sábado, 14 de agosto de 2010

Casal da Serra


Mós do antigo lagar de azeite.


Casa dos Serviços Municipalizados de Castelo Branco, de apoio à exploração de águas, através da barragem e de minas. Foi projectada pelo arquitecto Salles Viana, também autor do projecto do edifício do Banco de Portugal, em Castelo Branco. Estas obras (barragem, minas e casa) datam da segunda metade da década de 30 e dos anos 40 do século passado.


Rota da Gardunha.


Casa com balcão e pereira, mas sem pessoas. No Cavaco, a meia altura entre o Casal e os cimos da Gardunha.


Botelha porqueira pendente para a rua.


Leirão de milho e leira de feijão rasteiro, nas margens da Ocresa, junto ao antigo lagar.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Ruralidades

Um passeio ao Castelo Velho é um manancial para os Enxidros.


O pinheiro adaptou a raiz ao espaço entre duas rochas. Depois, o fogo queimou-o, o vento derrubou-o e o frio conservou-o. Está no "caminho" de acesso ao Castelo Velho.


Leirões de centeio à beira da estrada para o cume da Gardunha, pouco antes do entroncamento para o Castelo Velho. Quem semeou o pão, não o veio recolher.



Curral de gado encostado a um penedo. À esquerda está a parte telhada e à direita a cerca. Situa-se entre a estrada para o cume da serra e o caminho para o Castelo Velho.
Esta zona, na base da penedia onde se situa o Castelo Velho, também se designa por Castelo Velho. Francisco Teodoro, primo do meu pai (António Teodoro), morador no Casal da Serra, tratou durante anos a fazenda situada próximo deste curral, a que chamava Castelo Velho.



Bonsai de carqueija (carqueja), no alto de um penhasco. Zona da Baldaia.


A casa do guarda florestal, há muito desocupada. No entroncamento da estrada do Louriçal para o cume da Gardunha com o caminho florestal para o Casal da Serra (há dois caminhos, este é o de cima).

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Gafanhotos 4

Havia dezenas de gafanhotos no caminho para o Castelo Velho.


Este veio a correr, para comer os restos do caroço de uma ameixa. Havia outros junto a fezes de animais. Muitos lutavam entre si e presenciámos o resultado de uma das lutas: o vencedor devorou o vencido.
Na serra, a seca vai adiantada e os gafanhotos parecem andar esfomeados e com sede.





E isto? Será que os gafanhotos completaram o seu ciclo de vida e estão a deixar os ovos no saibro do caminho? A ser verdade, estou enganado na minha convicção de que estes gafanhotos juvenis vão evoluir para gafanhotos adultos com asas. Será uma outra espécie?

domingo, 8 de agosto de 2010

As rochas da Gardunha

«Serra da Gardunha: um colosso de granito que se ergue abrupto sobre o vasto plano de Castelo Branco, atingindo 1227 metros na sua maior altitude. Rodeada de um anel de pinhal até aos 800 m de altitude, os seus cumes despidos lembram castelos arruinados. São frequentes estas acumulações de blocos graníticos “in situ” respeitando o sistema de fracturas que lhes dão origem, conhecidos individualmente como Tor. Por entre estas torres naturais existem algumas nascentes que fazem da Gardunha um espaço reconfortante pelo constante ruído da água a correr, cuja pureza é reconhecida pela qualidade das águas de mesa que aqui são exploradas.
O Cabeço do Galo, no alto do Castelo Velho, surge como uma janela que atravessa um grande bloco granítico. Este e outros geossítios interessantes, como por exemplo, a pedra bolideira, as gnammas ou pias, assim como a bola granítica com fracturação poligonal e o bloco fendido (classificados como Imóvel de Interesse Municipal), podem ser observados através da realização do percurso pedestre PR1 –Rota da Gardunha...»
Do site: http://www.naturtejo.com/conteudos/pt/geo_sitios_7.php















sábado, 7 de agosto de 2010

Regresso ao Castelo Velho


O António é um apaixonado pelas coisas do passado dos homens. Por isso, não podia deixar que regressasse à selva urbana das Lisboas sem o levar ao Castelo Velho.
Fomos hoje, sábado, com uma previsão a ameaçar 38º graus.
Era ainda noite, quando parti de Castelo Branco. Da A23, à esquerda, estendia-se o breu da noite, salpicado de luzinhas distantes. Céu e terra, a mesma negrura, separados pela fila ondulada das luzes vermelhas dos aerogeradores.
Entre o nó da Lardosa e o Louriçal, à direita o horizonte clareava, mas à esquerda continuava negro. Um mocho atrasou-se a sair do alcatrão, foi por pouco. Logo depois, uma lebre saltou da berma, mesmo quando eu ia a passar, mas estancou a tempo.
Casal da Serra, 6.10h. Ponto de encontro e partida. Amanhece. Está abafado, a terra sente-se quente, nem uma brisa!
Passamos a casa alpina de Salles Viana e contornamos a serra, sempre a meia altitude, em direcção a Castelo Novo. Às sete horas, levanta-se finalmente o vento, no seu trabalho de misturar o ar frio dos altos com o ar quente dos baixos. Já não era sem tempo! Vai refrescar-nos até ao regresso, já perto do Cavaco.
Encontramos dezenas de gafanhotos no saibro do caminho, admiramos os bonsais nas rochas e encantam-nos a formas das pedras, cada um a ver nelas coisas diferentes. Paramos constantemente, para gozar cada pormenor. As crianças ajudam-nos a redescobrir o que já esquecemos.
A chegada ao talefe do Castelo Velho faz-se aos ziguezagues e a pulso. Transpomos as muralhas derramadas pelo declive, contornamos penedos, puxamos uns pelos outros. No alto, o fresco da ventania e a planície aos nossos pés!
Falamos dos castros do anel montanhoso que fecha o horizonte e relembramos a batalha da Oles, a ajuda dos nossos antepassados a D. Afonso Henriques, a fundação de São Vicente e a construção dos castelos preventivos no Louriçal e em Castelo Novo.
Lanchamos e regressamos. Já são dez horas!
A descida custa mais do que a subida. A brisa fresca ficou lá pelos altos e o areão do caminho ameaça-nos com uma escorregadela. Chegamos, vermelhos como tomates, o Augusto às costas do pai. Mas sem pressas, com medo de esquecer o gosto que nos ficou do sabor das coisas que valem a pena.


A razão desta aventura.


Um sobrevivente. Ao fundo, à esquerda, o Castelo Velho.


«- Encontrei um pedacito da muralha ainda intacto!»

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Cavalos de lista


O Cavalo Sorraia
Em 2005, durante o trabalho de investigação sobre as invasões francesas, o qual culminou na publicação, no ano seguinte, do livro “O Concelho de S. Vicente da Beira na Guerra Peninsular”, deparámo-nos com referências a éguas de lista.
Foram seis os equinos que os habitantes deste concelho tiveram de entregar aos franceses, em Dezembro de 1807. A documentação informa-nos sobre três éguas de lista, duas de Tinalhas e uma do Sobral. Dos restantes equinos, não foi especificada a raça, mas é provável que alguns outros também fossem de lista.
Na altura, falei com um veterinário, questionando-o sobre essa espécie de cavalos. Ele disse-me que era uma raça que existira antigamente. Eram cavalos zebrados, por terem listas escuras no corpo.
Fiquei sem saber mais nada, até ao passado dia 10 de Junho de 2010. No site do jornal Público (http://www.publico.pt/), encontrei uma notícia, com vídeo, sobre o cavalo Sorraia, a propósito do Ano Internacional da Biodiversidade.
O vídeo continua disponível e pode ser encontrado no site do jornal, à esquerda, clicando em “Vídeos do Público”. A não perder, para conhecer melhor o nosso património natural e histórico.


Esta pintura e a do alto são de uma gruta em Laucaux, no sudoeste da França, e representam cavalos pintados há cerca de 17 mil anos. Estes cavalos de Lascaux seriam muito semelhantes aos antepassados do cavalo Sorraia. Pelo menos assim me parecem, pela imagem que tenho de alguns cavalos desta raça que vi na Coudelaria de Alter do Chão.
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Estas duas fotos apresentam cavalos de raça Sorraia. Na primeira, são visíveis as listas negras no pescoço. A segunda mostra bem a lista negra no dorso do animal, da cabeça à cauda.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ocaia



Chamamos à nossa serra Gardunha ou Guardunha.
A palavra terá tido origem na época da invasão árabe, a seguir a 711, quando as populações do campo, sobretudo da capital Idanha-a-Velha, se refugiaram na serra mais próxima, fugidas da investida dos conquistadores muçulmanos.
A serra tornou-se, por longo período, o esconderijo daqueles que recusavam o domínio sarraceno. Por isso lhe chamavam a Guarda de Idanha, expressão que originou o actual termo Guardunha ou Gardunha.

Mas nem sempre se chamou assim. Havia um outro nome mais antigo.
O foral de 1195, que criou o concelho de S. Vicente da Beira, ao definir os limites do território, estabeleceu: ...et quomodo uerit acquam de ocaya ad (?) et deinde ad portelam sancti Vincencii. (...depois, segue pela água de Ocaia até (?) e vai até à Portela de São Vicente.)
O investigador Joaquim Candeias da Silva acrescentou, recentemente, mais informação a esta questão. Em artigo de 25 de Fevereiro de 2010, publicado no jornal Reconquista, informou, a propósito da Póvoa de Rio de Moinhos:
Com efeito, o enquadramento da freguesia no termo de S. Vicente da Beira d´Ocaia (como outrora se dizia), ao sul da Guardunha...

O maior curso de água da serra da Gardunha chama-se Ocreza e nasce acima do Casal da Serra. O termo Ocreza parece derivar de Ocaia.

Ocaia ou Gardunha, uma mesma serra que separa o país montanhoso do sul mais plano.