segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Colégio de São Fiel


Este cartaz foi digitalizado de fotocópia de um cartaz em PDF, por isso não se percebe o título, na imagem, 
mas lê-se no texto, em itálico.
A associação HiscultEduca é orientada pelo nosso conterrâneo Ernesto Candeias Martins, 
professor da ESE de Castelo Branco.
O livro contém estudos apresentados em dois colóquios sobre o Colégio de São Fiel,
promovidos pela HistcultEduca.

José Teodoro Prata

sábado, 17 de dezembro de 2016

O Pe. Tomás

No dia 11 de Novembro de 1888, nascia na vila de São Vicente da Beira um menino, Tomás da Conceição Ramalho. Filho de Antónia do Carmo Ramalho casada com o senhor João José Ramalho.
Depois de passar a sua meninice calcorreando as ruas da vila, ingressou nos seminários diocesanos. No dia 21 de Janeiro de 1913, foi ordenado sacerdote na vila de Fornos de Algodres. Celebra a primeira missa na sua vila natal, no dia 7 de Setembro do mesmo ano
O padre Tomás ingressou no seminário do Fundão, onde foi professor. Virgílio Ferreira recorda-o no seu livro Manhã Submersa.
Prefeito no seminário do Fundão, era um sacerdote muito activo. O realizador Lauro António adaptou a obra do escritor Virgílio Ferreira para o cinema. O padre Tomaz, representado pelo actor Canto e Castro, a certa altura aparece montado num cavalo dando ordens, era um verdadeiro líder.
Foi dos principais impulsionadores para que admitissem Joaquim Alves Brás no seminário. Certa vez, a convite do seu colega António Alves Pacheco, irmão de Joaquim, foi passar uns dias a Casegas. Joaquim Alves Brás teria os seus dezoito anos, dedicava-se à agricultura ajudando a família, ao domingo todos assistiam à santa missa.
Um dia, ainda jovem, andava no campo ajudando o pai, foi acometido de uma dor lancinante na perna direita, nunca mais se recompôs, por esse motivo ficou coxo. Ele dizia ao irmão que queria ser padre, mas este não aceitava.
O padre Tomás, conversando com o Joaquim, viu que possuía qualidades, foi ter com o colega dizendo:
- Qual o motivo de o teu irmão não poder ser padre!? Porque é coxo! Isso não é impedimento.
O padre Tomás insistiu até que obteve a anuência do colega.
Monsenhor Alves Brás foi o fundador das Casas de Santa Zita, cujo seu lema era “ajudar as criadas de servir”. A organização está espalhada por todo o Portugal e estrangeiro.
O padre Tomás paroquiou a sua paróquia Natal durante mais de quarenta anos. Nesses tempos os caminhos eram autênticas picadas, percorria a freguesia de lés-a-lés montado na sua égua, chovesse, nevasse, fizesse frio ou calor.
A missa do dia raramente se iniciava a horas. Os fiéis, paciência de Job, aguentavam estoicamente que chegasse o senhor vigário. Quando chegava à praça, entregava o cavalo ao Zé Maiaca que o levava para a loja.
João José Ramalho e Antónia do Carmo Ramalho tiveram quinze filhos, sete faleceram prematuramente, quatro foram consagrados.
·         D. João de Deus Ramalho, jesuíta.
·         Inácio Ramalho, jesuíta.
·         Maria de Jesus Ramalho, freira; estudou no colégio das irmãs Doroteias na cidade de Tuy, Galiza; entrando para o noviciado no dia 8 de Janeiro de 1919; professora de língua portuguesa, madre superiora no colégio da Imaculada Conceição, Viseu; nasceu no dia 25 de Outubro do ano 1896 e faleceu no dia 12 de Agosto de 1988.
·         O Padre Tomás da Conceição Ramalho faleceu no dia 28 de Novembro de 1986; há trinta anos.

Pesquisa: O padre Joaquim Alves Brás; Uma vida Uma obra, de Manuel Almeida Trindade

J.M.S

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Fontes: Enguernal

Há anos, o José Martins protestou por eu escrever Engarnal (ele queria Ingarnal). 
Mas era como eu encontrava escrito na documentação dos séculos XVIII e XIX.
Agora encontrei Enguernal, num registo de 4 de junho de 1730.
Terá sido erro do Vigário ou era a forma antiga de dizer?
O tempo o dirá.
Segue-se o registo e o pormenor onde se encontra a palavra (à direita, a meio).
O documento também traz a forma antiga do nome Sobral: Soveral



José Teodoro Prata

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Reflorestar a Gardunha

No dia 8 de dezembro, na parte da manhã, alguns elementos da EBI de São Vicente da Beira (alunos, professores, encarregados de educação e Diretora do Agrupamento) participaram na plantação de castanheiros e carvalhos, na serra da Gardunha, atividade promovida pela Câmara Municipal de Castelo Branco.




A professora dos 3.º e 4.º anos, turma B​

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

domingo, 11 de dezembro de 2016

A azeitona já está preta

Estamos em plena época da colheita da azeitona, fruto de inverno; muitos olivais este ano não produziram, nota-se no lagar; a que vingou é de muito boa qualidade.
Dizem os entendidos na matéria; devido às altas temperaturas do verão a mosca da azeitona não a estragou.   
Começava a colher-se a partir dos meados de Dezembro, Janeiro, Fevereiro… 
As mudanças climáticas, “uma realidade nos dias que correm” alteraram completamente a recolha.
Amadurece mais cedo. Se não se colhe a tempo, mirra, seca e cai.
Alguém mais madrugador dirigia-se à praça e tocava uma corneta que anunciava a partida para os olivais.
Os campos eram alegres, camaradas de azeitoneiros “armados” com uma escada ripavam e cantavam.

A azeitona já está preta
Ai solidó, solidó
Já se pode armar aos tordos
Ai; ai,ai, ai, ai

As mulheres estendiam mantas, apanhavam o fruto que estava por baixo das oliveiras, rebuscavam e limpavam-na.
De vez em quando, colhedores entravam em confronto verbal com as camaradas vizinhas:

Ó Jaquiiim! No sejas lambão
Colhe azeitona, no sejas calão

Por sua vez, o visado retorquia gritando:

Calão és tu, no podes com a escada
Tens a mania, no vales nada

É verdade, é verdade; respondiam todos, rindo

Passavam horas chacoteando-se.
As cachopas regra geral tinham sempre uns raminhos de oliveira enfeitados com alecrim…
Quando algum viandante passava no caminho, a rapariga mais atrevidota, ramo na mão, dizia:

Aceitai este raminho
Senhor António da Tapada
Sei que é pobrezinho
Sempre é melhor que nada

Continuava dizendo mais um verso ou dois, o contemplado metia a mão na algibeira, gratificava com algum dinheiro. Conforme a bolsa assim era a quantia dada.
Árvores milenares, milhares arrancadas para serem substituídas por olivais de regadio.
Carrasquenhas, cordovis, galegas… foram transportadas para longes lugares onde ornamentam jardins.
Levam a oliveira centenária, deixam a oliveira com duração limitada.
Mediterrânica, é um óleo natural muito apreciado e saudável, tem as mais diversas aplicações.
Era o nosso petróleo. Com a industrialização e a descoberta de jazidas de crude passou para um plano secundário, já não é utilizado na iluminação, mas continua a consumir-se na alimentação.
As tabornas (tibornas); simples, tão boas!
Gostava de acompanhar o meu avô José ao lagar do Major, quando ia medir o azeite. Levava uma fatia de pão, torrava-se no brasido da fornalha e o mestre lagareiro tirava da tarefa um pouco de azeite acabado de fazer, quentinho, temperava-a, era um petisco de qualidade. Por vezes havia umas postas de bacalhau a assar nas brasas, um pitéu.
No lagar existia um local que se chamava inferno! Metia-me cá uma confusão…
Era o lugar onde iam parar as águas russas misturadas com algum azeite que os lagareiros aproveitavam.
O azeite, noite e dia alimentava a lâmpada sagrada do sacrário, ainda é utilizado nos sacramentos do baptismo e da confirmação.
Oliveira, árvore milenar, juntamente com a pomba, simboliza a paz e a esperança.
O primeiro objecto que a pomba levou a Noé foi um raminho de oliveira. Estime-se e preserve-se
No dia 26 de Novembro, faleceu o grande compositor senhor Arlindo de Carvalho, que tão bem cantou a nossa região. Natural da vila da Soalheira, onde ficou sepultado. Autor e intérprete:- Chapéu Preto, Fadinho Serrano, Castelo Branco...

A azeitona já está preta
Já se pode armar aos tordos
Diz-me lá ó cara linda
Como vamos de amores novos

J.M.S

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016