terça-feira, 7 de março de 2017

Juiz de fora

Este é o registo de casamento da filha do juiz de fora de São Vicente da Beira, celebrado na igreja matriz desta vila, no dia 21 de junho de 1705.
Casaram, então, o Doutor João Baptista, viúvo de Ângela da Mota da Fonseca, natural de Abrantes, e
Dona Beatriz de Andrade, filha do Doutor André Lopes de Andrade, juiz de fora de São Vicente da Beira, e de sua mulher Dona Maria de Andrade.
Assina como testemunha um outro ilustre de São Vicente, naquela época, o Doutor Manuel Jaques de Morais.
José Teodoro Prata

domingo, 5 de março de 2017

O carnaval antigamente

Tradições de carnaval, recolhidas pelos alunos do 2.º ano da E.B.I. de São Vicente da Beira

«No entrudo come-se tudo» dizia-se antigamente, isto porque era preciso comer muito e estar bem gordo para dançar, brincar, puxar as carroças, hoje carros alegóricos, para tocar música, levar os cabeçudos e outras tantas coisas. É que neste ambiente festivo que precede a quaresma tudo era permitido, até se dizia «É carnaval, ninguém leva a mal».                  
Zaza Kivi Gonçalves.   

O Carnaval de antigamente era diferente de hoje em dia.
 Na terra da minha mãe (Aboboreira, concelho de Mação), como todas as famílias tinham burros, na véspera de Carnaval trocavam os burros das pessoas.
Havia pessoas que se davam mal. No dia seguinte tinham que se falar para voltar a ter o seu burro.
Era uma grande partida de Carnaval.
Também nessa noite levavam todas carroças para o largo principal da aldeia.
No dia seguinte as pessoas viam que não tinham as suas carroças no palheiro e iam buscá-las ao largo da aldeia de Aboboreira.
No dia de Carnaval as pessoas vestiam roupas velhas, colocavam máscaras e andavam pelas ruas da aldeia a jogar ao Carnaval.
Era assim que as pessoas comemoravam o Carnaval.
Pedro Carvalho

Casal da Fraga
O Carnaval de antigamente era bem diferente, as meninas não dançavam com pouca roupa como no Brasil. As pessoas mascaravam-se e pregavam-se partidas umas às outras.
Queimavam-se também os entrudos. Muitas vezes os homens vestiam-se de mulheres e as mulheres de homens.
Mário Silva

Ninho do Açor
Antigamente, no carnaval, faziam a contradança que era um pau com fitas. As pessoas agarravam as fitas e dançavam.
As pessoas mascaravam-se muito bem para ninguém as conhecer. Vestiam-se com roupas velhas e uma meia na cara. Faziam bailes e vinham bombos a tocar. Juntavam-se grupos de pessoas que iam cantar e bater à porta das pessoas e recebiam doces e alimentos.
Também jogavam ao jogo do lenço e pregavam partidas umas às outras, com farinha e água.
Eva Amaral

Sobral do Campo
Na quarta-feira antes do domingo gordo, os rapazes faziam as comadres. Quando algum rapaz gostava de uma rapariga, tirava à faca. Significava que tinha que pagar dinheiro.
No carnaval não se podia ter a porta aberta porque deitavam cacadas e fugiam. As cacadas eram cebolas podres, bogalhas, batatas podres ou cacos velhos.
Faziam bailes de carnaval sem máscaras e em vez de papelinhos, usavam farinha.
Sofia Dias

Partida
Antigamente a rapaziada fazia um entrudo de palha e punham-no na ponta de um pau no largo da capela. Uns rapazes tiravam os vasos de flores às pessoas para enfeitar o entrudo. Durante o dia, a malta mais nova vestia-se de palhaços e andavam pelas ruas da aldeia.
 À Noite queimavam o entrudo e choravam muito.

Leonardo Carvalho

quinta-feira, 2 de março de 2017

Torturas

Bom homem, o Ti Zé Cipriano. Cantava que nem um rouxinol e para contar histórias, estava por ali… Mas ai de quem se risse ou dissesse alguma coisa enquanto ele falava, que abria muito os olhos e punha logo tudo em sentido. Um dia contou-nos esta assim, a mim e à minha mãe:
«Quando vim da Guerra, fiquei em Lisboa como impedido dum General. Gostava muito dele, e ele a mim tratava-me como a um filho. Para onde quer que fosse levava-me sempre a acompanhá-lo, e foi com ele que aprendi muitas das coisas que sei hoje
Um dia fomos os dois à Torre do Tombo, que ele era muito dado a essas coisas antigas, e encontrou lá um livro que contava a história dum padre que por modos, entre missas e confissões, não havia saias nas redondezas com que não se metesse. Era raro o ano em que não aparecia na terra mais um ou dois cachopitos que eram a cara chapada dele. Por modos chegaram a conhecer-se-lhe p’ra cima de trinta, entre fêmeas e machos.
E andou por lá muitos anos a pregar, a comer boas galinhas e a esfregar as mãos de contente enquanto sacudia a batina.
Na terra toda a gente sabia dos pecados do padre, mas eram tempos de miséria e de medo, e muitas vezes até as mães e os pais fechavam os olhos e os ouvidos, na esperança de verem as filhas fugirem à pobreza em que viviam. Que havia alguns que aperfilhavam os filhos e até punham casa às raparigas. Mas este é que não ia nessa, e nunca reconheceu nenhum dos inocentes, nem deu uma fatia de pão a ninguém, apesar de todos saberem que tinha muito de seu.
Naquele tempo reinava em Portugal um rei que o que queria era divertir-se e comer do bom e do melhor. Como não tinha mão no País, era o ministro que mandava e fazia tudo à maneira dele. Por modos até era bom ministro e leal ao rei, mas era um ganancioso, com a mania das grandezas e mau como as cobras. Só fazia o que tinha na ideia e lhe desse proveito, nem que tivesse que mandar expulsar ou matar os que lhe fizessem frente.   
Um dia chegou-lhe aos ouvidos a história do padre e ele próprio ditou-lhe a sentença: Que o atassem a um cavalo montado por um cavaleiro com boas esporas, e dessem tantas voltas ao castelo quantas fossem precisas até não ter pinga de sangue; e no fim de morto que deitassem os restos às feras. Os bens dele, todos confiscados, que logo se veria o que fazer com eles.
Assim que lhe chegou aos ouvidos a sentença do ministro, o padre tratou de se esconder o melhor que pode. E tal era o esconderijo que durante uns tempos ninguém soube onde é que se tinha metido. Passados uns tempos, o rei morreu e, como não tinha filhos varões, quem lhe sucedeu foi a filha. Diziam que tinha pouco juízo, mas coragem não lhe faltava. Tratou logo de despedir o ministro e acabar com muitas das leis que ele tinha feito.
Quando lhe chegou aos ouvidos a sentença do padre, mandou-o procurar e perguntou-lhe quantos eram os filhos que tinha tido.
- Saiba Vossa Alteza que são dezoito machos e pr’aí uma dúzia de fêmeas.
De boca aberta, a rainha virou-se para o novo ministro e exclamou:
- Como é que se pode mandar matar um homem que deu tantos filhos à nação? Ainda por cima sendo homens, o mais deles!
E para o padre:
- Abale lá para a sua terra e a partir de agora cumpra os Mandamentos e dê de comer a quem tem fome!
- Creia Vossa Alteza que assim farei.
Por modos já estava velho e nunca mais se ouviu falar dele, nem de mais nenhum rebento».

Esta história foi-me contada há algum tempo por uma vizinha que ainda se lembra do senhor José da Silva Lobo, mais conhecido por Zé Cipriano. Lembrei-me dela quando há dias vi estas imagens de instrumentos e práticas de tortura da Inquisição:




Voltei a lembrá-la há umas semanas, a propósito das declarações de Donald Trump sobre a eficácia da tortura e a ideia de que se deve combater o fogo com o fogo. Se é por demais lamentável que, apesar de proibida, a tortura seja ainda uma prática frequente em muitos países, incluindo Portugal, há alguma diferença entre essas situações (que mais não seja porque podem ser denunciadas e punidas) e o que defende o presidente de uma das nações mais influentes do mundo.

«Olho por olho, e o mundo ficará cego…», M. Gandhi

M. L. Ferreira

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Desfile de Carnaval da Escola







Umas semanas antes do desfile de Carnaval da escola, começámos a preparar as máscaras com a professora Idalina, utilizando figuras do mundo mágico da Disney. Também fizemos molduras amarelas e enfeitámo-las com desenhos e recortes.
Quando chegou o dia do desfile (dia 23), ainda fizemos maracas com a professora Maria da Luz. Uma hora depois, saímos da escola, acompanhados dos meninos do Jardim de Infância e dos alunos mais velhos e andámos com as máscaras e as maracas até ao ringue. Aí metemos as molduras e ficámos muito giros!
 Começámos o desfile: fomos pela estrada até à Santa Casa, continuámos, passámos pela praça, pela pastelaria, pela piscina, até que chegámos de novo ao parque do ringue.
As mães e familiares acompanharam-nos sempre. A tia do Mário ia disfarçada de noivo abandonado e levava uma pistola de água. A mãe do Mário ia disfarçada de mecânico, levava um carrinho e papelinhos.
Foi um desfile cansativo, mas muito divertido!


Mário, Pedro e Zaza, 2.º Ano


Este é o Mário Silva que, no desfile concelhio deste domingo, em Castelo Branco, ganhou o prémio da melhor fantasia de Carnaval.
A trupe de São Vicente era formada pelos elementos do rancho, dos bombos...

Maria da Luz Teodoro

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Natureza limpa


O inverno pôs a descoberto mais um ninho de lixo dos madeireiros, desta vez no Carvalhal Redondo.
A Cáritas lançou, em Castelo Branco, uma campanha de recolha de plásticos para comprar uma cadeira de rodas a alguém necessitado, mas sem posses. 
Este lixo vai ajudar uma pessoa e ao mesmo tempo garante uma natureza limpa, que não comprometa a saúde das gerações vindouras.

Nota: Acabei de fazer (dos nossos) bolos da Páscoa. Uma delícia...

José Teodoro Prata

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Mudam-se os tempos

Hoje acordei com muitas ideias. Como o sonho comanda a vida, vou tentar colocá-las nos seus devidos lugares, cronologicamente falando.
Comecei por passar em revista as casas da nossa vila, como eram as habitações e como são nos nossos dias.
Passavam de pais para filhos, estes mantinham-nas tal qual as recebiam, medievas, a cheirar a mofo, com pouca luz, sem conforto, mas acolhedoras. Guardavam dentro de si recordações, histórias únicas; a luz bruxuleante da candeia, o candelabro, as velhas lucernas, a lamparina de azeite, tendo ao meio uma torcida que se mantinha acesa com a ajuda de um pequeno disco de cortiça com um furo ao meio de onde saía o pavio, iluminava o quarto, a sala… As nossas ruas possuíam em locais estratégicos candeeiros a petróleo. Assim que começava a anoitecer, um lanterneiro, escada numa mão, lata do petróleo na outra, acendia-os. “Já era bem bom”, como me contou um dia o senhor Zé coelhito.
Graças à eletricidade, tudo mudou. A noite escura desapareceu das nossas moradas e das nossas povoações, a pasmaceira que seria se ainda se vivesse assim. A energia eléctrica chega a todo o lado, os velhos artefactos foram substituídos pelas lâmpadas.
Eu sou a Luz do mundo, disse Jesus.
Não viviam somente as pessoas nas casas, as lojas eram ocupadas pelos animais que ajudavam nas lides domésticas, fossem vacas, burros, cabras, galináceos. Se a casa possuía mais que uma loja, a segunda destinava-se a guardar o vinho, a salgadeira, o azeite, as ferramentas… As paredes exteriores eram construídas com pedra granítica, miúda; por dentro, as divisões eram feitas de taipa, adobe; assoalhados de madeira… Cheiravam a mofo as casas dos nossos pais, mesmo assim eram acolhedoras.
A casa dos meus pais, da qual eu gostava bastante, certo dia foi totalmente derribada, só ficaram as paredes exteriores. Uns anos mais, o interior de outra casa medieva desaparece, julgo ter sido a pioneira no advir, morada da Maria do Ninho, casa grande feita de grossas paredes e taipa. Um dia chegaram pessoas vindas de fora, orientadas pelo pai do general Eanes, “construtor da obra” as madeiras foram substituídas por placas, vigas de cimento, o solar ficou irreconhecível por dentro, o cimento, o tijolo… começou uma nova era na edificação de edifícios
A vida na vila continuava a fazer-se como sempre se fez até aos anos setenta do passado século. As galinhas esgravatam as pedras da calçada, na esperança de encontrarem algum miolo, minhoca…; à porta das lojas as cordas que guiavam os burros eram atadas a argolas, as mulheres munidas de um caldeiro, onde iam as lavaduras e os restos de comida, desciam as escadas e limpavam a pia, despejando nela a vianda. Quando os porcos comiam bem, eram uma boquinha lavada.
Por vezes perdiam o apetite, a dona do animal ia à casa da pessoa que sabia tirar o mau-olhado. Feito o esconjuro, o porco voltava a comer, era um louvar a Deus. Por altura do Carnaval, os vicentinos ofereciam ao Santo António chouriças, nacos de toucinho, presunto, farinheiras, morcelas… O Chico Calmão empunhava o pau do santo e andava de rua em rua a pedir para o ramo de Santo António.
No princípio dos anos sessenta, Goa, Damão e Diu foram invadidas, ia sendo uma tragédia para os nossos soldados. Angola, Moçambique, Guiné; os mancebos partem aos milhares para as áfricas combater os “terroristas”. As feridas da segunda grande guerra ainda não estavam totalmente saradas na Europa, era preciso construir; voltar a reedificar estradas, pontes habitações… muitas famílias desapareceram do mapa, a Europa necessitava mão-de-obra. Portugueses, espanhóis, italianos… procuram uma vida melhor para si e os seus, grande parte dos trabalhos eram braçais, apesar de já existirem máquinas, a força do homem ainda imperava.
Partiam aos milhares a salto, passadores guiavam-nos até entrarem na terra prometida. Quando atravessavam as montanhas pirenaicas, em estreitas veredas cheias de perigos, se tivessem o azar de escorregar e cair precipício abaixo, iam parar ao rio e nunca mais… os outros seguiam cheios de frio, sujos…
Quando finalmente chegavam ao destino iam parar aos arredores da cidade onde se situavam os bidonvilles, barracas de lata cercadas de lama; os pioneiros viviam em condições péssimas, mesmo assim não desistiam, a vida aos poucos ia melhorando, ganhavam mais numa semana que em Portugal num mês, os trabalhos eram duros, verdade; valia a pena o sacrifício. As famílias juntavam-se, deixavam as barracas para viverem em habitações condignas, o sonho da casinha e da courela no lugar que os viu nascer tornava-se realidade. Só queriam ganhar dinheiro para construir a sua maison e adquirir um pedaço de terra. Os filhos crescem, fazem amigos, a palavra regressar não existia nos seus vocabulários. Havia o problema das guerras coloniais, mancebos fugiam a salto, as casas estavam construídas, olivais, courelas compradas. Foi passando o tempo, casaram os filhos, os netos surgiram e os pais, que só queriam realizar o sonho de terem uma linda casa, foram-se acomodando, a maior parte estão fechadas. É a vida.
Com o envio das remessas dos emigrantes, a construção civil progrediu, a paisagem medieva, rural, transformou-se.
As guerras coloniais não tinham fim à vista; 1974, militares milicianos protestam, o povo aproveita a boleia, surge a revolução do vinte e cinco de Abril.
Descolonização, mais de quinhentos mil desalojados portugueses abandonam haveres, terras, deixam tudo e regressam a Portugal.
Muitos nunca conheceram outra terra, Portugal era um lugar estranho; traziam experiência, conhecimentos, depressa se integraram na sociedade portuguesa, sangue novo foi injectado, floresceu o comércio, a indústria, a construção, o país aos poucos foi-se modernizando
Em 1985, Portugal assina o tratado de adesão à C.E.E., um ano depois entrava oficialmente. Todos os dias chegavam milhões de contos aos cofres. Auto-estradas, algumas quase paralelas, estádios, pavilhões… o dinheiro jorrava, os bancos emprestavam; “queres mil, leva dois mil” foi um fartar vilanagem.
Os valores especulativos dos bens caem, muitos bancos não aguentam a pancada e desmoronam-se, as casas desvalorizam drasticamente, a vida levou um tombo…
Portugal endividou-se, os empregos para toda a vida passaram a ser precários, a torneira foi-se fechando, muitas empresas abriram falência, o dinheiro fácil terminou. A sociedade actual é bem diferente da que era há meio-século atrás, as aldeias estão desertas, as cidades aumentaram a sua população, o perímetro urbano também, as vias de comunicação, os transportes, a saúde, a educação…tornaram-se realidades, a economia está nas mãos de empresas estranhas, a divida pública é enorme.
Os portugueses, povo forte e valente que sempre foi capaz de dar a volta por cima, um país que descobriu meio mundo, onde a língua de Camões é das mais faladas, um povo assim vencerá mais esta batalha.
As casas de outrora quase desapareceram das nossas aldeias, ainda há os resistentes que souberam preservá-las dando-lhes uma nova roupagem. Transformadas por dentro, acolhedoras, mantêm a traça exterior. Conserve-se o que ainda resta, há valores patrimoniais. Quando se esbarrondam, nunca mais se recuperam. Em vez de se esbarrondar, deve-se preservar, para que os nossos netos fiquem com uma ideia de como eram as habitações, as ruas estreitas e medievas no tempo dos seus avós.
O mundo é uma escadaria; sobem uns, descem outros, porque para trás mija a burra.
«Eles não sabem, nem sonham,
Que o sonho comanda a vida,
Que sempre que o homem sonha
O mundo pula e avança
Como bola colorida
Entre as mãos de uma criança.»
Rómulo de Carvalho

J.M.S 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Há que tempos...



Eu, O Povo 
(letra de Barnabé João/ Música de José Afonso e Fausto) 

"Eu, o Povo
Conheço a força da terra que rebenta a granada do grão
Fiz desta força um amigo fiel

O vento sopra com força
A água corre com força
O fogo arde com força

Nos meus braços que vão crescer vou estender panos de vela
Para agarrar o vento e levar a força do vento à produção
As minhas mãos vão crescer até fazerem pás de roda
Para agarrar a força da água e pô-la na produção
Os meus pulmões vão crescer soprando na forja do coração
Para agarrar a força do fogo na produção

Eu, o Povo
Vou aprender a lutar ao lado da Natureza
Vou ser camarada de armas dos quatro elementos

A táctica colonialista é deixar o Povo ao natural
Fazendo do Povo um inimigo da Natureza

Eu, o Povo Moçambicano
Vou conhecer as minhas grandes forças todas."

José Teodoro Prata