quarta-feira, 8 de julho de 2009

Onde é?

Ontem, estive no Arquivo Distrital de Castelo Branco, a consultar documentação sobre S.Vicente da Beira.
Deparei-me com os nomes de dois locais que não consigo localizar:
- Taliscas, junto à ribeira de S. Vicente, onde existia (existe?) uma capela da Câmara.
- Casal do Lopio, local onde habitualmente se faziam as esperas aos lobos, nas montarias.

Agradeço que me ajudem a localizar estes dois sítios. O primeiro é de certeza junto à Vila. O segundo será perto do Barbaído, onde existia um casal com esse nome.

A existência de um local para onde todos confluiam nas montarias aos lobos é uma novidade nesta região. No concelho de Montalegre, já visitei um fojo do lobo. Em S. Vicente da Beira, desconheço se existiria um fojo ou apenas um local com características adequadas à caça ao lobo. Deixo-vos algumas imagens de fojos do norte do país.


Esquema de fojo de paredes convergentes. O lobo fugia para ali, perseguido pelos caçadores da montaria. Ficava sem saída e era abatido.


Fojo de paredes convergentes, na Serra da Peneda.


Fojo circular, denominado fojo da Cabrita, pois era lá deixada uma cabra doente, para atrair o lobo. Uma vez lá dentro, o lobo já não conseguia sair e era abatido pelos caçadores. Este tipo de caça ao lobo dispensava a montaria.

Nota: As imagens são da internet.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Notícas Breves


Início da Rua da Costa, junto à Fonte Velha.

Renovação da rede de água ao domicílio
Finalmente, iniciou-se a renovação da rede de água que abastece as habitações, em S. Vicente da Beira. Também o pavimento das ruas está a ser renovado. Excelente notícia!
A obra já tardava, pondo em perigo a saúde dos vicentinos.
Obrigado aos populares que denunciaram o facto à comunicação social, ao longo de anos.
Obrigado à Junta de Freguesia que, no recato das suas funções, sempre tentou resolver o problema.
Obrigado aos Serviços Municipalizados, que meteram mãos à obra.
Agora, não vale clamar contra os inconvenientes das obras! Nestes últimos anos, muito se queixaram os albicastrenses das obras de renovação que tem havido na cidade de C. Branco. Eu achava piada, pois bem as trocaria pela água inquinada devido à degradação da canalização, em S. Vicente. Por isso, aguentar e cara alegre!


Caixas dos contadores nas paredes dos edifícios, uma praga de que nem as aldeias históricas se livraram!


Rua das Laranjeiras, do lado do entroncamento com a Rua do Convento.

Alcatrão na estrada da Oles
Dizem-me que a centenária estrada de ligação entre o Louriçal do Campo e S. Vicente da Beira já está alcatroada. Os nossos acessos melhoram significativamente. A comunidade de vicentinos que vive na zona da Covilhã e os nossos emigrantes passam a dispor de uma ligação fácil à A 23, pelo nó da Soalheira, sem precisar que subir e descer a montanha russa pelo Casal da Serra. Poupa-se na gasolina, minguam-se as vistas!


Uma sede para os Bombeiros
A Junta de Freguesia e a Câmara Municipal concluíram a restauração do edifício da antiga escola Primária, agora sede dos Bombeiros de S. Vicente e da Associação de Caça e Pesca “O Pisco”. Os jornais Reconquista (www.reconquista.pt/) e Gazeta do Interior (www.gazetadointerior.pt/) trazem a notícia.
Dias antes, a 27 de Junho, os nossos bombeiros tiveram o seu baptismo de fogo, em dois incêndios quase simultâneos, na Caldeira e no Casal da Serra. Valeu-nos a pronta intervenção dos bombeiros de todo o distrito.


Foto dos participantes no almoço da Senhora da Orada.

Uma sede para a Banda
À boleia das inaugurações, a jornalista Cristina Saraiva do jornal Reconquista também falou com a direcção da Sociedade Filarmónica Vicentina e ouviu os seus anseios por uma sede própria. E deu notícia do almoço na Senhora da Orada, porque nem só de projectos vive o homem!

Arqueologia
A Dr.ª Raquel Vilaça, professora na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, acaba de lançar o livro “Através da Beiras – Pré-História e Próto-História”, editado pela Pelimage. Nele publica uma síntese dos vários estudos que realizou ao longo de anos.
Ainda não o vi, mas tem certamente elementos sobre a arqueologia da freguesia de S. Vicente da Beira. No mínimo, sobre o Castelo Velho.
A autora apela à elaboração da carta arqueológica do concelho de Castelo Branco. Os vestígios existentes nas Vinhas e no Castelo Velho, entre outros, há muito que aguardam por quem os estude!


Clicar na imagem, para ler a notícia.

José Hipólito Jerónimo
O nosso P. Jerónimo traz notícia na página 2 do jornal Reconquista (www.reconquista.pt/), sobre o Encontro e Festa Missionária do AMIVD, um movimento nacional de leigos ligados ao Verbo Divino, no Seminário do Tortosendo.

José Miguel Teodoro
Por estes dias, este nosso conterrâneo lançará o livro “Por alturas do Cristo-Rei, em Almada", em acto integrado nas festas da cidade de Almada. Daremos notícia.

José Teodoro Prata
Como noticiei na anterior publicação, saiu o meu sexto artigo sobre a Póvoa, mas com notícias do antigo concelho de S. Vicente.
Perguntarão: E porque não sobre S. Vicente?
Há anos, através do GEGA e da Inácia Brito, eu e o José Miguel Teodoro tentámos um projecto semelhante a este da Póvoa. O José Miguel chegou a escrever vários artigos, que o Reconquista nunca publicou. Nós não éramos conhecidos e não houve ninguém a puxar por S. Vicente! Nas séries de artigos que têm sido publicados sobre a Póvoa e as Sarzedas, há pessoas influentes por detrás das opções editoriais do jornal!

Maria João Guardado Moreira
Esta neta do Sr. Manuel da Silva, docente da Escola Superior de Educação de Castelo Branco, participará na Conferência “O Fio da História”, em Penamacor, uma das várias actividades com que este concelho está a assinalar os 800 anos do seu foral. É no próximo sábado, dia 4 de Julho. Vai abordar os movimentos demográficos naquela zona raiana.

Nota: as imagens a preto e branco são do jornal Reconquista.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Prata

O jornal Reconquista tem vindo a publicar, quinzenalmente, trabalhos meus sobre a Póvoa de Rio de Moinhos. Já foram publicados 5 e o próximo sai na quinta-feira da semana que vem. Em Agosto, será publicado o último.
Esta colaboração surge no âmbito de um estudo sobre esta povoação, realizado por uma equipa de pessoas, a que me associei, em honra do meu bisavô António Prata, natural da Póvoa.


Registo do baptismo do meu avô João Prata
(Clicar na imagem, para ler melhor)

Genealogia dos Pratas, em S. Vicente da Beira:
1. João Prata e Joaquina da Cruz moravam na Póvoa e tiveram um filho a quem chamaram António Prata.
2. António Prata era ferreiro e foi trabalhar para S. Vicente, onde casou com Maria Castanheira, natural do Souto da Casa, filha de António Castanheira e Rosária da Costa. Maria Castanheira já enviuvara duas vezes e teve filhos dos anteriores matrimónios, ambos em S. Vicente. O casal morou na Rua da Cruz, na última casa à esquerda de quem sobe, onde funcionava a casa da roda, pois Maria Castanheira desempenhou as funções de ama das crianças enjeitadas. António Prata e Maria Castanheira tiveram dois filhos: Ana Prata e João Prata, que se seguem.
3. Ana Prata casou com Miguel Rodrigues. Viveram na Barroca, junto à Laje do Paço. Ainda os conheci, em meados dos anos 60. O casal teve 10 filhos: Maria Prata, Maria Castanheira, Cecília, Maria da Luz, Palmira, João, José Maria, Luís, José e Eusébio.
4. João Prata nasceu a 15 de setembro de 1885 e casou com Dorotheia de Jesus dos Santos, herdeira da fazenda da Oriana, onde o casal construiu o seu lar. Tiveram 8 filhos: Maria José, Carlota, Estela, José, António, Laura, Maria da Luz e Maria dos Santos.


Ana Prata


João Prata

Curiosidades:
- A família Prata já vive na Póvoa há mais de 250 anos. No século XVIII, alguns Pratas foram membros da governança, isto é, pertenciam ao grupo de pessoas que participavam no governo da Póvoa (a governação de um concelho ou mesmo de uma freguesia envolvia duas ou três dezenas de pessoas e os cargos eram quase todos anuais e rotativos). Não será estranho a esta realidade o facto de o meu avô João Prata ter feito parte da Junta de Freguesia por vários mandatos, num total de cerca de 24 anos, e do actual Presidente da Junta de Freguesia ser um neto dele. É uma tradição familiar com centenas de anos.
- Como se pode verificar na genealogia apresentada, há nesta família uma sucessão de membros do sexo masculino com nomes de João e António que chegou à actualidade, pois o meu avô João Prata chamou António (Prata) a um filho e este deu o nome de João a um dos seus filhos, o João Benevides Prata.
- O meu bisavô António Prata, na sua velhice, apenas desejava voltar a ser o menino da sua Póvoa natal. Tanto teimou, tanto insistiu, que um dia abalou e o filho foi apanhá-lo já longe, a caminho da Póvoa.
- A tia Ana Prata era um mulher muito bonita. Quem o afirmava era a D. Maria de Lurdes Doria, esposa do Engenheiro Luís Martinho. A tia Ana foi sua ama de leite, amamentando-a em simultâneo com o filho João (Coxo). Certamente, também foram os olhos do coração que a viram como a mulher mais bonita de S. Vicente!

domingo, 21 de junho de 2009

Guerra dos Sete Anos


Aspecto actual dos antigos paços do concelho. Foto da página do GEGA, na Internet, possivelmente tirada pelo Tó Sabino

A Guerra dos Sete Anos em S. Vicente da Beira: a casa da Câmara e a festa do Santo Cristo
(Síntese da intervenção de José Teodoro Prata, no "Colóquio Internacional - Memória e História Local", realizado em Idanha-a-Nova, nos dias 19, 20 e 21 de Junho de 2009.)

Na Guerra dos Sete Anos (1757-1763), a comarca de Castelo Branco foi invadida e ocupada pelo exército franco-espanhol, desde fins de Setembro a finais de Novembro de 1762. Em 21 e 22 de Outubro de 1762, o exército espanhol atacou e incendiou parcialmente a vila de S. Vicente da Beira. No primeiro dia, mataram Joaquim de Proença do Sobral do Campo, que ali se encontraria em serviço militar, como membro da ordenança, ou por acaso fortuito. No dia seguinte, morreu arcabuzado José dos Santos, também pelos castelhanos. Os documentos dão-nos ainda notícia do Padre João Antunes do Casal da Serra, capelão de Santiago, no monte da Partida, o qual foi levado pelos castelhanos e nunca mais voltou.


Clicar na imagem, para ler melhor.

Na Póvoa de Rio de Moinhos, em dia não determinado, também os castelhanos obraram violências e destruições: partiram portas e sobrados, roubaram alimentos e o padrão de pesos e medidas e levaram consigo oito homens «…dos bons do povo…», um dos quais Manuel Martins Preto, que morreu em Alcântara.
No dia 2 de Janeiro de 1764, a Câmara de S. Vicente da Beira requereu autorização para a reconstrução da casa da Câmara, com os dinheiros do concelho, dos lugares do termo, incluindo da Póvoa, e de uma finta derramada por todos os moradores do concelho. A Câmara da Póvoa opôs-se, por ser um concelho à parte e por estar isenta de fintas. O processo arrastou-se até 27 de Agosto de 1765, tendo o poder central decidido mandar arrematar a obra até ao valor de 300 000 réis, sendo superintendente o Juiz de Fora de S. Vicente da Beira. As relações de poder exerciam-se, hierarquicamente, das Câmaras Municipais para o Provedor da Provedoria de Castelo Branco, a nível regional, e deste para o Provedor da Coroa.
Em 1767, a casa da Câmara de S. Vicente da Beira estava concluída. O 1.º andar era formado pela sala do tribunal, o espaço mais amplo, uma sala de vereações e uma sala com lareira. Totalmente separada destes espaços, existia a casa do carcereiro, com alçapões de acesso às prisões. O rés-do-chão tinha, além das enxovias dos presos e das presas, uma estrebaria para os cavalos e dois espaços cedidos à Igreja da Misericórdia, contígua à Câmara, funcionando num deles a Sacristia.
Anualmente, o ponto alto da religiosidade, em S. Vicente, é a festa ao Santo Cristo, realizada, até cerca de1980, no 3.º fim-de-semana de Setembro e, actualmente, no 1.º fim-de-semana de Agosto. Desconhece-se a sua origem, mas é possível relacioná-la com esta invasão dos castelhanos:
- em 1758, o Santo Cristo da Misericórdia era venerado durante todo o ano;
- de Agosto a Novembro de 1762 houve uma mortandade na freguesia de S. Vicente, tendo o n.º de óbitos subido, em 1762, de uma média anual de cerca de 20 para 49, e destes, 31 só neste período;
- o ataque dos castelhanos ocorreu no pico da mortalidade;
- a casa da Câmara é contígua à Igreja da Misericórdia, morada do Santo Cristo, e só por milagre terá sido poupada pelas chamas;
- a publicação “O Domingo Ilustrado” (Lisboa, 1897) faz referência ao ataque dos castelhanos e à epidemia, que se extinguiu por voto dos vicentinos de realizarem uma festa anual ao Santo Cristo da Misericórdia.
Este assunto requer ainda novas investigações, mas já se pode concluir que a festa do Santo Cristo foi criada logo após 1762, como agradecimento e para que a vila de S. Vicente ficasse protegida de novas calamidades.



A antiga casa da Câmara, apenas parcialmente alterada. Foto da página do GEGA, na Internet, certamente recolhida pelo Tó Sabino.

Nota: A partir do "Tombo dos bens do concelho", de 1767, e com a ajuda dos serviços técnicos da Câmara Municipal de Castelo Branco, já consegui reconstituir os antigos paços do concelho, cujas plantas foram desenhadas pelo nosso conterrâneo Miguel Santos. A publicar...

sábado, 20 de junho de 2009

Memória Local

Acabo de chegar de Idanha-a-Nova, onde participei no "Colóquio Internacional - Memória e História Local", promovido pela Universidade de Coimbra e pela Câmara Municipal de Idanha-a-Nova. S. Vicente da Beira foi das povoaçãos mais faladas neste colóquio:
- A água que se bebia era fonte da fraga.
- Ontem, sexta-feira, o Dr. João Marinho Santos, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e natural das Sarzedas, lançou o livro "Notícias e Memórias Paroquiais Setecentistas". A apresentação coube à Dr. Maria Helena Coelho, da mesma faculdade, que fez cerca de uma dezena de referências a S. Vicente da Beira.
- Hoje, depois do almoço, apresentei a minha intervenção, com o título "A Guerra dos Sete Anos em S. Vicente da Beira: a casa da Câmara e a festa do Santo Cristo". Em breve, publicarei aqui um resumo.



O livro do Dr. João Marinho Santos contém as várias notícias, publicadas no século XVIII, das povoações do actual concelho de Castelo Branco.
Sobre S. Vicente da Beira, traz:
I - Memória de 1758 (Já publicada pelo Dr. Pedro Rego, com o apoio da Junta de freguesia de S. Vicente da Beira, onde se realizou o lançamento)
II - Notícia de 1708 (P.e António Carvalho da Costa, Corografia portuguesa, e descripçam topografica do famoso reyno de Portugal...)
III - Notícia de 1711 (Frei Agostinho de Santa Maria, Santuário mariano e história das imagens milagrosas de Nossa Senhora...)
IV - Notícia de 1768 (Paulo Dias de Niza, Portugal Sacro-profano, ou catalogo alfabetico de todas as freguezias dos reinos de Portugal, e Algarve, das igrejas com seus oragos...)
V - Notícia de 1800 (D. José de Cornide, Estado de Portugal en el año de 1800, Tomo II, in Memorial Histórico Español)

O livro tem a vantagem de reunir numa mesma obra todas estas notícias e memórias.
Custa 15 euros e é editado pela editora Palimage.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Andorinhões


Habituado às andorinhas que nidificam no meu beirado, em Castelo Branco, já esquecera os andorinhões de S. Vicente. Mas eles continuam a reinar nos céus da Praça.
Fui fotografar os antigos paços do concelho e lá andavam, nas suas acrobacias vetigionosas. Mas apanhei-os! Vejam.



O seu nome engana. Nem sequer são da família das andorinhas. Os asiáticos comem os ninhos dos andorinhões a que chamam ninhos de andorinha, uma especialidade culinária.
Não perder o artigo da Wikipédia sobre os andorinhões.



Imagens: a primeira e a última são da Internet.

sábado, 13 de junho de 2009

Parlamento Europeu


Eleições para o Parlamento Europeu, 2009

RESULTADOS:

Total nacional (percentagem):
PSD - 31,69%; PS - 26,57%; BE - 10,73%; CDU - 10,66; CDS - 8,37%

Distrito de Castelo Branco (votos):
PSD - 24 381; PS - 22 570; BE - 7 321; CDU - 5 437; CDS - 5 252

Concelho de C. Branco (votos):
PSD - 5 930; PS - 6 157; BE - 2 488; CDU - 1 254; CDS - 1 517

Freguesia de S. Vicente da Beira (votos):
PSD - 267; PS - 216; BE - 41; CDU - 20; CDS - 36



Sede do Parlamento Europeu, na cidade de Estrasburgo, França.


Estados-membros da União Europeia (a vermelho) e países candidatos à adesão (a amarelo).