683 in Castelo Branco, Alcains.

Cristão-novo

    15. Isabel Aires-126471  was born on 05/04/1663 in Castelo Branco, Castelo Branco.

Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 9839 de 1711-02-15

PT/TT/TSO-IL/028/09839

Acusação: Judaísmo

Data da apresentação: 15/02/1711  Sentença: auto-da-fé privado de 27/02/1711. Confisco de bens,
abjuração em forma, cárcere e hábito penitencial, instrução na fé católica, penitências espirituais,
pagamento de custas.Por despacho de 26/02/1711], a ré teve permissão para ir para sua casa,
donde não podia ausentar-se sem licença da Mesa.

Residente em Lisboa

3/4 de Cristã-nova

Fifth Generation

    16. Luís Vaz de Paiva-63542  was born about 1610 in Idanha-a-Nova, Proença-a-Velha. He married MRIN:26100 Isabel Lopes-63543.

Cristão-novo

    17. Isabel Lopes-63543  was born in Idanha-a-Nova, Proença-a-Velha.

Cristã-nova

    18. Manuel Nunes Sanches-124341 .Manuel married MRIN:48765 Catarina de Paiva-124342 on 26/04/1634 in Idanha-a-Nova, Idanha-a-Nova.

    19. Catarina de Paiva-124342 .

    20. António Ribeiro de Paiva-97024 .António married MRIN:37731 Perpétua de Lucena-97025.

Cristão-novo

    21. Perpétua de Lucena-97025 .

Cristã-nova

    22. Francisco Lopes Porto-123685 .Francisco married MRIN:48462 Isabel Nunes Ribeiro-123682.

    23. Isabel Nunes Ribeiro-123682  was born about 1637 in Castelo Branco, Sarzedas.

Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 8150 de 1711-06-12

PT/TT/TSO-IL/028/08150

Acusação: Judaismo

Data da prisão: 06/07/1711 #Sentença: auto-da-fé de 26/07/1711. Confisco de bens, abjuração em
forma, cárcere e hábito penitencial perpétuo, instrução na fé católica, penitências espirituais.

Residente em Monforte da Beira

Cristã-nova

    24. João Mendes-117045  was born in Castelo Branco, São Vicente da Beira. He married MRIN:45822 Leonor de Paiva-117046.

    25. Leonor de Paiva-117046  was born in Castelo Branco, São Vicente da Beira.

    26. Baltazar Henriques-117047  was born in Castelo Branco, São Vicente da Beira. He married MRIN:45823 Maria Ferreira-117048.

    27. Maria Ferreira-117048  was born in Castelo Branco, São Vicente da Beira.

    28. António Fernandes Vaz-126576  was born in Fundão, Fundão. He married MRIN:49742 Beatriz da Cunha-63403 on 23/05/1664 in Fundão, Fundão.

    29. Beatriz da Cunha-63403  was born on 15/08/1637 in Fundão, Alcaide.

    30. Duarte Rodrigues Mendes-60876  was born on 16/08/1628 in Castelo Branco, Monforte da Beira. He married MRIN:24938 Clara Henriques-60877.

Parte Cristão-novo

    31. Clara Henriques-60877  was born about 1635 in Idanha-a-Nova, Idanha-a-Nova. She died on 03/12/1710 in Castelo Branco, Alcains.

Parte cristã-nova


Sixth Generation

    36. António Ribeiro-63549 .António married MRIN:26110 Mécia Nunes-126577.

    37. Mécia Nunes-126577 .

    38. Francisco Lopes Morão-126574 .Francisco married MRIN:49741 Maria Franco de Paiva-126575 on 17/12/1613 in Idanha-a-Nova, Idanha-a-Nova.

    39. Maria Franco de Paiva-126575  was born in Idanha-a-Nova, Idanha-a-Nova.

    46. António Rodrigues-123683  was born in Espanha . He married MRIN:48461 Ana Nunes-123684.

Cristão-novo

    47. Ana Nunes-123684 .

Cristã-nova

    56. Francisco Vaz-63547  was born in Guarda. He married MRIN:26079 Isabel Henriques-63548 on 14/07/1625 in Fundão, Fundão.

    57. Isabel Henriques-63548  was born in Fundão, Fundão. She died about 1645 in Fundão, Fundão.

    58. Martinho de Oliveira-63302  was born about 1600. He died before 1663. He married MRIN:4600 Juliana da Cunha-63303 about 1628.

    59. Juliana da Cunha-63303  was born on 25/04/1604 in Fundão, Alcaide. She was christened on 28/04/1604 in Fundão, Alcaide. She died before 1669.

    60. Marcos Mendes-126572  was born in Castelo Branco, Monforte da Beira. He married
MRIN:49740 Maria Aires-126573.

    61. Maria Aires-126573  was born in Castelo Branco, Monforte da Beira.

62.  Francisco Lopes Morão-126574  is printed as #38 on page 5.

63.  Maria Franco de Paiva-126575  is printed as #39 on page 5.


Seventh Generation

  112. Rodrigo Vaz-63568  was born in Guarda. He married MRIN:26164 Leonor Rodrigues-63569.

  113. Leonor Rodrigues-63569  was born in Guarda.

  114. António Fernandes-63570  was born about 1568 in Fundão, Fundão. He died on 08/11/1641 in Fundão, Fundão. He married MRIN:26165 Guiomar Henriques-63571.

  115. Guiomar Henriques-63571  was born in Fundão, Fundão.

  116. Brás de Oliveira-63531  was born about 1575. He married MRIN:26071 Isabel da Cunha-63532 about 1600.

  117. Isabel da Cunha-63532  was born about 1578 in Sabugal, Alfaiates. She died on 01/06/1637 in Fundão, Alcaide.

Também pode ser de Fundão, Alcaide

  118. Miguel Henriques Falcão-63533  was born about 1587 in Fundão, Alcaide. He married MRIN:26072 Beatriz da Cunha-63534.

  119. Beatriz da Cunha-63534  was born about 1575 in Lisboa.

  122. Duarte Rodrigues-124339 .Duarte married MRIN:48764 Perpétua de Lucena-124340.

  123. Perpétua de Lucena-124340 .


Eighth Generation

  228. António Fernandes-63572  was born in Fundão, Fundão. He died in 1613. He married MRIN:26172 Beatriz Rodrigues-63573.

  229. Beatriz Rodrigues-63573  was born in Fundão, Fundão.

  236. Henrique Fernandes-63552  died on 26/03/1599 in Fundão, Alcaide. He married MRIN:26159 Júlia Falcão-63553 in Fundão, Alcaide.

  237. Júlia Falcão-63553  was born in Fundão, Alcaide. She died on 16/08/1618 in Fundão, Alcaide.

  238. Rodrigo da Cunha-63554  was born about 1535 in Alfaiates. He married MRIN:26160 Maria Henriques-63557.

  239. Maria Henriques-63557  was born in Castelo Branco, Castelo Branco.


Ninth Generation

  476. Pedro da Cunha-63555 .Pedro married MRIN:26167 Beatriz do Mercado-63556.

  477. Beatriz do Mercado-63556  was born in Sabugal, Alfaiates.

  478. Manuel Rodrigues-63565 .Manuel married MRIN:26168 Beatriz de Santilhana-63566.

  479. Beatriz de Santilhana-63566 .

José Teodoro Prata