sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ocaia



Chamamos à nossa serra Gardunha ou Guardunha.
A palavra terá tido origem na época da invasão árabe, a seguir a 711, quando as populações do campo, sobretudo da capital Idanha-a-Velha, se refugiaram na serra mais próxima, fugidas da investida dos conquistadores muçulmanos.
A serra tornou-se, por longo período, o esconderijo daqueles que recusavam o domínio sarraceno. Por isso lhe chamavam a Guarda de Idanha, expressão que originou o actual termo Guardunha ou Gardunha.

Mas nem sempre se chamou assim. Havia um outro nome mais antigo.
O foral de 1195, que criou o concelho de S. Vicente da Beira, ao definir os limites do território, estabeleceu: ...et quomodo uerit acquam de ocaya ad (?) et deinde ad portelam sancti Vincencii. (...depois, segue pela água de Ocaia até (?) e vai até à Portela de São Vicente.)
O investigador Joaquim Candeias da Silva acrescentou, recentemente, mais informação a esta questão. Em artigo de 25 de Fevereiro de 2010, publicado no jornal Reconquista, informou, a propósito da Póvoa de Rio de Moinhos:
Com efeito, o enquadramento da freguesia no termo de S. Vicente da Beira d´Ocaia (como outrora se dizia), ao sul da Guardunha...

O maior curso de água da serra da Gardunha chama-se Ocreza e nasce acima do Casal da Serra. O termo Ocreza parece derivar de Ocaia.

Ocaia ou Gardunha, uma mesma serra que separa o país montanhoso do sul mais plano.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Gafanhotos 3


A engorda continua.
Este habita num diospireiro, por isso camuflou-se com um verde mais escuro que o gafanhoto do dia 1 de Julho, que vive nas videiras e nas silvas.
Em Castelo Branco, mais quente e seco, já apareceu, no meu jardim, um gafanhoto adulto.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Hipólito Raposo 3

Aconselhamos a leitura do trabalho anterior, pois o que se segue vem na sequência daquele.

José Hipólito Vaz Raposo era filho de João Hipólito Vaz Raposo e de Maria Adelaide Gama, um casal de pequenos/médios agricultores, que já formara um filho padre, o Pe. Domingos Raposo, 12 anos mais velho que o José.
Terá sido pelos fracos recursos económicos que o José não frequentou uma escola que o preparasse para o ingresso num curso universitário. Em boa hora, pois os seus mestres particulares tão bem o prepararam que foi o primeiro na candidatura ao Curso Teológico, em 1903, no Seminário da Guarda.
Foram vários e sábios, os seus professores: o irmão Pe. Domingos Raposo, o tio Francisco, professor nos Escalos de Baixo, e um Pad´Zé.
Quem seria este? Não poderia ser o famoso Pad´Zé, de alcunha, grande boémico e militante republicano, natural de Aldeia de Joanes. Não foi este Pad´Zé, pois não chegara a padre e, por esses anos, andaria por Coimbra ou no seu exílio de São Tomé, a amadurecer o Reino para a Revolução Republicana de 1910.
O Pad´Zé referido por Pinharanda Gomes, possivelmente com base em informação da filha de Hipólito Raposo, só poderia ser o Pe. José Antunes David dos Reis, natural do Sobral do Campo e professor do Ensino Primário Complementar, em S. Vicente da Beira, nos últimos anos do século XIX e durante as primeiras décadas do século XX.
Era este padre de grande competência intelectual. Em 1890, integrou o júri dos exames de habilitação para o Magistério Primário Complementar, em Castelo Branco. Considerando que Hipólito Raposo realizou as provas de admissão ao Seminário da Guarda, no ano de 1902, podemos concluir que teve como mestre o Pe. David dos Reis, primeiro na Escola Primária Complementar e depois como professor particular.

Segue-se um trecho do terceiro capítulo da obra “Hipólito Raposo seminarista na Guarda (1902-1904)”, de Pinharanda Gomes:


A contenda com um professor

O caso Hipólito Raposo começou ainda no tempo do bispo D. Tomaz, quando o futuro autor integralista fez o exame de ingresso no Seminário. Ao chegar à Guarda, já o novo bispo, D. Manuel Vieira de Matos, teve de se confrontar com o ambiente gerado em torno de Hipólito Raposo. Nos exames de admissão, em Junho de 1902, o candidato a teólogo tivera uma disputa filológica com um dos professores, disputa essa da qual saíra vencedor, porque o professor se mostrara incapaz de redarguir. O episódio criou desde logo, em torno de Hipólito, uma aura em que despeito, admiração e temor se aliaram. Os alunos não admiravam tanto o saber do candidato como estavam perplexos face à coragem que ele mostrara em desafiar o respeito da disciplina, contestando, contra todas as normas e contra os hábitos comuns, a autoridade do professor.
Felizmente, Nuno de Montemór deixou-nos um testemunho deste episódio e das respectivas sequelas. (…)
«Quando Hipólito Raposo entrou no Seminário da Guarda a frequentar Teologia, estava eu no último ano do curso, mas conhecia-o já de há mais tempo por um facto de sensação.
Vira-lhe um dia o busto agigantado emergir da chusma negra de estudantes alvoroçados que a distância o rodeavam mudamente. Por todo o claustro, dezenas de mãos apontavam-no espavoridas, algumas lívidas de comoção, outras retraídas de inveja mal velada.
“Foi aquele! … Aquele alto! …”
E os dedos assestavam-se sobre ele, transidos de mistério.
Ao debandar das batinas, que foram reboar o eco do escândalo pelo silêncio dos corredores, avizinhei-me da sua figura tranquila, quase regozijada.
O caso fora realmente pavoroso, estupendo: o rapaz, sem ser chamado, levantara-se, pedindo licença, a impugnar uma afirmação do professor, e tão vitoriosamente erguera a discordância, que o mestre ficara vencido, de cabeça pendente na aresta da cátedra, como uma planta murcha torcida no bordo de um jarro exótico, sagrado …
Tinha ele então dezoito anos.
Ao voltar em Outubro seguinte ninguém esquecera o atentado irreverente.»
Prossegue Nuno de Montemór:
«Nos corredores discutia-se-lhe a idade, contavam-se-lhe as distinções, espiava-se-lhe o estudo, indagava-se-lhe da riqueza, e como transpirassem as suas tendências linguísticas, visto ele ter sido aluno externo, perguntava-se quem fora o seu mestre de latim… E assim se tornou uma figura discutida, agravando diariamente, por novas palavras, a nota de rebeldia.»
Tudo isto se passou em Junho (contestação de um professor em matéria filológica) e em Outubro de 1902 (o episódio narrado por Nuno de Montemór, em que Hipólito se tornou o alvo de todas as atenções). À primeira vista, e para os efeitos da tranquilidade disciplinar, esta situação não era benéfica para Hipólito. Ele fora causa de múltiplas ninharias, que, no contexto disciplinar, eram assumidas como factores de gravidade: professor desautorizado, sentido de necessária solidariedade do corpo docente, aluno tornado centro motivador dos condiscípulos, sujeito a risco de orgulho e vaidade; enfim, aluno fomentador de um clima de curiosidade e, sem querer, de intriga. (…)
Os três primeiros meses do ano lectivo de 1902-1903 foram, assim, de alguma perplexidade na comunidade seminarística. O mais certo era, havendo pretexto, Hipólito Raposo ser convidado a sair.
(...)




Hipólito Raposo concluiu o primeiro ano, em Junho de 1903, com distinção. Os seus mestres particulares haviam-no preparado bem, intelectualmente, mas não lhe tinham moldado o carácter, demasiado livre para se integrar numa instituição religiosa, naquela época.
Regressou a S. Vicente da Beira, tranquilo, mas dias depois o Padre Santiago(João Fernandes Santiago), pároco da vila, recebeu uma carta do bispo da Guarda, em que lhe era comunicado que Hipólito Raposo não seria readmitido no Seminário. O motivo era a falta de vocação. Mas havia que denegrir tão distinto aluno e, para isso, o Pe. Santiago fez constar, meses depois, que o bispo tinha um maço de cartas que Hipólito Raposo escrevera a uma senhora.
Hipólito Raposo indignou-se, contestou a expulsão e os motivos invocados, em várias cartas endereçadas ao bispo e aos seus ex-colegas seminaristas, publicadas, pelo autor, em “Folhas do meu cadastro”. Ninguém apresentou provas da existência das pretensas cartas que Hipólito Raposo endereçara a uma senhora.
Depois esteve no Real Colégio das Missões, em Cernache do Bonjardim, como aluno não matriculado, levado pela mão do Pe. António José Boavida, natural de Alpedrinha. Ingressou, de seguida, no Liceu de Castelo Branco, onde, em 1905, frequentava a quinta classe. Depois rumou para a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Hipólito Raposo 2

Era este Hipólito Raposo um homem de muitos costados, como todos nós. Da parte do pai, descendia dos Hipólito de Jesus, pelo avô, e dos Vaz Raposo e dos Candeias, pela avó; dos lados da mãe, vinha dos Martins e dos Gama, de Janeiro de Cima.
Pinharanda Gomes, um beirão de renome, autor da obra "História da Diocese da Guarda", investigou o período em que Hipólito Raposo frequentou o Curso de Teologia, no Seminário Maior da Guarda.
Este estudo encontra-se disponível, na internet, em formato PDF, com o título: “Hipólito Raposo seminarista na Guarda (1902-1904)”,
Quem quiser ler a obra, na íntegra, pode consultá-la em http://www.csarmento.uminho.pt/docs/amap/bth/bth1988_03.pdf
Transcrevemos partes do segundo capítulo (hoje) e do terceiro capítulo (amanhã).
É um testemunho notável, quer da estatura intelectual e do carácter de Hipólito Raposo, quer do ambiente cultural que existia em S. Vicente da Beira e na região, na viragem do século XIX para o século XX, e que permitiu que um jovem ingressasse, com distinção, num curso universitário, sem ter frequentado qualquer escola.


Seminarista na Guarda

A história começa em S. Vicente da Beira, vila, antiga sede de concelho, com seus pergaminhos adormecidos sob a protecção do orago paroquial, Nossa Senhora da Assunção, ali nas faldas da Gardunha, na margem esquerda da Ribeira da Ramalhosa que corre para a Ocresa. Filho de João Hipólito Raposo, agricultor beirão como tantos outros, e de sua mulher, o jovem José Hipólito Raposo chegou ao ano de 1902, estudando. Completara dezassete anos de idade. A educação do jovem fez-se em ambiente clerical. Segundo nos informou D. Teresa Maria Raposo Martins de Carvalho, filha de Hipólito Raposo, este tinha um irmão mais velho do que ele em 12 anos. Era o P. Domingos Raposo, que foi pároco em Orjais e Ninho do Açor, e, mais tarde, ainda que por breve tempo, pároco de S. Vicente da Beira. O P. Domingos estudara com os Jesuítas no Colégio de S. Fiel (Louriçal do Campo). Outro sacerdote, residente naquela vila, conhecido por Pad´Zé, também colaborou na instrução de Hipólito Raposo, que, além disso, tinha um tio, Francisco, professor em Escalos de Baixo, que o preparou para a matrícula no Seminário, ainda que também pudésse entrar em S. Fiel. Em termos de custos foi, porém, mais prudente e acessível que o jovem José Hipólito efectuasse os preparatórios na terra natal. Estava em família, não tinha de pagar pensões, nem de efectuar viagens, e o tio Francisco dispunha de saber e de autoridade para o apresentar a matrícula no Seminário da Guarda. Os preparatórios consideravam-se concluídos na segunda época de 1902, era bispo egitaniense o modesto, ainda que aguerrido, D. Tomaz Gomes de Almeida que em breve, achado por moléstia inatacável, renderia a sua alma, era o dia 3 de Janeiro de 1903 (…).
Claramente vocacionado ou deficientemente esclarecido quanto à vocação, um jovem de S. Vicente da Beira dava entrada neste novo horizonte. Em 13 de Junho de 1902 prestou provas de admissão, tendo sido o mais bem classificado dos candidatos, pelo que foi admitido ao primeiro ano do Curso Teológico.
José Hipólito era um jovem de dezassete anos. Alto, robusto, de bom parecer, feitio aberto e franco, não se inibindo de dizer o que pensava. Na certa ingenuidade de jovem chegado de uma vila do interior, quase aldeã, não teria, sem dúvida, o necessário discernimento para identificar a oportunidade de falar. Tendo feito leituras que outros alunos teólogos não tinham, conhecia alguma literatura moderna, e sabia de cor os nomes de ideólogos, tidos e havidos como revolucionários, ou no mínimo, como modernistas. O seu pendor político já se fazia sentir, e ousava afirmações sobre problemas sociais e questões políticas. (…) E, com efeito, logo se tornaram notados os grupos que, ou no recreio, ou no pátio, ou no claustro, ou, até, junto a uma janela, se formavam, escutando as perorações de José Hipólito, centradas na literatura, na política, na opinião religiosa. Este facto é de reter: o da sua capacidade de formar opinião e de a transmitir a jovens que, ou por gosto o escutavam, ou, por curiosidade, dele se aproximavam. Nestas situações, sejam elas em regime de internato ou de externato, há sempre o tímido, o receoso, o servil que acaba por denunciar.
(…)

sábado, 17 de julho de 2010

Há Festa!

Informa-me o Dário Inês de que as Festas de Verão estão garantidas. O organização é da Sociedade Filarmónica Vicentina. Faz cem anos e a prenda é para todos os vicentinos. Bonito!

30 DE JULHO (Sexta-feira)
17h - Início dos festejos;
Abertura do Bar e animação com a aparelhagem;
22h - Actuação do artista RUI ALVES.

31 DE JULHO (Sábado)
15h - Continuação das festas, com a abertura do bar;
17h30m - Animação infantil, com insuflável;
18h - Aparelhagem do Vale da Torre;
23h - Actuação da banda XCA de Oliveira de Azeméis.

1 DE AGOSTO (Domingo)
08h - Arruada pelas ruas da vila, pela BANDA FILARMÓNICA VICENTINA;
18h - Eucaristia e procissão, em honra do Santíssimo Sacramento, com a actuação da BANDA FILARMÓNICA VICENTINA;
23h - Actuação do grupo musical IMAGEN 5.


O Santo Cristo da Misericórdia

2 DE AGOSTO (Segunda-feira)
05h - Arruada dos BOMBOS VICENTINOS;
08h - Alvorada com a BANDA FILARMÓNICA VICENTINA;
08h30 - Alvorada a cargo da PIROTECNIA OLEIRENSE;
09h - Arruada com a BANDA FILARMÓNICA VICENTINA, pelas ruas da vila;
17h30 - Novena e Eucaristia em honra do Senhor SANTO CRISTO, seguida de procissão, com a actuação da BANDA FILARMÓNICA VICENTINA;
23h - Actuação da BANDA INNEM DE VISEU;
01h - Espectáculo de FOGO DE ARTIFICIO.

3 DE AGOSTO (Terça-feira)
15H - Continuação dos festejos;
18h - Eucaristia em honra de NOSSA SENHORA DO CARMO, seguida de procissão, com a actuação da BANDA FILARMÓNICA VICENTINA;
21H - Concerto pela BANDA FILARMÓNICA VICENTINA.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Hipólito Raposo 1


José Hipólito Vaz Raposo (São Vicente da Beira, 13 de Fevereiro de 1885 — Lisboa, 26 de Agosto de 1953), mais conhecido por Hipólito Raposo, foi um advogado, escritor, historiador e político monárquico, que se notabilizou como um dos mais destacados dirigentes do Integralismo Lusitano.

Nascido na antiga vila de São Vicente da Beira, em plena Serra da Gardunha, filho de João Hipólito Vaz Raposo e de Maria Adelaide Gama, deixou a sua terra natal em 1902 e foi estudar para o Seminário da Guarda, sendo expulso, em 1904. Matriculou-se, então, no Liceu de Castelo Branco, onde concluiu o ensino secundário. Frequentou depois o curso de Direito, na Universidade de Coimbra, que concluiu, no ano de 1911, com a média de 15 valores.

Com interesse na escrita, colaborou com os semanários da província, nos anos em que frequentou o Liceu de Castelo Branco. Quando estudante em Coimbra, contribuiu com crónicas semanais para o Diário de Notícias. Ainda estudante, publicou os volumes Coimbra Doutora (1910) e Boa Gente (1911), colectâneas de contos da Beira Baixa.
Terminado o curso, enveredou pelo ensino, iniciando, em 1912, o seu percurso profissional como professor no Conservatório Nacional de Lisboa e no Liceu Passos Manuel, também de Lisboa, cidade onde se fixou.

Em 1914, foi um dos fundadores do movimento político-cultural auto-intitulado Integralismo Lusitano, em colaboração com António Sardinha, Luís de Almeida Braga, José Pequito Rebelo e Alberto de Monsaraz, um grupo de monárquicos que incluía alguns antigos colegas do curso de Direito da Universidade de Coimbra. No ano seguinte, fundou a revista Nação Portuguesa, órgão do Integralismo Lusitano, um movimento conservador, católico e monárquico que se opôs ao regime da Primeira República e depois à ditadura de Salazar.


Os dirigentes do movimento Integralismo Lusitano. Hipólito Raposo é o segundo a contar da esquerda, em pé.

Dirigiu o periódico A Monarquia, à frente do qual teve um papel relevante na revolta monárquica de Monsanto, ocorrida em 1919. Em consequência, foi preso e demitido de todos os cargos públicos que ocupava e julgado e condenado no Tribunal Militar de Santa Clara, em 1920, a uma pena de prisão no Forte de São Julião da Barra. A demissão valeu-lhe a perda dos cargos de chefe de repartição e de professor da Escola de Arte de Representar de Lisboa que então exercia. Cumprida a pena de prisão, foi exilado para Angola (1922-1923), onde exerceu advocacia.

De regresso a Portugal, continuou a exercer a profissão de advogado e afirmou-se como líder destacado e ideólogo do Integralismo Lusitano, publicando, em 1925, o ensaio Dois nacionalismos.

No ano de 1924, casou, em Lisboa, com Valentina Pequito Rebelo, irmã de José Pequito Rebelo, outro líder do Integralismo Lusitano. Do seu casamento teve: João Hipólito, António Hipólito, Teresa Maria, Isabel Maria, Francisco Hipólito e José Hipólito.
Em 1926, foi reintegrado no cargo de professor do Conservatório Nacional de Lisboa.

Durante os governos da Ditadura Militar (1926-33), destacou-se como um dos principais ideólogos do Integralismo Lusitano, com particular destaque para a conferência que intitulou A Reconquista das Liberdades, pronunciada em Lisboa, no ano de 1930, e editada sob a forma de opúsculo, onde sintetizou o programa político do integralismo, desfazendo a miragem do messianismo salazarista que então emergia.

Coerente com a sua oposição ao salazarismo, em 1930, recusou colaborar com a União Nacional, defendendo que essa devia ser a posição dos monárquicos, e opôs-se à institucionalização do regime do Estado Novo. Em 1940, publicou a obra Amar e Servir, na qual denuncia, de forma virulenta, a Salazarquia, um duro ataque a António de Oliveira Salazar que lhe valeu ser de novo demitido de todos os cargos públicos que ocupava e a imediata deportação para os Açores. Foi novamente reintegrado, em 1951.

Em 1950, foi um dos subscritores do manifesto Portugal restaurado pela Monarquia, uma tentativa de reactualização doutrinária do movimento integralista. No mesmo ano, publicou Oferenda, em que incluiu dois capítulos sobre a sua terra natal: “Um beirão restaurador” e “Lisboa Pequena”.
Hipólito Raposo faleceu, no ano de 1953.

Obras publicadas
Da sua obra temática diversificada, com predominância para os assuntos regionais e para a política, destacam-se as seguintes publicações:
Coimbra Doutora, 1910;
Boa Gente, 1911;
Sentido do Humanismo, 1914;
Caras e Corações, 1921;
Dois nacionalismos, 1925;
A Beira Baixa ao Serviço da Nação, 1935;
Aula Régia, 1936;
Pátria Morena, 1937;
Direito e Doutores na Sucessão Filipina, 1938;
Mulheres na Conquista e Navegação, 1938;
Amar e Servir, 1940;
D. Luísa de Gusmão – Duquesa e Rainha, 1947;
Oferenda, 1950;
Folhas do Meu Cadastro, 1911, 1925, 1926, 1940, 1952, 1986.




Nota: Texto elaborado com base na Wikipédia.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Gafanhotos 2



Segundo consta, os gafanhotos juvenis são tantos, este ano, que se tornaram quase uma praga.
Fui visitar o meu gafanhoto da foto de 1 de Julho. A coisa não correu bem, porque a máquina estava em modo de preto e branco e a tanto não chega o meu engenho...
Mas dá para perceber que continua gordinho e já começam a despontar umas asitas.
Lá para fins de Setembro, estará adulto, a justificar as nossas festas ao Santo Cristo, que já não são em Setembro, nem sei se ainda se farão.