sábado, 31 de dezembro de 2016

S. Vicente (da Beira)



O livro acima apresentado é uma boa síntese do que se conhece sobre esta região, na época medieval.
Está à venda na Biblioteca Municipal de Castelo Branco.
Sobre o topónimo São Vicente da Beira, traz a seguinte nota:

Note-se que a vila até finais do século XIII foi sempre designada apenas por “S. Vicente”. Na carta de foro do herdamento de Rio de Moinhos, datada de Avis a 14 de Setembro do ano de 1291, surge como “S. Vicente de bejra do Caia”, referindo-se certamente à Gardunha, “a serra do Ocaya” ou a uma ribeira assim designada. Cf. AN/TT, Convento de S. Bento de Avis, Mç. 5, n.º 544. Só no primeiro quartel do século XIV aparece com o seu nome composto – S. Vicente da Beira – agora provavelmente em relação à província da Beira, mantendo-se as duas designações durante o século XIV, de acordo com a documentação compulsada proveniente do Convento de S. Bento de Avis, referente a esta vila. 

José Teodoro Prata

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Fontes: os Calmão

No dia 20 de fevereiro de 1735, casaram Manoel Gomes Calmão e Francisca Nunes
Ela de São Vicente da Beira e ele de Castelo Branco.
Sabendo que depois desta data sempre houve pessoas de apelido Calmão em São Vicente, 
este Manuel poderá ter sido o primeiro Calmão.


José Teodoro Prata

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Fontes: casamento no Violeiro

Eis o casamentro de Theodoro Faustino Dias, de Tinalhas, com Maria Cabral de Pinna, do Violeiro, dois dos jovens mais importantes da região. O seu bisneto seria o 1.º visconde de Tinalhas.
A noiva teve no seu casamento os tios padres Manoel Cabral de Pinna e Estevaõ Alvares de Pinna, irmãos da sua mãe Brites Cabral de Pinna, todos da Quinta da Canharda, Fornos de Algodres.

José Teodoro Prata

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Fontes: Rua Nicolau Veloso

A chamada rua que vai da praça para a devesa tomou depois o nome de um homem que vivia nela: Niculao Vellozo de Carvalho e Tavora, natural de São Vicente da Beira.
Ele surge neste registo do casamento de sua filha Archangela da Cunha, realizado a 21 de fevereiro de 1733.


José Teodoro Prata

domingo, 25 de dezembro de 2016

Auto de Natal


Este ano, para além das filhós, da fogueira e da Missa do Galo, também tivemos teatro na Igreja. Uma peça de Natal escrita pelo José Manuel Santos e José Teodoro e muito bem representada pelo nosso Rancho. Foi lindo!

M. L. Ferreira





Peguei na Etnografia da Beira e procurei tudo sobre o natal. Encontrei um auto de natal pastoril a que o autor, Jaime Lopes Dias, assistiu no Álvaro, Oleiros, em meados do século passado.
Selecionei algumas quadras de Natal, juntei-lhe as nossas filhós com vinho que não fazem mal e já tinha tudo. Mas não resisti a mais um poema de Salvaterra do Extremo.
Dei à mistura a forma de texto dramático e entreguei-o ao Clube de Teatro da minha escola. 
Durante as andanças para apresentar o livro dos Enxidros, percebi as potencialidades diversificadas do nosso rancho, a que juntei a poesia de cunho popular do José Manuel dos Santos. Aos primeiros propus representarem o auto e ao segundo que adaptasse as quadras à nossa terra.
O resultado foi muito bom, pelos vistos, pois não pude estar presente.
Fiquei feliz por ter proporcionado um natal melhor. O José Manuel e os atores do Rancho sentirão outro tanto.

José Teodoro Prata
Fotos da Sara varanda

sábado, 24 de dezembro de 2016

Natal 2016


José Teodoro Prata

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O nosso Natal

Tradicionalmente, os preparativos para o Natal em São Vicente da Beira iniciam-se algum tempo antes do dia 25 de Dezembro.
Os jovens que vão à inspeção militar reúnem-se ao som de uma corneta, e munidos de imensa força, coragem e ajuda de algumas máquinas, procuram nos pinhais e vales da Serra da Gardunha, os melhores e maiores madeiros para acenderem a fogueira. O que acontecerá no dia 24, antes da Missa do Galo.
A Missa é celebrada à meia noite, mas, durante o dia e antes da ida à Missa, há que preparar a Consoada e a Ceia de Natal.
É preciso amassar as filhóses, deixá-las levedar e depois fritá-las à lareira, acesa com lenha de oliveira, onde são colocadas as trempes e sobre elas a caldeira com o azeite ou óleo. As filhoses são tendidas no joelho e ao fritar são viradas com espetos feitos de paus de esteva.
Aproveitando o calor da lareira, está uma panela de ferro com água, onde serão cozidas as couves, as batatas e o bacalhau, que são servidos regados com o fino azeite e acompanhados com o bom vinho da região.
Depois da Consoada, vai-se à Missa, onde, no final, o Senhor Vigário dá o Menino Jesus a beijar. Enquanto os vicentinos, e não só, cantam os cânticos de Natal.

Da vara, nasceu a vara.
Da vara, nasceu a flor.
Da flor, nasceu Maria.
De Maria, o Redentor.

Alegrem-se os céus e a terra.
Cantamos com alegria.
Que já nasceu o Menino.
Filho da Virgem Maria.

Ó meu Menino Jesus.
Ó meu Menino tão belo.
Logo vieste nascer.
Na noite do caramelo.

Um entre muitos outros cânticos, que continuam a ser cantados junto à enorme fogueira, acesa no centro da Praça.
No regresso a casa é a Ceia. Faz-se o gró, (chá com aguardente), comem-se as filhoses, as fatias douradas e outras iguarias tradicionais nesta época.
Na manhã seguinte, os mais novos procuram, junto à chaminé, os presentes que o Menino Jesus deixou em cada sapatinho.
Ao longo dos anos, algumas tradições foram-se renovando e/ou alterando, mas o espírito natalício e a união familiar, mantêm-se vivos entre os vicentinos. Sempre!

M.ª da Luz Candeias

Nota: Texto publicado no livro "São Vicente da Beira - Vila Medieval", de Maria do Carmo Prata, 2001