sexta-feira, 28 de maio de 2010

Dia de Portugal...


A artista Luci Bento, natural do Vale de Figueiras e a viver, actualmente, na Partida, é um dos 10 finalistas ao concurso “Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa”.
No dia 8 de Junho, estará no Museu do Oriente, em Lisboa, onde participa num encontro entre candidatos finalistas vindos dos vários pontos do globo, entidades oficiais e empresas. As actividades serão encerradas pelo Senhor Presidente da República.
Depois segue para o Algarve, integrada na comitiva das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, este ano realizadas na cidade de Faro. No dia 10 de Junho, pela televisão, saberemos se foi uma das vencedoras.
Boa Sorte!

Nota: A imagem acima apresentada é um pormenor de uma fotografia tirada pelo Pe. José Leitão, numa exposição de pintura da artista, realizada em S. Tiago, Partida. A foto já foi publicada nos Enxidros e nela estão, além de Luci Bento, o Pe. Branco e os presidentes da Câmara e da Junta.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O Cristo-Rei de Almada


Há meses, anunciei a publicação do livro "Por alturas do Cristo-Rei de Almada", do nosso conterrâneo José Miguel Teodoro.
A apresentação é já este sábado, 29 de Maio, pelas 16 horas, no auditório do Convento dos Capuchos, na Caparica.
Estarão presentes as autoridades eclesiásticas: o Bispo de Setúbal e o Reitor do Santuário Cristo-Rei.
A edição é da Câmara Municipal de Almada.
O convite abaixo apresentado é para todos os leitores Dos Enxidros.

domingo, 23 de maio de 2010

A Orada



Na Orada, em 2009. Este ano, alguém comeu a merenda por mim.










sexta-feira, 21 de maio de 2010

Senhora da Orada


Estamos a chegar ao quarto domingo de Maio, dia da romaria da Nossa Senhora da Orada.
Faz agora um ano, publicámos aqui, nos Enxidros, a lenda da Senhora da Orada, como me foi contada pelo Ti Jaquim Teodoro. Mas esta não é a única lenda que explica a origem da ermida e a devoção à Senhora.
Frei Agostinho de Santa Maria visitou a capela, em ano anterior a 1711, data em que publicou o Santuário Mariano, onde dedicou algumas páginas à ermida da Senhora da Orada, com base nas informações que aqui recolhera, junto do padre ermitão que então cuidava da capela.
Este ermitão contou-lhe, além da conhecida lenda da donzela, uma outra que a seguir se apresenta:

Na vila de S. Vicente da Beira vivia uma mulher casada com um homem que, além de ser de condição acre e terrível, era muito ciumento e com esta paixão molestava muito a inocente mulher e a maltratava.
E como ela era boa e devota de Nossa Senhora, avivava o demónio (para a pôr em desespero e a apartar das virtudes em que se exercitava) mais a guerra que o marido lhe fazia. E chegou isto a tanto que lhe sugeriu o demónio que a matasse, porque lhe faltava na fidelidade que lhe devia.
Com estas falsas presunções, em que o inimigo o metia, levou enganada a honesta e virtuosa mulher àquele sítio, que por ser deserto naquele tempo e nas faldas de uma serra, lhe pareceu acomodado para lhe tirar a vida e a deixar sepultada nele.
Vendo a aflita mulher o intento do marido e o grande perigo em que se achava, sem ter quem lhe valesse, mais que o Céu, valeu-se daquela misericordiosa Mãe dos aflitos pecadores, para que ela a defendesse no aperto em que se achava, encomendando-se a ela em seu coração. Não se deteve a misericordiosa Senhora. Apareceu-lhe logo, confortando-a e repreendendo ao iludido marido com grande severidade.
Este, livre da tentação, pelo favor da Senhora, e reconhecido da sua culpa e temeridade, em julgar mal da sua inocente esposa, pediu perdão à Senhora e, em acção de graças, pela misericórdia que com ele e com sua honesta esposa usara, prometeu melhorar a vida e lhe edificar, naquele lugar, uma Casa, para perpétua memória do benefício que ambos recebiam.
Dando logo princípio, os venturosos casados, à Casa da Senhora, mandaram fazer aquela Santa Imagem, que nela colocaram, na forma que lhes apareceu.







As fotos documentam a procissão da Senhora da Orada, nos anos 50 ou inícios dos anos 60. O fotógrafo é desconhecido e as fotos são propriedade do Pedro Inácio Gama.

domingo, 16 de maio de 2010

Festa do Centenário

Primeiro foi a missa, presidida pelo Reverendíssimo Bispo da Guarda.


Depois as três bandas apresentaram-se.






As duas bandas convidadas foram as do Retaxo e do Fratel.


O Dário Inês fez de mestre de cerimónias.


Já na sede da banda, a lápide comemorativa aguardava pela cerimónia.


O Presidente da Direcção discursou.


A lápide já descerrada.


Sede da banda: instrumentos.


Exposição das memórias da banda: o mais antigo documento que se conhece. Um projecto de logotipo para a banda.


De volta à Praça, o Comissário Barroso entregou a medalha comemorativa à viúva do senhor Luís Filipe, grande benemérito da nossa banda.


O Presidente da Câmara, Joaquim Morão, colocou uma fita comemorativa no estandarte de uma das bandas convidadas.


O Presidente da Junta, João Benevides Prata, colocou a fita no outro estandarte.


Os antigos músicos receberam diplomas.


O José Moreira açambarcou: diploma e prenda. É o que dá ser um cidadão exemplar!


Os jovens músicos-revelação da Escola de Música também foram premiados.


Os músicos da banda agradeceram a dedicação da sua Direcção.


Seguiram-se os discursos. Primeiro do Presidente da Sociedade Filarmónica Vicentina.


Depois do Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco.


E por fim do Presidente da Junta de Freguesia de S. Vicente da Beira.


Afinal, o almoço foi na Praça. Como entrada, um caldinho verde!


Parece o velho Noco, mas é o filho João: tal pai, tal filho. Ambos foram músicos da banda.


O descanso dos guerreiros.


Havia fartura para todos.

Segui-se um concerto das três bandas, mas já não pude estar presente.
Foi uma festa bonita!

sábado, 15 de maio de 2010

Programa do Centenário

Finalmente, o programa completo das comemorações do centenário da Sociedade Filarmónica Vicentina.
Obrigado ao Dário Inês.
Clicar em cima, para ver melhor.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Carta do Brasil

Chamava-se Tiago, o forasteiro do capítulo do livro Adeus Aldeia, publicado a 7 de Maio, com o título O Hortas. Isto no romance, pois na realidade era o pai da autora (Maria de Lourdes Hortas), de seu nome Manuel Joaquim Hortas.
Chegou a S. Vicente da Beira, viu, venceu e emigrou.
A chegada, já a conhecemos, pela recriação de sua filha.
Viu a loja, a farmácia, e comprou-a. Também arrendou a casa número 15 da Rua do Convento, onde lhe nasceram as duas meninas.
A farmácia dava-lhe para viver sem privações e amigos não lhe faltavam. Inseriu-se bem na vida local e até se gabava de ser o político-mor.
Mas o senhor Eduardo Cardoso relembrou-lhe o Brasil que lhe levara o pai na infância. Então partiu também, num ajuste de contas com o destino.
De lá, escreveu ao senhor Ernesto José Hipólito, Digno Alfaiate, como o intitulou no endereço do envelope, e seu amigo.
A carta que a seguir se reproduz foi-me facultada pelo Ernesto Hipólito, filho, e é um óptimo retrato de alguns aspectos da nossa terra, em meados do século XIX.
Está escrita à máquina, em papel vegetal. Os parágrafos são da minha responsabilidade, para facilitar a leitura. Também se acrescenta, entre parêntesis, a correcção de dois verbos, para uma melhor compreensão.
Se preferirem ler no original, clicar na imagem que se segue.




Recife, 9 de Janeiro de 1951

Meu caro Ernesto

Desejo que te encontres bem de saúde e bem assim todos os teus, nós vamos bem graças a Deus. Como prometi cá estou dando as minhas noticias e tambem sabendo como tens passado e ao mesmo tempo aproveito para te pedir para escreveres para o Fundão para que considerem o Senhor Eduardo Cardoso assinante do Jornal e como tambem me podes considerar a mim os pagamentos seram(serão) feitos tanto do meu como o do Senhor Eduardo pelo meu sogro a quem deves dar conhecimento deste meu pedido.
Então já conseguistes fundar um club de Futeból? Venho diserte que se tu conseguires um campo bom não o que existe podes contar com a fundação do club, pois daqui te mandaram(mandarão), calções, bolas, camisolas e botas mas não para jugar num campo como esse cheio de pedras.
Tens vendido muita tinta, pelo que sei tu tens tirado a freguesia da farmácia, por isso tens que deixar essa industria de tintureiro de contrario a Farmacia não vinga. Soube por alguém que já foi feito um apelo na Igreja para que ajudem a Farmacia; eu lembrava uma sugestão: Entrega-la ao Senhor Santo Cristo e talvez assim ela possa funcionar elegalmente, visto que enquanto esteve elegal não foi preciso faser apelos, legalisaram-na estragaran-na (é como diz o outro, limpastes estragas-tes) mas não compriendo como esteja a fazer pouco negocio como sabes ela na minha mão ia dando pois eu vivi ai 6 anos só da farmácia e como todos sabem eu vivia bem.
Tambem soube que o Guarda Rios comprou um carro fiquei satisfeito em saber que está progredindo, peço-te que escrevas e digas alguma coisa destas coisas, como deves compriender quem está longe da Patria gosta de saber noticias.
Junta, sempre a mesma para variar, Hospital bem entregue e por isso sinto satisfação. Como vai o Nosso João Ribeiro, João Lino, Arrebótes e todos esses amigos, escreve carta grande não tenhas preguiça.
Minhas garotas falam muito em ti e pedem para enviar vesitas, assim como minha mulher se recomenda para todos.
Sabes se já receberam ai uma maquina que os Senhores Cardosos ofereceram ao Hospital? Procura ao Senhor João Lino ou Joaquim Ribeiro e que acusem a recepção, já á muito que se encontra em Lisboa em casa de D. Isaura.
Tua caspa desapareceu? usa o remédio por que é barato.
Eu estou satisfeito em ter saído dai, isto por aqui são outras terras, pelo menos não á ditos e o calor tambem se soporta bem eu pouco estranhei e mesmo nada, e espero se Deus me der sorte e saúde voltar um dia para o nosso S. Vicente, voltando a ser ai o pulitico mór esto se não mudar de edeias.
O Senhor João Lino já tem o carro na praça? Oxalá que sim.
Peço-te o favor de apresentares cumprimentos a todos esses amigos e tambem a tua mãe teu sogro, teu avô tua esposa e a quem por nós procurar e tu recebe um grande abraço do que fica ao teu inteiro dispor e amigo certo.

Manuel Joaquim Hortas

Rua da Conceição nº 59 – Recife – Pernambuco - Brazil