Tenho três colmeias.
No ano passado, tinha duas e tirei 8 quadros de mel de uma delas, pois a outra
nada produziu. No Outono, tirei mais três quadros.
Este ano prometia, pois o período de floração
foi muito longo. Mas com dois perigos: choveu muito e nesses dias as abelhas
comem mel, mas não o produzem; a abundância de pólen despoletou nas abelhas o
desejo da multiplicação e enxamearam.
Desconhecia esta e por isso nada fiz
quando encontrei a alça carregada de pólen e muitas realeiras (ovos/larvas de
futuras rainhas). Era precisamente a colmeia em que depositava mais esperanças,
pois era a mais forte. Passados uns tempos, comecei a ver poucas abelhas à
entrada do ninho e fui ver: metade das obreiras tinham partido com uma das
rainhas. Deveria ter feito um desdobramento, que me garantia uma nova colmeia.
Não achei piada ao que me fizeram,
fiquei até magoado com elas (estavam tão bem comigo!), mas é precisamente aí que está o maravilhoso da
coisa: ai de nós se conseguíssemos controlar completamente a Natureza!
Este ano colhi 11 quadros de mel e a
colheita de outono promete, pois deixei muitos quadros em meio. Não desfaço os favos de novembro, ficam para
ir comendo no inverno (mastiga-se um pedacinho de favo, engole-se o mel e
deita-se fora a cera).
Dizem que uma colmeia deve dar entre 10
a 16 litros de mel, mas nos apiários de transumância e de apicultores
especializados chegam a dar 60 litros. Transumância é a movimentação periódica
das abelhas para zonas onde a floração é mais forte, nas diferentes épocas do
ano.
Estou ainda muito longe dos 10 litros
mínimos, mas é uma festa!
Nota:
uso sempre o termo colmeia para designar as caixas e as abelhas. É como nós
dizíamos no passado, mas é incorreto agora: colmeias são as caixas onde estão
as abelhas e ao conjunto das caixas e respetivas abelhas chama-se colmeia
enxameada.
José Teodoro Prata